Leucemia: pesquisadora revela os avanços médicos contra o câncer

Entenda os novos tratamentos contra a leucemia, que atinge mais de 8 mil brasileiros por ano, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer

A pesquisadora australiana Susan Branford, uma sumidade na sua área, fala dos avanços contra a leucemia mieloide crônica, um dos tipos mais comuns desse câncer. Confira:

Já podemos falar na cura desse tumor?

A leucemia mieloide crônica é curável em certas circunstâncias. O transplante de medula óssea é usado há anos para vencer a doença, mas ele envolve riscos e até a possibilidade de uma recaída depois do procedimento. Com a introdução de uma classe de drogas, os inibidores de tirosina quinase, que atua sobre uma anormalidade por trás do problema, o transplante é indicado só se o remédio não funcionar. Atualmente, o uso dessas drogas por cerca de seis anos deixa a doença indetectável em muitos pacientes. Esperamos que as versões mais potentes do fármaco alcancem o resultado mais rápido e que, no futuro, um maior número de pessoas possa parar o tratamento sem perigo de recaída. Já há quem fique livre da leucemia por mais de seis anos depois de terminar a terapia, mas apenas o acompanhamento pode dizer se ela foi embora ou anda dormente.

Qual foi o divisor de águas no tratamento?
Foi o desenvolvimento dos inibidores da enzima tirosina quinase. Antes da chegada do primeiro remédio dessa classe, no início dos anos 2000, poucos indivíduos apresentavam uma resposta durável à terapia. Hoje essa droga é recomendada para a maioria dos recém‑diagnosticados e, se falhar, temos medicamentos do mesmo gênero mais poderosos. os inibidores provaram ser capazes de impedir a progressão da leucemia para a fase aguda.

Há fatores de risco comprovadamente ligados a essa doença?
Ainda não sabemos se existe uma associação hereditária, étnica ou geográfica com essa forma de leucemia. Ela não é herdada nem pode ser prevenida. o que é certo: pessoas expostas a radiação em excesso correm maior risco.

MDmulher

Autorizado novo tratamento para leucemia pediátrica

Crianças e adolescentes portadores de Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) passam a contar com mais uma opção de tratamento para estas duas doenças. Publicadas no Diário Oficial da Uniãodesta sexta-feira (17), as portarias 114115 estabelecem as diretrizes diagnósticas e terapêuticas para o uso do medicamento Glivec em casos diagnósticos de LMC e LLA.

“As portarias representam um importante avanço porque permitem uma opção de tratamento medicamentoso eficaz, menos doloroso e de mais fácil administração em crianças e adolescentes” , observa o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães. O medicamento Glivec (cujo princípio ativo é o Mesilato de Imatinibe) é utilizado na forma de comprimido e, desde abril do ano passado, é adquirido de forma centralizada pelo Ministério da Saúde para distribuição, por meio das secretarias de saúde, aos hospitais oncológicos públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde.

As diretrizes estabelecidas nas portarias 114 e 115 são resultado de duas consultas públicas abertas, pelo Ministério da Saúde, no último mês de novembro. Além de terem sido submetidas a contribuições da sociedade e de especialistas em onco-hematologia de renomados centros médicos nacionais, elas passaram por rigorosa análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ou seja, os protocolos estão respaldados por estudos clínicos aprofundados e passam a integrar as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas em Oncologia.

Atualmente, o Glivec é indicado pelos médicos para o tratamento de aproximadamente sete mil pacientes oncológicos (adultos) assistidos pelo SUS.

INCIDÊNCIA – Este ano, estima-se que surjam, no país, cerca de 11,5 mil novos casos de câncer pediátrico de todos os tipos, incluindo as leucemias Mielóide Crônica (LMC) e Linfoblástica Aguda (LLA). Só em 2011, o Ministério da Saúde destinou cerca de R$ 112 milhões para o tratamento de neoplasias malignas em crianças e adolescentes. Estes recursos representaram cerca de 7% do investimento federal em toda a assistência oncológica pelo SUS.

Do Portal da Saúde