Médicos Residentes – Udo Döhler volta atrás após forte pressão popular e de entidades

PalavraLivre-udo-dohler-prefeito-saude-cortes-medicos-residentesNa noite desta quarta-feira (10) o Prefeito Udo Döhler voltou atrás na decisão que havia tomado na última sexta (5), de cortar o número de médicos residentes no Hospital Municipal São José de Joinville (SC).

A Prefeitura alegava, ao anunciar os cortes, que teria uma economia de R$ 1,3 milhão ao ano nas finanças do município.

Imediatamente entidades como a Sociedade Joinvilense de Medicina, CDL, Ajorpeme e os próprios residentes fizeram duras críticas e pressão sobre a decisão do governo. A SJM já havia decidido ingressar na justiça contra a medida, por considera-la inconstitucional e altamente prejudicial à saúde da população.

A decisão foi criticada também por opositores e futuros candidatos à Prefeitura como Darci de Matos (PSD), Marco Tebaldi (PSDB), deputados estaduais, e até dentro do seu partido, o PMDB.

Nas redes sociais a repercussão foi altamente negativa, desgastando fortemente a já enfraquecida imagem do governo e do Prefeito.

Fontes da Prefeitura negam que o apelo popular e das entidades foi o fato para o recuo de Udo Döhler, mas sim porque o corte em Joinville, poderia afetar o Programa de Residentes em outras regiões do Brasil.

Da redação do Palavra Livre

Prefeito se defende e diz que cortes de residentes não vai afetar a saúde em Joinville (SC)

PalavraLivre-udo-dohler-prefeito-joinville-corte-medicos-sao-joseO prefeito de Joinville, Udo Döhler convocou uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (8), na própria Prefeitura. O assunto foi os atendimentos realizados pelos médicos residentes no Hospital Municipal São José que, segundo ele não serão prejudicados na unidade.

Na semana passada, a Prefeitura de Joinville informou que foi suspensa temporariamente a matrícula de 38 residentes do primeiro ano (R1) da Residência Médica e Residência Odontológica do Hospital Municipal São José. A medida foi tomada para proporcionar uma redução de custos no valor de cerca de R$ 1,3 milhão no ano.

A estrutura de atendimento desse quadro será mantida com outros 18 residentes (R1), que têm seus vencimentos custeados diretamente pelo Ministério da Educação, conforme diz a Prefeitura.

Os residentes “R2” e “R3”, continuarão a atuar e a estudar na unidade hospitalar, assim como os médicos do corpo clínico que continuarão a atender os pacientes. A medida tem caráter emergencial e não é definitiva.

“O serviço de residência não será extinto. Não teremos prejuízos no atendimento porque temos um corpo clínico de médicos que continuará prestando os serviços à população, além dos demais residentes existentes”, ressaltou o prefeito Udo Döhler.

O prefeito explicou ainda que em 2012 o Hospital Municipal São José perdeu o credenciamento como hospital escola pelo Governo Federal. Por isso teve redução de repasses para manter parte da estrutura dos residentes.

Com informações da PMJ e fontes

SJM aponta contradições nas decisões do prefeito Udo Döhler em relação aos médicos residentes

PalavraLivre-sociedade-joinvilense-medicina-udo-cortes-medicosRecebemos email da Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM) com uma nota contestando a decisão do governo Udo Döhler (PMDB) em cortar 56 vagas de médicos residentes no Hospital Municipal São José em Joinville (SC).

Contundente e didática, a nota expõe a fragilidade dos argumentos apresentados para o corte que vai afetar muito a já combalida saúde pública da maior cidade catarinense que, outrora, o empresário Udo Döhler iria resolver citando sempre o mantra “não falta dinheiro, falta gestão”.

Leia a nota:

As contradições de Udo Döhler

Contradição 1. Ministério da Saúde reconhece o papel fundamental do residente na assistência à saúde evidenciando que cerca de 39 milhões de atendimentos médicos são realizados por residentes, que são médicos graduados durante 6 anos e realizando especialização.

– Contudo, em Joinville, na contramão, essa mão de obra qualificada é marginalizada.

Contradição 2. O empresário de sucesso da indústria têxtil e alardeado como exímio administrador da área da saúde deteriora ativamente e a passos largos a maior instituição de saúde do município.

Contradição 3. O diagnóstico apresentado pelo prefeito municipal é de que o problema da saúde pública joinvillense não é dinheiro, mas gestão.

