Salvador Neto concedeu entrevista à Rádio Udesc FM 91.9 sobre cenário político pós-manifestações

SalvadorNeto-Comunicacao-assessoria-de-imprensa-gestao-imagem-criseO editor do Palavra Livre, jornalista Salvador Neto, foi o entrevistado do Jornal Udesc Cidade ao meio dia desta segunda-feira (14/3) para falar sobre as manifestações contra o governo federal e os cenários políticos que se delineiam a partir de agora.

Salvador Neto tem dois livros publicados – Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014) – além de outros contos, crônicas em antologias. Reconhecido por seu grande conhecimento da política adquiridos em assessorias de comunicação em campanhas eleitorais, legislativos e executivos, ele é referência quando o tema é crise de imagem e política.

Ouça a entrevista na íntegra acessando aqui o link, comente, curta e compartilhe.

Manifestantes se mobilizam contra o governo em boa parte do país

A manifestação do Movimento Vem Pra Rua, no Rio de Janeiro, durou cerca de cinco horas e ocupou vários quarteirões nas duas faixas da Avenida Atlântica, na orla de Copacabana, zona sul da cidade, neste domingo (13). O que mais se viu foram bandeiras do Brasil, cartazes contra o governo federal e o PT, empunhados por manifestantes vestidos de verde e amarelo.

A Polícia Militar acompanhou a manifestação com viaturas e um helicóptero. Não foram registrados confrontos nem incidentes graves. A PM não divulgou número de manifestantes, mas os manifestantes ocuparam cerca de dez quarteirões da orla. A apresentação do hino nacional encerrou a manifestação.

Por volta das 9h, teve início a concentração na altura do Posto 5, seguida de uma caminhada de cerca de dois quilômetros. A diversidade de ideias marcou o encontro. Alguns defendiam a intervenção militar, faixas pediam novas eleições, outras defendiam que o juiz Sérgio Moro, que julga, em primeira instância, os processos resultantes da Operação Lava Jato, se candidate à Presidência da República.

Os manifestantes também levavam faixas contra a legalização do aborto. Porém, a defesa pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva monopolizaram os discursos nos três carros de som.

O analista de sistema Ricardo Meneses, de 33 anos de idade, se manifestou contra o impeachment. “Acho que não é por aí. Temos que pressionar por uma reforma política, porque tirar a presidente não vai mudar nada, só vai enfraquecer o país”, disse.

O pedreiro aposentado Paulo Cordeiro acordou às 4h e saiu de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, de trem, para a manifestação na zona sul. “Vim para melhorar o Brasil, porque está tudo ruim. O custo de vida aumentou e o dinheiro que a gente ganha não dá mais para nada”, disse.

A professora Susana da Costa Santos, 58 anos, veio em caravana de seis ônibus do condomínio onde mora na Barra da Tijuca, zona oeste. “Estamos todos focados em apoiar a Polícia Federal e o Ministério Público, que estão protegendo o povo, que é trabalhador. Estou aqui, porque temos que nos unir por um país sério e justo”.

Moradores de prédios na Avenida Atlântica apoiavam a manifestação com bandeiras do Brasil estendidas em suas janelas. Um avião, que sobrevoou a orla várias vezes com a faixa “Não vai ter golpe”, foi vaiado todas as vezes pelos manifestantes.

Por volta das 15h, os manifestantes começaram a dispersar na altura do Posto 2.

Na concentração, no Posto 5, havia uma fila em frente a uma tenda que colhia assinaturas de apoio à Proposta de Emenda à Constituição 361 (PEC), que propõe aumentar a autonomia da Polícia Federal.

São Paulo

São Paulo - Manifestação na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – Manifestação na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff Rovena Rosa/Agência Brasil

Em São Paulo, manifestantes a favor do impeachment já se concentravam na Avenida Paulista, região central da capital, antes das 14h. Por volta das 10h, chegaram os primeiros caminhões de som dos grupos que organizam o protesto contra o governo.

