Lista da Odebrecht atinge em cheio o sistema político e agrava a instabilidade

Ao todo, cerca de 300 políticos brasileiros de 18 partidos políticos constam na lista que a Polícia Federal (PF) encontrou, na busca e apreensão realizada nos escritórios da empreiteira Odebrecht, como receptadores de propina distribuída pela maior empreiteira nacional.

Diante da disposição dos executivos da empresa, de firmar delação premiada perante a Justiça Federal, o ambiente na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira — antevéspera do feriadão de Páscoa — era tenso.

Cunha foi gravado na lista da Odebrecht como 'Caranguejo'

Nos corredores, os semblantes refletiam a última notícia corrente, resumida numa frase dita entre os dentes, na qual palavras como ‘fim do mundo’, ‘terra arrasada’, ‘encerramento da República’ podiam ser ouvidas em tons bem discretos.

Segundo experiente assessor parlamentar, em conversa com a reportagem do Correio do Brasil, “o panorama da Casa tende a mudar, radicalmente, a partir da delação premiada de Marcelo Odebrecht”. — Ele sabe tudo sobre os governos de FHC, Lula e Dilma — acrescentou.

Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que leu o nome do presidente de seu partido, Roberto Freire, na lista dos beneficiários de doações da empreiteira envolvida no escândalo investigado pela Operação Lava Jato, a “taxa de instabilidade política” aumentou exponencialmente, nas últimas horas.

Jungmann lembrou, em conversa com jornalistas, nesta manhã, que no caso do impeachment do atual senador Fernando Collor de Mello (PR-AL), em 1992, a estabilidade política foi assegurada pouco depois, cenário sobre o qual não há a menor garantia de que se repita, doravante, diante da dimensão que o caso acaba de ganhar.

— Em eventual governo Temer, há algo que está de fora do controle da política, que é a Operação Lava Jato — disse, ainda acreditando que haverá o impedimento da presidenta Dilma.

PalavraLivre-lista-odebrecht-crise-politica-agravaEm nota oficial, a empreiteira Odebrecht confirma a existência de “um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”.

Lista da Odebrecht
Da lista localizada pela Polícia Federal, em poder da Odebrecht, constam nomes exponenciais como o do ex-presidente José Sarney (gravado com o codinome ‘Escritor’), do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral (Proximus), do prefeito do Rio, Eduardo Paes (Nervosinho), do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Carangueijo), do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (Grego), e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), grafado como ‘Cacique’.

Todos, agora, passam a constar dos autos da PF, no âmbito da Lava Jato. Ao todo, são cerca de menos 200 parlamentares e chefes do executivo de partidos diversos que vão do PCdoB ao PSDB. De pronto, é possível constatar que muitos dos nomes daqueles que pedem o impeachment da presidenta foram citados na lista.

Mas o da presidenta Dilma, não aparece. Ressalta-se que a lista não distingue quem recebeu recursos legalmente, com declaração feita ao TSE, e quem recebeu via caixa 2 – com isso podem ocorrer injustiças – pedimos cautela na análise. Ao todo são 18 partidos políticos.

A lista não distingue doação legal de campanha, que foi declarada ao TSE ou TRE, das distribuições ilegais – via caixa dois.

Ela não foi ainda transformada em documento para a Delação Premiada porque, segundo revela a colunista de política Tereza Cruvinel, do site 247, ela conteria nomes além do PT.

Com isso, revela, o processo que pretende excluir Lula das próximas eleições presidenciais estaria naufragado. Os documentos apreendidos pelas quatro equipes de investigadores da PF estavam em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana.

Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio. Nomes e codinomes são usados na lista. Eduardo Cunha (presidente da Câmara Federal) seria o “caranguejo”.

Jacques Wagner, o “Passivo”. Já a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) é chamada de “avião”. Outro nome conhecido é de Paulinho da Força que disse estar arrecadando recursos para iniciar uma ampla campanha pelo impeachment de Dilma.

Leia, aqui, a lista completa, com o discernimento que nem todos os nomes citados estão envolvidos na distribuição de propina. Alguns receberam doações legais.

Com informações do Correio do Brasil e Agências

Lava Jato – Odebrecht decide colaborar com investigações

PalavraLivre-odebrecht-colaboracao-delacao-premiada-lava-jatoA empreiteira Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato, informou ontem (22) que decidiu colaborar de forma “definitiva” com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), que cuida das investigações. Os executivos da empresa deverão fazer acordos de delação premiada.

Em comunicado chamado “Compromisso com o Brasil”, divulgado pela empresa diante do cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão da 26ª fase da Lava Jato, deflagrada hoje, a Odebrecht diz que a decisão foi tomada após avaliações e reflexões de acionistas e dos executivos.