– Contudo, de uma hora para outra, o pagamento de 50 bolsas de residência médica e odontológica passaram a ser o centro do buraco monetário em que o HMSJ se encontra. Mas o problema não era gestão?

Contradição 4. Os gastos de cerca de 150 mil reais mensais relativos ao pagamento das bolsas dos residentes são tidos como insustentáveis.

– Contudo, o número de funcionários comissionados (às vésperas de ano eleitoral) cresce em ritmo jamais visto, incluindo no HMSJ.

– Além de tudo, as verbas destinadas à publicidade alcançam cifras de 15 milhões ao ano.

Contradição 5. O atual prefeito é reconhecido líder da classe empresarial da cidade e se vangloria do histórico de boa gestão da saúde na área privada.

– Contudo, como base para o cancelamento das matrículas, é flagrado a fazer a mais pura “contabilidade de padeiro” ou, no mínimo, deixa-se levar por assessores que realizam cálculos primários. Ex.: 50 bolsas de residência a Rs$ 2.976,26 cada resultam em desencaixe de Rs$ 148.813,00 mensais ou Rs$ 1.785.756,00 por ano aos cofres municipais.

– Contudo, não se leva em consideração que:

CENÁRIO 1                        

  1. 34 bolsas pagas pelo Ministério da Saúde =

MAIS Rs$ 101.192,84/mês

  1. 36 bolsas subsidiadas pelo ministério de Saúde através de repasse de incentivo do programa “Mais Especialistas” do governo federal  =

MAIS Rs$ 108.000,00/mês

  1. As 50 bolsas restantes, a cargo do hospital, totalizam =

MENOS Rs$ 148.813,00/mês

IMPACTO NAS CONTAS MENSAIS: Rs$ 148.813,00 NEGATIVOS

CENÁRIO 2

  1. A subtração dos residentes resultará num déficit de atendimento muito grande com a necessidade premente de:

– Contratação e/ou concurso público para médicos hospitalistas :

– Embora a Secretaria da Saúde diga que não serão contratados novos médicos, a necessidade existe. O custo estimado de apenas uma escala de médicos hospitalistas clínicos para atendimento de intercorrências nas enfermarias clínicas é de aproximadamente:

MENOS Rs$ 90.000,00

– O custo estimado de uma escala de médicos para atendimentos na emergência interna do hospital resultaria é de aproximadamente:

MENOS Rs$ 90.000,00

– Custo estimado de apenas uma escala de médicos hospitalistas cirurgiões para atendimento de intercorrências nas enfermarias cirúrgicas é de aproximadamente:

MENOS Rs$ 90.000,00

– O custo aproximado da contratação de (apenas) uma escala de médicos que atuem como cirurgiões auxiliares dos atos operatórios (como é determinação do CFM) é de aproximadamente:

MENOS Rs$ 90.000,00

– A interrupção do repasse do incentivo do “Mais Residências” que ocorreria em função da medida administrativa em pauta seria de:

MENOS Rs$ 108.000,00

IMPACTO NAS CONTAS MENSAIS: Rs$ 468.000,00 NEGATIVOS

– O cancelamento das matrículas também impede qualquer possibilidade de se pleitear a condição de hospital de ensino, o que tira definitivamente a perspectiva de obtermos um incentivo mensal de Rs$ 220.000,00.

IMPACTO ADICIONAL MENSAL: MENOS Rs$ 688.000,00

Contradição 6. Fala-se em diminuir prejuízos,

– Contudo, não se leva em consideração que há uma grande diferença em desembolsar Rs$ 150.000,00 e Rs$ 688.000,00.

Contradição 7. O programa de governo visava melhorar a assistência à população, fato que necessariamente requer investimentos.

– Contudo, não se leva em consideração que o crédito de uma ação política não reside apenas em valores monetários, mas no bem-estar da população.

Contradição 8. O País inteiro vivencia a carência de médicos especialistas e cria-se o programa “mais médicos” e “mais especialistas”. A residência não é mera mão de obra médica que atende à população, mas é um grande multiplicador de conhecimento e melhorias da assistência à saúde em todo o município.

– Contudo, em Joinville, vagas de formação de especialistas são fechadas.

Contradição 9. Recentemente, a “gestão” atual assinou convênio com Ministério da Saúde e Ministério da Educação Hospital comprometendo-se a abrir mais vagas de residência.