A maior parte das pessoas veste verde e amarelo ou carrega a Bandeira Nacional. Os manifestantes ocupam a via que, aos domingos, costuma ser fechada aos carros e usada como rua de lazer. Dois bonecos infláveis gigantes, um representando Dilma e outro o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupas de presidiário, foram instalados no centro da avenida. Nos acessos à via, ambulantes vendem réplicas do boneco e bandeiras do Brasil.

Salvador

Salvador - Manifestação em Salvador contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Sayonara Moreno/Agência Brasil)
Salvador – No Farol da Barra, manifestantes se reúnem a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff Sayonara Moreno/Agência Brasil

Manifestantes contrários ao governo Dilma reuniram-se às 10h, na Barra, bairro de classe média em Salvador. Segundo a Polícia Militar, cerca de 20 mil pessoas participaram do protesto, que se encerrou no Farol da Barra, onde houve dispersão dos participantes por volta das 13h.

O Farol da Barra é um dos principais pontos turísticos da capital baiana. Do local, os manifestantes seguiram para o Mirante Cristo da Barra, outro ponto turístico, onde os participantes posaram para uma fotografia, rezaram um Pai Nosso e aplaudiram, ao meio-dia, o juiz Sérgio Moro, que julga, em primeira instância, os processos resultantes da Operação Lava Jato.

A empresária Maria da Glória Carvalho, 59 anos, diz que está protestando contra a corrupção. “Sou empresária, produtora agrícola e fazendeira. O Brasil está tomado pela corrupção e precisa mudar. Nós precisamos limpar o nome do nosso país”, disse a moradora do Caminho das Árvores, bairro de Salvador.

O ato foi convocado nas redes sociais pelo Movimento Brasil Livre (MBL), principal organizador do protesto, que ocorre simultaneamente em várias cidades do país. Um dos coordenadores do MBL na Bahia, Eduardo Costa, destacou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff como o principal ponto de pauta do movimento. “Fora Dilma, fora Lula, fora PT. Há outras coisas que precisam ser feitas, mas temos que começar por aí, para que outros governantes retomem os rumos do nosso país.”

Recife

Recife - Manifestação no Recife contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Sumaia Villela/Agência Brasil)
Recife – Na Praia de Boa Viagem, manifestantes se reúnem em apoio ao combate à corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff Sumaia Villela/Agência Brasil

A manifestação contra o governo federal, no Recife, levou 120 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, à orla da capital pernambucana, no bairro de Boa Viagem. O ato, que começou às 10h, pediu o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sob um sol intenso, três trios elétricos e um carro de som puxavam o ato. Os manifestantes vestiam verde e amarelo e levavam cartazes pedindo o impeachment e criticando o Partido dos Trabalhadores (PT). Muitas bandeiras do Brasil foram levadas, e também cartazes de apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, que investiga a lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos de vários partidos. Até um boneco de Olinda do juiz foi levado para o ato.

A multidão percorreu a avenida da orla no bairro de Boa Viagem, um setor nobre da capital pernambucana. Muitos moradores de prédios que ficam à beira mar colocaram mensagens e bandeiras brasileiras nas janelas em apoio à manifestação. A parte da frente dos edifícios funcionaram como uma espécie de camarote, de onde os recifenses aplaudiam o ato e gritavam mensagens contra o governo.

Fortaleza

Em resposta à manifestação contra o governo federal e contra o ex-presidente Lula, militantes e parlamentares do PT realizaram hoje (13) pela manhã uma carreata pelas ruas da periferia de Fortaleza. O grupo se concentrou no bairro Parangaba e percorreu cerca de 12 quilômetros pelo lado oeste da cidade em direção à orla do bairro Pirambu.

A caravana foi organizada pelo líder do Governo na Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE), que disse que o evento foi uma preparação para o ato que será realizado no dia 18 de março em todo o Brasil. “É muito importante sermos solidários a Lula neste momento, pelo que ele representa para o povo brasileiro. Isso aqui é só o ‘esquenta’ para o dia 18. Se os manifestantes contra o governo vão botar hoje muita gente nas ruas, nós vamos botar o dobro no dia 18.” Em Fortaleza, o ato vai se concentrar na Praça da Bandeira, no centro da cidade.