De acordo com os procuradores do Ministério Público Federal, a empreiteira tinha um departamento responsável pelo pagamento de propina. A Polícia Federal também investiga pagamento de propina na construção Arena Corinthians, conhecida como Itaquerão, em São Paulo.

Apesar das acusações de pagamento de propina, a empresa declarou que “não tem responsabilidade dominante” sobre a investigação, que, segundo a empreiteira, “revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”.

O principal executivo da empreiteira, Marcelo Odebrecht, está preso desde junho do ano passado em Curitiba. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal à Justiça, o empresário está envolvido diretamente no esquema de pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e atuava orientando as atividades dos demais acusados ligados à empreiteira.

Com informações de portais de notícias

Odebrecht é novamente alvo da Lava Jato

PalavraLivre-marcelo-odebrecht-operacao-lava-jatoO grupo Odebrecht é o alvo de mais uma fase da operação “lava jato”, que ocorre nesta terça-feira (22/3). De acordo com o Ministério Público Federal, o objetivo é investigar estrutura secreta do grupo usada para pagamentos ilícitos até o pelo menos o segundo semestre de 2015.

A ação é um desdobramento da 23ª fase da operação que, com a apreensão de material, descobriu um esquema de contabilidade paralela no grupo Odebrecht, destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, “vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas”.

Ao todo estão sendo cumpridos 110 mandados sendo 67 de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva. A operação acontece em oito estados (São Paulo, Rio de janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco).

Em nota, a Odebrecht confirma que foram cumpridos mandados em escritórios e residências de integrantes da empresa. Além disso, informa que tem prestado todo auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários.

Segundo o Ministério Público, o material apreendido anteriormente durante a operação revelou indícios de que foi instalado dentro da estrutura da Odebrecht um setor organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empreiteira, chamado “setor de operações estruturadas”. Esse pagamentos teriam sido feitos, pelo menos, até novembro de 2015, conforme troca de e-mails entre os investigados.

De acordo com os investigadores, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas.

Para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios, utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes.

O Ministério Público Federal aponta que pelo menos 14 executivos de outros setores do grupo Odebrecht encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores ficassem centralizados nesta estrutura específica.

“Essas evidências abrem toda uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas”, diz o MPF.

Marcelo Odebrecht
Nesta fase da operação, os investigadores voltam a acusar o presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht, que está preso e foi condenado pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Varal Federal de Curitiba, a 19 anos de prisão por crimes praticados durante sua gestão.

Segundo o Ministério Público Federal há novas evidências de que Marcelo Odebrecht não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana. Essa constatação, segundo os investigadores, foi possível graças planilhas obtidas e anotações contidas no celular de Marcelo.

Ao justificar os pedidos de prisão preventiva, o MPF aponta que além de evidências de pagamentos de propinas vultuosas, mesmo depois da 14ª fase da “lava jato”, que teve como foco a empreiteira, houve também indicativos de obstrução à investigação, com a destruição de arquivos e informações, bem como as provas de mudança para o exterior, por conta da empresa.

Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF.

Lava Jato – Justiça determina prisão de mais seis pessoas em nova operação

PalavraLivre-operacao-lava-jato-novas-prisoesPor determinação da Justiça, a Polícia Federal cumpre na manhã desta segunda-feira (22/2) mais uma série de mandados judiciais, sendo seis de prisões temporária, relacionados à operação “lava jato” — que apura um esquema de corrupção na Petrobras.

Entre os alvos estão a empreiteira Odebrecht e o marqueteiro João Santana, das campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Há um mandado de prisão temporária expedido contra Santana, mas ele está no exterior e não foi preso. Mesmo assim, a Polícia Federal está fazendo buscas no apartamento do marqueteiro, em Salvador.

Logo que foi noticiado pelos jornais que o marqueteiro estava sendo investigado, no início de fevereiro, o advogado de Santana, Fábio Tofic Simantob, criticou duramente o vazamento seletivo de informações à imprensa e pediu acesso à investigação.

O pedido, no entanto, foi negado pelo juiz Sergio Moro, que alegou que a divulgação das informações solicitadas poderia colocar em risco a investigação e possibilitar a destruição de provas.

Em relação ao que foi divulgado, Tofic esclareceu que seu cliente nunca negou possuir empresas no exterior, justamente por já ter feito trabalhos em outros países.

Neste sábado (20/2), a defesa do marqueteiro protocolou petição informando que Santana e sua mulher estão à disposição “para prestar todos os esclarecimentos necessários à descoberta da verdade”.

Também é alvo desta fase da operação o engenheiro Zwi Skornicki, que, segundo as investigações, operava propinas no esquema da Petrobras investigado pela “lava jato”.