– Contudo, menos de dois anos depois, toma a intempestiva e desmedida ação de suspender as matrículas de novos residentes já aprovados em concurso.

Contradição 10. O governo atual prega a honestidade e a lisura dos processos.

– Contudo, “rasga-se” um edital público que é um compromisso com a sociedade e teórica garantia de transparência, toma-se atitudes autoritárias sem a devida consultoria  técnica, utiliza-se do subterfúgio da publicação ao apagar das luzes de um feriado de Carnaval na tentativa de esvaziar os argumentos e movimentos contrários.

Contradição 11. A residência do HMSJ gera “prejuízo” – alegado pela prefeitura.

– Contudo, o hospital privado do município, administrado pelo prefeito municipal, abre vagas de residência multidisciplinar e se prepara para iniciar o programa de residência médica. Qual a fórmula mágica que faz o prejuízo não existir na instituição privada? O grande gestor da saúde não previu o dito prejuízo?

Contradição 12. A prefeitura firmou compromisso do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde, que ampliaria o número de vagas de residência, com a intenção de acessar Rr$ 108.000,00 mensais, pois isso ajudaria a subsidiar melhorias no hospital.

– Contudo, apesar do hospital relatar a necessidade de melhorias em várias áreas, esse projetos de melhoria não foram formulados e tampouco executados, sob a alegação de outras prioridades.

Contradição 13. A prefeitura firmou compromisso com o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde de que não usaria esses Rr$ 108.000,00 mensais para pagar bolsas (conforme explicitado na portaria específica), pois isso ajudaria a subsidiar melhorias no hospital.

– Contudo, a Secretaria Municipal da Saúde afirma que esse dinheiro será usado diretamente para pagar bolsas. Esse dado demonstra absoluto desconhecimento da secretaria sobre os trâmites legais. A secretária não é advogada?

Contradição 14. O número de bolsas alardeado na nota de esclarecimento da prefeitura publicada ontem à noite conta 170 residentes em diversas áreas, dando a impressão de que a supressão de 56 resultaria num impacto pequeno, pois restariam 114 médicos.

– Contudo, a prefeitura, no mínimo, induz ao erro quando emite essa nota. O número de residentes do hospital é de 162, sendo que 20 deles não é de médicos. Além disso, das 142 vagas de residência médica, 117 estão ocupadas. Ao retirarmos 56 médicos, restarão 70 médicos para realizar o atendimento.

Contradição 15.  Na nota, a prefeitura diz que a suspensão será de apenas 56 bolsas e que depois tudo voltará ao normal.

– Contudo, ignora-se que:

  1. a) Sem R1 do primeiro ano em 2016 não haverá R2 em 2017.
  2. b) Sem R1 do primeiro ano em 2016 não haverá R3 em 2018.
  3. c) Com o cancelando as matrículas haverá cancelamento imediato de qualquer pleito de formação junto aos Ministérios da Educação e da Saúde.
  4. d) Com o cancelando as matrículas há risco de cancelamento imediato de qualquer repasse financeiro destinado à residência pelos Ministérios da Educação e da Saúde.

Contradição 16. O prefeito se vangloria de uma gestão baseada em dados técnicos e consulta às equipes da área.

– Contudo, ainda não sabemos quais foram os técnicos do hospital, os assessores jurídicos, os empresários e, principalmente, os médicos que o assessoraram.

Assinado, Sociedade Joinvilense de Medicina

Governo Udo Döhler (PMDB) corta 56 vagas de médicos residentes no Hospital São José

PalavraLivre-udo-dohler-sao-jose-corte-saudeNa última sexta-feira (5), a Prefeitura de Joinville divulgou uma portaria informando que suspenderia, por tempo indeterminado, a matrícula de 56 profissionais da saúde residentes no Hospital Municipal São José.

De acordo com a direção do hospital, os médicos que seriam contratados em fevereiro e ingressariam na categoria R1 de residência médica não serão chamados pela unidade, mas as residências que já estão formalizadas com o hospital, denominadas R2 e R3, permanecem inalteradas.

A decisão, de acordo com nota oficial divulgada pela Prefeitura, foi tomada por conta de contenção de gastos — a Prefeitura alega uma economia de R$ 1,3 milhão.

A decisão não agradou a categoria, que se manifestou na tarde de ontem cobrando uma resposta do município. Segundo os residentes, a economia não justifica a não contratação dos profissionais, que oferecem mão de obra qualificada por um preço baixo.