Pelas avenidas, várias pessoas nas calçadas demonstravam apoio. Algumas portavam bandeiras vermelhas. Houve também quem se colocou contra a manifestação. A Polícia Rodoviária Estadual prestou apoio à carreata durante o percurso. Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social afirmou que não vai se manifestar sobre a estimativa de público do evento.

Brasília

Brasília - Manifestantes vão a Esplanada dos Ministérios contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Wilson Dias/Agência Brasil)
Brasília – Manifestantes vão à Esplanada dos Ministérios protestar contra o governo Dilma Rousseff Wilson Dias/Agência Brasil

A manifestação em Brasília de apoio ao combate à corrupção e a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, realizada na Esplanada dos Ministérios, terminou ao som do Hino Nacional. Ao final do hino, os manifestantes gritaram “Fora, PT”.

Segundo a Polícia Militar, 100 mil pessoas participaram da manifestação. Não houve ocorrência de atos violentos, segundo a PM, apenas registro de extravio de documentos e atendimento de pessoas com mal-estar. O percurso dos manifestantes começou no Museu da República e foi até o Congresso Nacional, em um total de dois quilômetros.

No país

As manifestações de apoio ao combate à corrupção, contra o governo e a favor do impeachment foram marcadas em mais de 500 cidades pelo país. A maioria delas organizada pelo Movimento Vem pra Rua ou pelo Movimento Brasil Livre. Eventos de apoio ao governo Dilma e a Lula também ocorreram no Rio de Janeiro, São Bernardo do Campo (SP) e Porto Alegre. A Central Única dos Trabalhadores marcou para o próximo dia 18 manifestações em defesa da democracia em todo país. Em Brasília, manifestação organizada pelo PT que ocorreria na manhã de hoje foi cancelada depois que o governo local invocou a regra estabelecida pela Constituição de que dois eventos públicos ao ar livre não podem ocorrer no mesmo lugar

Impeachment de Dilma é repudiado pela maioria dos brasileiros

Fracassaram as manifestações em favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, realizadas neste domingo, dia 13 de Dezembro, data que marca o aniversário do Ato Institucional número 5 (AI-5), sob o qual morreu um número ainda inexato de brasileiros entre assassinatos, torturas e censura absoluta aos meios de comunicação, no período mais violento da ditadura civil-militar instaurada em 1964.

Os integrantes da ultradireita, responsáveis pela tentativa de golpe ao mandato constitucional da presidenta da República, falharam na mobilização popular.

O fiasco se reproduziu nas principais capitais do país, ao longo do dia, a ponto de as concessionárias públicas de TV — principais mobilizadoras do ato – suspenderem a cobertura ao vivo.

Na Capital Federal, um dos locais em que houve maior participação das forças da direita, desde as últimas eleições presidenciais, as imagens desta vez mostravam um vazio em frente ao Congresso.

O repúdio dos brasileiros à tentativa de golpe por parte dos aliados do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficou visível nos números das manifestações em todo o país. No início da concentração, na Esplanada dos Ministérios, uma das organizadoras gritava em um microfone:

— Cada um de vocês liga para duas pessoas para vir. Precisa desse clamor para o impeachment. Todo mundo reclama do governo, mas não vem para a rua. Temos poucas pessoas — desesperava-se a manifestante golpista, diante a falta de quórum ao ato.

Centro nervoso do golpismo nacional, São Paulo começa a acordar do pesadelo e a Avenida Paulista ficou esvaziada. Os diários conservadores paulistanos não tiveram como esconder o fracasso e noticiaram que, em comparação com as últimas manifestações, esta foi a menor e aquela que menos empolgou o público.

Restou apenas o discurso de um ator pornô como ponto alto da manifestação em favor do impeachment. O líder do Movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores do protesto, Rogério Chequer, tentava justificar a ausência de manifestantes.