Ao todo, os policiais estão cumprindo 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. Os mandados são cumpridos nos estados da Bahia (Salvador e Camaçari), Rio de Janeiro (capital, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba) e São Paulo (capital, Campinas e Poá).

O objetivo das investigações desta fase, segundo a PF, é o cumprimento de medidas cautelares relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina no âmbito da Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam US$ 7 milhões.

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal.

Pagamentos no exterior
Os mandados cumpridos nesta segunda-feira estão relacionados à investigação de possíveis crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, por meio de pagamentos ocultos feitos no exterior pelo operador financeiro Zwi Skornicki e por offshores controladas pelo Grupo Odebrecht em favor do casal de publicitários João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura.

De acordo com o Ministério Público Federal, Zwi Skornicki é investigado por ser um dos operadores financeiros que pagaram propinas para funcionários do alto escalão da Petrobras e da Sete Brasil, bem como para o Partido dos Trabalhadores (PT).

Entre 2003 e 2013, ele pagou mais de uma dezena de milhões de dólares em propina, que ficou comprovado por meio comprovantes de transferências. Segundo os colaboradores, os pagamentos foram feitos em benefício de contratos bilionários feitos pela empresa Keppel Fels com a Petrobras e Sete Brasil.

No período compreendido entre setembro de 2013 e novembro de 2014, especificamente, há evidências de que Zwi efetuou a transferência no exterior de pelo menos US$ 4,5 milhões, por meio de nove transações, para conta mantida no exterior pelos publicitários João Santana e Mônica Moura.

Conforme o MPF, a conta dos publicitários, em nome da offshore panamenha Shellbill Finance, não foi declarada às autoridades brasileiras.

Grupo Odebrecht
Segundo o Ministério Público Federal há ainda evidências de que o grupo Odebrecht, por meio de contas ocultas no exterior em nome das offshores Klienfeld e Innovation, já investigadas por pagarem propinas para Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, transferiram para a Shellbill US$ 3 milhões, entre abril de 2012 e março de 2013.

De acordo com o MPF, há indícios de que esses valores tratam de propina oriunda da Petrobras que foi transferida aos publicitários em benefício do PT.

O MPF aponta possível envolvimento de Marcelo Odebrecht em novos crimes, com o controle sobre os pagamentos feitos no exterior por meio de offshores, que seriam geridas por intermédio pessoas a ele subordinadas e ligadas, direta ou indiretamente, à Odebrecht.

Dentre as contas que seriam usadas, estavam as da Klienfeld e da Constructora del Sur. As apurações também revelaram indícios de que a conta da Klienfeld foi usada não só para pagar propinas para autoridades brasileiras, mas também em favor de autoridades argentinas.

Com informações das assessorias de imprensa da Polícia Federal e Ministério Público Federal

Marcelo Odebrecht na CPI da Petrobras: “Só dedura quem tem o que dedurar”

O presidente da Construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso desde junho em uma das fases da Operação Lava Jato, disse ontem (1º), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em Curitiba, que não pretende firmar acordo de delação premiada com a Justiça.

“Só dedura quem tem o que dedurar. O que não é o caso aqui. E há, sobretudo, questões de valores morais em uma decisão como esta”, disse Marcelo Odebrecht, que  respondeu parcialmente aos questionamentos dos membros da CPI.

O empresário afirmou que, “por questões processuais”, está impossibilitado de falar sobre as acusações de que teria participado do cartel de empresas que superfaturou contratos da Petrobras e pagava propina a partidos e agentes políticos em troca de favorecimento.

“Gostaria de ter oportunidade, nesta CPI, de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação”, argumentou Marcelo Odebrecht. “Não estou me negando a falar, estou limitado a falar e peço desculpas”.

Perguntado se teve conversas com a presidenta Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Petrobras, Marcelo Odebrecht respondeu ser “provável” e “natural” ter “conversas republicanas” sobre o tema com políticos e colegas.

“É difícil um empresário, representante de uma das maiores empresas do país, se encontrar com um amigo, com um empresário, com um político, qualquer um, e não vir à tona o tema Petrobras. É provável que esse tema venha, não me lembro de nenhuma conversa específica”, disse.

Marcelo Odebrecht, primeiro a responder perguntas da CPI nesta segunda viagem da comissão à Curitiba, disse que, apesar das dificuldades do momento, a Odebrecht sairá fortalecida. O empreiteiro ressaltou o histórico de investimento da construtora em programas sociais e argumentou que a sociedade perde quando a empresa passa por dificuldades.

“Temos um histórico de vasta divisão de dividendos. Temos um histórico muito grande de pagamento de impostos, de geração de renda, de investimentos em projetos sociais. Quando temos um prejuízo na Odebrecht não é a Odebrecht que perde, mas a sociedade”, disse o empresário.