De acordo com a portaria anunciada pela Prefeitura, os 56 profissionais que não serão chamados para o começo de 2016 abrangem as especialidades de anestesiologia, cirurgia da mão, cirurgia geral, clínica médica, medicina intensiva, neurologia, nefrologia, ortopedia, traumatologia e patologia.

Atualmente, 170 médicos residentes atuam no São José em mais de dez especialidades. As 56 contratações elevariam o número para 226 profissionais.

Problema é a reposição
Segundo o Conselho de Medicina, a preocupação não é apenas com a diminuição de profissionais atuando no hospital, mas com a reposição destes profissionais.

O Sindicato dos Servidores públicos de Joinville (Sinsej) também se pronunciou alegando preocupação com a decisão tomada pela direção do Hospital.

— É preocupante que, com problemas constantes na capacidade de atendimento do São José, que geralmente opera com profissionais que precisam trabalhar dobrado para atender a demanda de pacientes, a direção decida suspender a contratação de residentes, que ajudam na prestação de socorro à população. Precisamos de mais pessoas trabalhando no São José, e não menos — disse o vice-presidente do Sinsej, Tarcísio Tomazoni Junior.

As duas entidades devem se pronunciar na próxima semana sobre a decisão da Prefeitura. Nesta sexta, o Conselho de Medicina já se reuniu com residentes.

Paralelamente, o presidente do Hospital São José, Paulo Manoel de Souza, se reuniu com o prefeito Udo Döhler e a secretária da Saúde, Francieli Schultz, para debater o tema das residências no São José.

Com informações do Diário Catarinense

Casal de médicos abre hospital que cobra R$ 10 por consulta e R$ 500 por cirurgia

À primeira vista, os prédios vermelhos e brancos parecem um simples albergue público em meio ao barulho de Hajipur, uma cidade em rápido desenvolvimento no Estado de Bihar, no norte da Índia.

Mas olhe atentamente e você verá uma torrente de pessoas entrando no Hospital Aastha, administrado por um casal de médicos empreendedores que deixou empregos lucrativos no setor privado indiano para criar um lugar que oferecesse tratamento de qualidade a preços acessíveis.

O cirurgião Atul Varma e a oftalmologista Jayashree Shekhar estão conseguindo derrubar a ideia corrente de que só os ricos conseguem tratamento de saúde de qualidade na Índia.

O país gasta apenas 1% de seu PIB na saúde, um dos menores índices no mundo. Consequentemente, o gasto dos indianos com a saúde privada corresponde a 69% do total de despesas domésticas, um dos mais altos no mundo. Milhões de indianos são levados à falência pelo alto preço dos tratamentos.

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Apesar de o governo oferecer saúde pública gratuita, somente 22% da população rural e 19% da população urbana frequenta os ambulatórios estatais.

Desorganização

Em Bihar, o sistema público de saúde é bastante desorganizado, apesar de o Estado ter 800 hospitais e centros de saúde primária públicos e cerca de duas mil clínicas ou casas de repouso privadas. As leis federais que regulam o sistema privado são pouco controladas.

A proporção de um médico para cada 18 mil pacientes faz com que os profissionais estejam sempre exaustos e os pacientes desconfiem do atendimento. É difícil para os mais pobres conseguir o reembolso do valor de consultas e procedimentos através de seus modestos planos de saúde estatais sem pagar propina.

Além disso, cerca de dois terços dos medicamentos no mercado são falsos, segundo estimativas.

Centro cirúrgico do Hospital Aastha | Foto: Prashant Ravi
Hospital de 12 leitos foi construído com empréstimo; casal planeja aumentar o espaço
Varma examina pacientes | Foto: Prashant Ravi
Médicos decidiram abrir hospital após observar dificuldade de conterrâneos para conseguir tratamento
Casal de médicos diante de hospital | Foto: Prashant Ravi
Varma e Shekhar pretendem construir novo hospital de 100 leitos para pobres em Bihar

Há sete anos, o casal de médicos voltou a seu Estado natal depois de trabalhar em outras partes da Índia e também em outros países. Varma trabalhava em um hospital público antes de decidir, juntamente com sua esposa, abrir o hospital popular.

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“Em um dos maiores hospitais públicos de Nova Déli, onde eu trabalhei durante algum tempo, encontrei pacientes de Bihar esperando dias a fio para conseguir uma internação”, diz o cirurgião de 43 anos.

