Mulheres hoje e sempre… parte 1

Como o dia de hoje é totalmente delas, as mulheres, maravilhosas, guerreiras, corajosas, lutadores, trabalhadoras, amigas, amantes, companheiras, seres humanos que batalham muito mais na vida que nós homens – sim, nós achamos que fazemos muito, mas não chegamos nem perto delas… – o Blog Palavra Livre resolveu postar poucas, mas boas coisas para elas… começando com esse poema de Martha Medeiros, “Quando chegar”, brindando a todas com belas palavras delas mesmas… curtam!

Quando chegar

Quando chegar aos 30
serei uma mulher de verdade
nem Amélia num ninguém
um belo futuro pela frente
e um pouco mais de calma talvez

e quando chegar aos 50
serei livre, linda e forte
terei gente boa ao lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe

e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade.”

Martha Medeiros é uma jornalista e escritora brasileira. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.

 

Reflexão do dia com Martha Medeiros – Mãe

Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães,ok?
Desconstruir alguns mitos.
Não, não precisa se preocupar.
Não é nada ofensivo, eu também sou mãe…e avó!

Vamos lá:

MÃE É MÃE: mentira !!!

Mãe foi mãe, mas já faz um tempão!
Agora mãe é um monte de coisas: é atleta, atriz, é superstar.
Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista.
Também é cozinheira e lavadeira.
Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito.

Mãe às vezes também é pai.
Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão.
Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de
rock pra desespero de algumas filhas, entra na briga por um namorado.
Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!):
moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser
também namora, trabalha, adora dançar.

Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de
trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora.
Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres.

Mãe já foi mãe, agora é mãe também.

MÃE É UMA SÓ: mentira !!!

Sabe por quê?
Claro que sabe!
Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso.
De certa forma, tem duas mães.
Tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida.
Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular.
E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa.
Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta
que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um
pouco mães.

Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só
conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não
deixa de ser uma forma de exercer a maternidade.

O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.
SER MÃE é PADECER NO PARAÍSO: mentira!

Que paraíso, cara-pálida?

Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora,
onde crianças não entram.
Cara, estamos falando da vida real, que é ótima
muitas vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar.
Quanto a padecer, é bobagem.
Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada
no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar.

Por exemplo?
Ficar de madrugada esperando o filho ou filha
adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num
sítio que você não tem a mínima idéia de onde fica.
Aí a barra é pesada, pode crer…

MATERNIDADE é A MISSÃO DE TODA MULHER: mentira !!!

Maternidade não é serviço militar obrigatório!

Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha.
Como já disse o Vinicius: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los?
Vinicius era homem e tinha as mesmas dúvidas.
Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência.
Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena
nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço.

Mas acredito piamente que uma mulher pode
perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm
umas seis crianças na barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido
Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de
Fernando Pessoa.

É difícil, mas acontece.

MAMÃE, EU QUERO: verdade!

Você pode não querer ser uma, mas não conheço que não queira a sua.

5 anos: “Mamãe, te amo.”
11 anos: “Mãe, não enche.”
16 anos: “Minha mãe é tão irritante.”
18 anos: “Eu quero sair de casa.”
25 anos: “Mãe, vc tinha razão.”
30 anos: “Eu quero voltar pra casa da minha mãe.”
50 anos: “Eu não quero perder a minha mãe.”
70 anos: “Eu abriria mão de TUDO pra ter minha mãe aqui comigo.”…