Segundo Odebrecht, muitas famílias estão sendo prejudicadas com a perda de empregos e com as vagas de trabalho que não estão sendo abertas, mas a empresa “continua absolutamente sólida”.

Com informações da Ag. Brasil

Odebrecht classifica prisões como afronta ao estado democrático de direito

A construtora Odebrecht divulgou ontem (22) nota em que considera “ilegal” as prisões de executivos da empresa, entre eles, o dono e presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e o cumprimento de  mandados de busca e apreensão em sedes da companhia ocorridos na última sexta-feira (19), como parte da 14ª fase da Operação Lava Jato.

No documento, a construtora contesta elementos da investigação, como a troca de e-mails entre a cúpula da organização e uma transação bancária no exterior que, no entendimento da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, justificam as ações adotadas na 14ª fase da Lava Jato.

“A sustentação de prisão para evitar a reiteração criminosa, por não terem as autoridades competentes proibido a Construtora Norberto Odebrecht de contratar com a Administração Pública, principalmente no que concerne o último pacote de concessões – que no momento é apenas um conjunto anunciado de intenções – é uma afronta aos princípios mais básicos do Estado de Direito”, diz nota da Odebrecht.

“Outra afronta ao Estado de Direito é a presunção do conhecimento de fatos supostamente ilegais pela alta administração das companhias como medida suficiente para justificar o encarceramento de pessoas”, argumentou a construtora em outro trecho do documento divulgado desta segunda-feira.

No comunicado à imprensa, a construtora voltou a negar participação em cartel de construtoras para fraudar contratos da Petrobras e disse que “nunca colocou qualquer tipo de obstáculo às investigações”.

“Seus executivos sempre se colocaram à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. De fato, quatro dos cinco executivos presos já compareceram à sede da Polícia Federal em Brasília e prestaram depoimentos nos inquéritos da Lava Jato”, acrescenta o texto da contrutora.

A 14ª fase da Operação Lava Jato prendeu de forma preventiva, além de Marcelo Odebrecht, o ex-diretor da empresa João Antônio Bernardi, Márcio Faria da Silva Jorge, César Ramos Rocha, Paulo Roberto Dalmazzo e Rogério Santos de Araújo. Também foram presos Alexandrino de Salles e a consultora Cristiana Maria da Silva Jorge, os dois de forma temporária.

O nome da operação Erga Omnes, remete a uma expressão latina usada no meio jurídico para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos e é uma referência ao fato de as investigações atingirem, agora, as duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierrez que, até então, não haviam sido alvos da Lava Jato.

Deflagrada em março do ano passado, a operação Lava Jato desmontou um esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras para pagamento de propina a agentes públicos e privados. Com o desenrolar das investigações, também formam identificadas práticas ilícitas semelhantes em contratos de publicidades do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal.

Da EBC

Polícia Federal prende presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez

O dono e presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, estão entre os presos na 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (19) pela Polícia Federal (PF).

Marcelo Odebrecht foi preso em casa, em São Paulo, e será levado por agentes da PF para Curitiba. Ao todo, estão sendo cumpridos nos estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul 59 mandados judiciais, sendo 38 mandados de busca e apreensão, nove de condução coercitiva, oito de prisão preventiva e quatro de prisão temporária.

O nome Erga Omnes – expressão latina usada no meio jurídico para indicar que efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos – é uma referência ao fato de as investigações terem atingido agora as duas maiores empreiteiras do país que, até então, não haviam sido alvos da Lava Jato.

Empreiteiras dizem que colaboram com investigações desde o início
Alvo da 14ª fase da Operação Lava Jato, a construtora Odebrecht – cujo dono e presidente, Marcelo Odebrecht, e diretores foram presos hoje (19) pela Polícia Federal – considerou a ação “desnecessária”. Já a Andrade Gutierrez negou qualquer relação com o esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras, investigado pela operação.

Em nota, a Odebrecht informou que “sempre esteve à disposição das autoridades” e confirmou que foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em escritórios da empresa em São Paulo e no Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira.

“Como é de conhecimento público, a CNO [Construtora Norberto Odebrecht] entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”, diz trecho da nota divulgada pela assessoria da empreiteira.

Também em nota, a Andrade Gutierrez disse estar prestando “todo o apoio necessário” aos seus executivos presos. “A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes”, diz nota da empreiteira.

Ao todo, agentes da Polícia Federal estão cumprido 59 mandados judiciais nos estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, sendo 38 de busca e apreensão, nove de condução coercitiva, oito de prisão preventiva e quatro de prisão temporária.

Deflagrada em março do ano passado, a operação Lava Jato desmontou um esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras para pagamento de propina a agentes públicos e privados. Com o desenrolar das investigações, também foram identificadas práticas ilícitas semelhantes em contratos de publicidades do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal.

Com informações da Ag. Brasil