“Podíamos fazer muito pouco, já que não havia leitos disponíveis. Fiquei pensando que precisávamos fazer algo em nossa casa.”

O casal fez um empréstimo no banco para comprar um antigo edifício escolar – a escola havia mudado para um local próximo – e transformá-lo em um hospital de 334 metros quadrados e 12 leitos, que abriu no ano passado.

Eles cuidaram de cada detalhe: um consultório espaçoso, um centro cirúrgico limpo e funcional, instalações elétricas à prova de fogo, uma farmácia, colchonetes d’água para manter o local fresco no verão e um sistema de ventilação que mantém o local arejado.

‘Nem tudo está perdido’

A sala de espera no térreo tem pacientes todos os dias e Varma realiza cirurgias gerais, vasculares e laparoscópicas em pacientes que muitas vezes vêm de vilarejos longínquos.

A clínica cobra 200 rúpias (cerca de R$ 10) por consulta e entre 8 mil e 12 mil rúpias (R$ 410 a R$ 616) por cirurgias. É uma pequena parte do que os outros 500 centros de tratamento de Hajipur cobram de seus pacientes.

Dois orientadores psicológicos treinados conversam com os pacientes e os “educam” sobre suas doenças.

Desde que foi aberto, o Hospital Aashtha já tratou pacientes que vão de um bebê nascido sem o reto até um homem de 108 anos que precisava de uma cirurgia de próstata.

Shekhar atende paciente | Foto: Prashant Ravi
Índia gasta apenas 1% de PIB com saúde pública e leis para sistema privado costumam ser desobedecidas

No mesmo bairro, o casal de médicos administra outras clínicas, que oferecem tratamento de baixo custo a pacientes todos os dias.

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O fornecimento de água e de eletricidade é cortado com frequência – a falta de luz é comum e um gerador a diesel é usado como substituto.

O casal leva mais de uma hora e meia para completar a jornada de apenas 18 quilômetros de sua casa, na cidade de Patna, até o hospital, passando por uma ponte famosa por seus engarrafamentos.

“Algumas vezes eu estou tão cansado quando chego ao hospital que não consigo atender os pacientes”, admite Varma.

Mesmo assim, o cirurgião e a oftalmologista não pensam em desistir.

Pelo contrário, o plano é expandir o hospital e construir mais um andar. Eles também aguardam resposta do governo, há mais de três anos, sobre um terreno não aproveitado de quatro mil metros quadrados para construir um hospital de 100 leitos para os pobres.

“Não vamos desistir. Nem tudo está perdido”, diz Atul Varma.

Com informações da BBC Brasil

Sem médicos no Zequinha, Prefeitura promete chamar concursados…

Surpreendida pelo pedido de exoneração de 13 médicos ortopedistas do Hospital Municipal São José na manhã de quarta-feira (4), a Secretaria de Saúde de Joinville anunciou no mesmo dia durante entrevista coletiva com a imprensa que fará a substituição com a chamada de alguns concursados e outros a serem contratados em caráter emergencial.

A decisão foi anunciada pelo prefeito Udo Döhler e pelo secretário da Saúde Armando Dias Pereira Júnior como resposta ao pedido de exoneração dos médicos. O prefeito disse que os demissionários não explicaram a razão da saída coletiva. “O que nos preocupa, neste momento, é tranquilizar a população e informar que estamos tomando todas as providências para normalizar a situação”, afirmou o prefeito.

Para suprir a baixa dos 13 ortopedistas, a primeira providência será a convocação de quatro concursados que aguardam chamada do Hospital São José. A medida seguinte será a abertura de processo seletivo emergencial.

Os demissionários estão na relação dos que não batiam ponto. O diretor do Hospital São José, Marcos Krelling, informou que, até julho, quando houve a recomendação do Ministério Público e do Tribunal de Constas na implantação do relógio-ponto, 85% dos médicos não batiam o ponto ou registravam apenas a entrada. Entre os que pediram demissão, o mais velho atuava no hospital desde 1992, portanto há 19 anos.

Apesar da baixa de 40% do corpo clínico de ortopedistas com a saída dos 13 médicos, a direção do Hospital São José não registrou ontem qualquer cancelamento de cirurgia, apesar de ser uma das áreas mais requisitadas. Por dia, em média, são realizados dez procedimentos ortopédicos.

