Essa matéria está na edição de hoje do jornal A Notícia, mais uma vez falando sobre a tragédia da educação na maior cidade catarinense, em que apenas 10 das 58 escolas estão “boas” em sua infraestrutura. As demais estão caindo aos pedaços. Como já disse em outro post (leia clicando aqui), os cidadãos e eleitores querem saber onde foram parar os milhões anunciados em tantas reformas anteriores que resultam nesse estado deplorável das escolas estaduais. Mais R$ 1,7 milhão para quê? Que tipo de manutenção, como e por quem será feita, quanto custará, e o que resultará ao final? Alguém acredita mesmo que o quadro atual mudará com mais esse anúncio? Alerta aos governantes: vamos trabalhar mais, falar menos, gastar melhor, executar obras com qualidade, olhar para a educação de verdade, e não apenas com retórica vazia e anúncios de milhões que não sabemos se realmente aparecem, e se aparecem, como e de que forma foram, são ou serão utilizados. A sociedade exige mais trabalho e dedicação para a educação. Confiram a matéria e tirem suas conclusões:
“Das 58 escolas estaduais que constam no diagnóstico da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), apenas dez foram consideradas boas. Para mudar esse cenário, a SDR montou um plano de ação. De acordo com a gerente regional de Educação de Joinville, Clarice Portella, nos próximos 15 dias, deve ser lançado um edital de licitação no valor de R$ 1,5 milhão para a manutenção das escolas estaduais da região.
— Teremos esse valor para investir até o fim do ano. Por exemplo, se uma escola avisar que o vidro está quebrado, vamos consertar imediatamente —, explica. Clarice garante que a SDR já tem verba destinada para isso, mas precisa da assinatura do governador Raimundo Colombo para lançar o edital. A intenção é repetir esse processo todos os anos.
Enquanto o dinheiro do poder público não chega, as escolas encontram ajuda na comunidade. Para manter os prédios sem problemas – a média de idade das escolas é de 41 anos e só cinco delas têm até dez anos –, os colégios fazem rifas, bingos e sorteios. É quase uma unanimidade a participação da comunidade na busca de recursos para a manutenção.
A professora de mestrado e doutorado em educação da Univali Verônica Gesser diz que não é possível afirmar que existe essa relação em todas as escolas, mas reconhece que é comum e faz um alerta. — Não é responsabilidade dos pais arrecadar dinheiro para arrumar a escola. Isso é dever do Estado. Mas vemos que quando é necessário, eles organizam festas e rifas para melhorar o local onde os filhos estudam —, comenta. A gerente Clarice defende que o papel da comunidade é importante. — As famílias, a sociedade e até os empresários precisam estar conscientes do seu papel na manutenção da escola —, enfatiza”.
A matéria é assinada por Julimar Pivatto.