— Houve muito pouco tempo de divulgação. É normal que um movimento com menos tempo de divulgação tenha menos gente. Não nos surpreende — alega.

O pato do impeachment
Com a avenida esvaziada, destacava-se o novo mascote do golpismo, um enorme pato inflável que a FIESP levou à avenida, parte de uma campanha pela redução de impostos.

Em contraposição à enorme lista de artistas que vêm manifestando apoio à presidenta Dilma Rousseff, um dos poucos “artistas” que compareceram ao protesto em São Paulo foi o ator Alexandre Frota.

Em Belo Horizonte, até as 14h, cerca de 400 pessoas tinham ido às ruas. O senador Aécio Neves, que há mais de um ano comanda a tentativa de golpe, não apareceu. Outro ausente, o senador Antonio Anastasia (PSDB) culpou o calendário pela baixa adesão.

“É uma época, a meu juízo pessoal, um pouco adversa a esse tipo de manifestação porque estamos praticamente em período natalino”, afirmou. No Rio (foto abaixo), poucas pessoas se juntaram à marcha, preferindo continuar na praia.

Em Curitiba, o movimento a favor do impeachment – que na capital paranaense é coordenado pelo governador Beto Richa (PSDB) e seu primo Luiz Abi Antoun – também fracassou.

Os organizadores esperavam um público de milhares de pessoas nas ruas, mas informações preliminares apontam que apenas 300 pessoas estavam concentradas Praça Santos Andrade às 13h40.

Organizada pelo Movimento Brasil Livre, na atividade em Goiânia, pouco mais de 300 pessoas acompanhavam um carro de som na Praça Tamandaré, no Setor Oeste.

Na cidade, o MBL é coordenado pelo médico Silvio Fernandes, do DEM, afilhado político do senador Ronaldo Caiado, que também não foi ao protesto mais uma vez.

Já no Recife, enquanto a Polícia Militar falava em pouco mais de 600 pessoas, a organização do movimento garantia que havia 2 mil nas ruas. Em outras cidades do Nordeste e no Norte , os atos a favor do golpe parlamentar foram ainda mais pífios.

As imagens, transmitidas por Globo e Globo News, confirmavam o fracasso da mobilização golpista. De acordo com o Brasil 247, constrangida, a emissora cancelou sua transmissão ao vivo.

O jornal O Estado de S.Paulo chegou a publicar uma foto de manifestação do dia 15 de março, como se fosse deste domingo.

Com informações do Correio

Chile: protestos levam mais de 552 para a prisão com 29 feridos

Os conflitos entre manifestantes e policiais ontem (4) no Chile levaram à prisão 552 pessoas em várias cidades. Desobedecendo à proibição de protestos do governo chileno, estudantes lideraram as manifestações e ocuparam várias ruas de Santiago e do interior.

Para analistas, a manifestação de ontem foi a mais violenta dos últimos três meses, desde o início do movimento estudantil, em maio. Os universitários e secundaristas reivindicam a ampliação da educação pública e gratuita e a ampliação de investimentos no setor. Mais de 5 mil pessoas foram às ruas do Chile, marcando o 8º dia de protestos no país.

O  vice-ministro do Interior, Rodrigo Ubilla, negou que civis foram feridos, mas confirmou que 29 policiais se machucaram. Das 552 pessoas detidas, 284 protestavam na capital. Em comunicado, o serviço de segurança informou que as detenções ocorreram motivadas pela “desordem, por porte de armas ou explosivos”.

Os policiais usaram gás lacrimogêneo e jatos de água na tentativa de dispersar os manifestantes. O clima de tensão tomou conta de várias avenidas no país. As manifestações duraram, em média, cinco horas.

O prefeito de Santiago, Pablo Zalaquet, disse que os prejuízos para a iniciativa privada e o setor público, em decorrência das últimas manifestações, chegam a 1 milhão de pesos.

Da Ag. Brasil