Da PMJ

Ato Médico: Governo insiste em manter vetos

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou nesta terça-feira (20) que o governo vai insistir nos vetos à Lei do Ato Médico. A proposta tranca a pauta de votações do Congresso. Segundo Ideli, o governo conta com o apoio da maioria dos líderes partidários para manter a decisão da presidenta Dilma Rousseff.

“O governo já encaminhou um projeto alternativo em que garante o diagnóstico e a prescrição aos médicos, mas desde que se respeitem os protocolos em vigor do SUS [Sistema Único de Saúde], onde determinadas situações e demais profissões da área da saúde têm atuação e ação na prescrição”, afirmou a ministra.

O descontentamento da categoria em relação ao governo está no fato de o veto presidencial à Lei dos Ato Médico retirar desses profissionais a exclusividade de formulação do diagnóstico de doenças e da direção e chefia de serviços médicos.

Ideli ressaltou que o governo ainda busca um entendimento com os líderes partidários a respeito de outros vetos, como ao novo modelo do Fundo de Participação dos Estados (FPE); o aumento do Benefício Garantia-Safra, no qual foi incluído um trecho sobre a licença de taxistas; e ao fim da multa adicional de 10% no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) por demissões sem justa causa. Esses itens não devem ser analisados na sessão do Congresso Nacional desta noite, que apreciará as negativas presidenciais aos projetos aprovados por parlamentares.

A ministra ressaltou que caberá ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), definir quais vetos devem entrar na pauta da sessão de hoje. Renan receberá líderes partidários às 15h para discutir o assunto.

Do Congresso em Foco

Médicos que não querem mais médicos, políticos que não querem o povo participando, sociedade hipócrita

hipocritaA hipocrisia da nossa sociedade é transparente quando aparecem as verdadeiras soluções para nossos problemas. Na saúde, o governo federal quer trazer médicos estrangeiros porque os daqui não querem ir ao interior. E ainda lança um projeto que paga tudo para que os novos médicos atendam as regiões mais carentes.

Resultado? Classe médica contra… por quê? Porque vai resolver? Esse é o problema, não querem que se resolva…

Na política, lança-se a proposta de reforma política com um plebiscito, para que o povo vote quais as mudanças que deseja, e o Congresso Nacional vote, para mudar essa vergonha que é o nosso sistema político. O que fazem alguns pensadores, e os próprios líderes dos partidos, ameaçados de perder exatamente o que os faz eternizar no poder no Congresso, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores e Executivos de Estados e Municípios?

Enterram a chance de o povo participar e mudar a bandalheira. Criam as famosas comissões que vão mudar tudo para não mudar nada. Porque são contra plebiscitos? Porque são contra as mudanças no sistema?

Porque não querem mudar, não querem nenhuma resolução de verdade! Um país hipócrita, que se engana, onde grupos defendem seu quinhão, e a coletividade fica à deriva!

Hipocrisia é pouco, e está por todas as partes da nossa sociedade. Ou mudamos, ou viramos todos grandes hipócritas vivendo de fantasias de um futuro próximo que jamais chegará.

SUS: inclusão de novos medicamentos e tecnologias dobra em 2012

Criada em 2011, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) acelerou e qualificou a inclusão de novos medicamentos na rede pública. Em um ano, o Ministério da Saúde incluiu 29 medicamentos e procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), o que equivale ao dobro da média de incorporações feitas nos últimos seis anos antes da criação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), em 2011.

Formada por seis órgãos de saúde, incluindo o Ministério, a Conitec já analisou quatro vezes mais tecnologias do que a média entre 2006 e 2011. Mais de 20% delas foram aprovadas e estarão disponíveis na rede pública ainda no primeiro semestre deste ano. O primeiro deles começou a ser distribuído aos estados essa semana: o oncológicotrastuzumabe, usado para tratar o câncer de mama. Ao todo são 29 medicamentos e procedimentos, entre os quais as vacinas para hepatite A e tetra viral, os biológicos para artrite reumatóide e o antirretroviral maraviroque. “Com a Conitec, os usuários do SUS têm acesso mais rápido a novos medicamentos, de forma segura, uma vez que eles passam por rigorosa avaliação científica de especialistas”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Para aprovar uma nova tecnologia, a Conitec exige documentos e estudos que comprovem evidência clínica consolidada, eficácia, eficiência e custo-benefício dos produtos. O processo conta ainda com a participação da sociedade por meio de consultas públicas. Tais exigências criam a cultura nas empresas de apresentarem propostas a partir de estudos científicos que justifiquem seus produtos.

Apesar do enrijecimento dos critérios para aprovação, há rapidez no processo porque a Conitec respeita prazos para deliberação e oferta dos produtos.

A criação da comissão também garante economia orçamentária para o governo. Apesar da incorporação de um maior número de procedimentos e medicamentos, o percentual do gasto do Ministério com assistência farmacêutica se mantém na mesma média dos últimos 10 anos.

A estimativa é que essas inclusões tenham um impacto de R$ 1 bilhão no orçamento. “O investimento atende a prioridade do Ministério da Saúde de garantir o acesso a tratamentos modernos, eficazes e gratuitos. Com isso, reduzimos as complicações decorrentes do agravamento das doenças, possibilitamos melhor qualidade de vida dos pacientes e reduzimos os gastos com internações e ações judiciais”, afirma o secretário de ciência e tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

PRAZOS – Para o processo de análise, a Lei 12.401/11, que regulamenta a Conitec, prevê um prazo de 180 dias. O pedido de incorporação de um medicamento pode ser feito pela empresa fabricante, por um paciente ou entidade civil. Porém, para ser analisado, o medicamento deve ter registro na Anvisa.

Após a recomendação favorável pela incorporação e publicação em portaria, o SUS tem mais 180 dias para garantir e disponibilizar a tecnologia à população. Esse prazo permite que o Ministério da Saúde defina a forma de compra do produto (centralizada – sob responsabilidade do governo federal, ou descentralizada – com subsídios de estados e municípios) e elabore ou atualize o protocolo clínico (que orienta os profissionais de saúde quanto ao uso do medicamento) e faça a distribuição do produto às secretarias estaduais de saúde.

Atualmente, outras 45 tecnologias estão em análise pela Conitec para possíveis incorporações mediante a elaboração ou a atualização de protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas. Para conferir o processo de análise em que se encontram os medicamentos, basta acessar o site:

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1611

Do Portal da Saúde

Conselho de Medicina de SP reprova mais da metade dos recém-formados

Mais da metade dos alunos recém-formados em medicina no estado de São Paulo foram reprovados no exame do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). A prova foi realizada em novembro deste ano e é obrigatória a todos os formandos do estado.

Dos 2.411 participantes, 54,5% acertaram menos de 60% da prova, ou seja, menos de 71 das 120 questões. O exame contou com a presença de 2.525 estudantes das 28 escolas médicas paulistas que funcionam há mais de seis anos. Desses, 114 tiveram suas provas invalidadas.

Ao todo, 2.943 recém-formados se inscreveram na avaliação. Desses, 71 (2,5%) não compareceram. Dos 2.872 presentes, 119 (4,2 %) tiveram as provas invalidadas (114 de São Paulo e cinco de outros estados), sendo que 86 boicotaram o exame, assinalando a letra “b” em todas as questões, e 33 apresentaram outros padrões de respostas consideradas pelo Cremesp como inconsistentes.

Compareceram à prova recém-formados de 51 cursos de medicina de outros estados (347, do total de 2.872 presentes) que irão se registrar no Cremesp e atuar em São Paulo.

O exame contou com 120 questões objetivas de múltipla escolha que abrangem problemas comuns da prática médica, de diagnóstico, tratamento e outras situações, em nove áreas básicas: clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde mental, epidemiologia, ciências básicas e bioética.

 

Áreas de conhecimento Médias (% de acertos)
Saúde Mental 41,0
Saúde Pública 46,1
Clínica Médica 53,1
Pediatria 55,3
Ginecologia 55,4
Ciências Básicas 61,0
Obstetrícia 63,1
Clínica Cirúrgica 66,7
Bioética 66,9

Fonte: Cremesp
Os resultados apontam que a média (percentual de acertos da prova) foi maior entre os cursos de medicina públicos (63,74% de acertos), quando comparados com os participantes oriundos de instituições privadas (54,38 % de acertos).

De acordo com o Cremesp, o comprovante de participação na prova será exigido para o registro profissional do médico no órgão, mas o registro não dependerá do desempenho ou da aprovação no exame. O resultado é confidencial.

“Por força de lei, o Cremesp não pode condicionar o registro à aprovação em um exame. Isso exigiria uma lei federal, como a que instituiu o exame da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], o que está em tramitação no Congresso Nacional”, informou o conselho em nota. Os inscritos que faltaram ao exame do Cremesp no dia 11 de novembro deverão apresentar justificativa.

Da Ag. Brasil