Impeachment – Aliados a Dilma ampliam apoio com fechamento de questão do PDT

Brasília - Presidenta Dilma Rousseff participa da cerimônia de lançamento da terceira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, com a meta de contratar mais 2 milhões de moradias até 2018 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Brasília – Presidenta Dilma Rousseff participa da cerimônia de lançamento da terceira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, com a meta de contratar mais 2 milhões de moradias até 2018 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Alguns antigos aliados decidiram reforçar o apoio ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (13). O PDT, mesmo com parlamentares críticos a algumas conduções do Executivo, principalmente na área econômica, avisou que se mantém na base e fechou questão para votar contra o impedimento da presidenta Dilma Rousseff.

A decisão foi tomada numa reunião na casa do líder na Câmara, deputado Weverton Rocha (MA), com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e o ministro André Figueiredo, das Comunicações, que terminou à 1h30 da madrugada.

– A reunião foi longa. É característica do partido ter discussões. O partido tem muitas criticas desde o início do governo – disse Weverton.

Defesa da democracia
Mesmo com as divergências, os 19 dos 20 deputados que integram a bancada confirmaram que vão seguir a orientação nacional.

– O partido decidiu que lutará contra o impeachment porque a solução do problema não será apenas tirando Dilma de seu mandato. A bancada reitera que ficará do lado da democracia e não apoiaremos este golpe – completou.

O único que não participou do encontro foi o deputado Mário Heringer (MG), um dos maiores críticos do governo dentro do PDT.

Mas, Weverton afirmou que sua ausência não teve relação com a decisão, disse estar confiante de que a bancada votará unida e alertou que, se algum parlamentar votar a favor do impedimento, poderá sofrer sanções a serem decididas na reunião da Executiva da legenda, marcada para maio.

Com informações do Correio do Brasil

PDT fecha questão contra o impeachment de Dilma

PalavraLivre-pdt-fecha-questao-anti-impeachment-dilmaO PDT fechou questão contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff nesta sexta-feira, classificando-o de golpe, em reunião do Diretório Nacional que contou com a presença de integrantes das bancadas da Câmara e do Senado.

A Executiva do partido já havia se posicionado neste sentido, mas faltava a confirmação pelo diretório para fechar a questão – aqueles parlamentares que não seguirem a orientação da direção da sigla estarão sujeitos a sanções previstas no estatuto do PDT.

– O Diretório Nacional fecha questão contra o golpe do impeachment – afirmou o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi.

– Por falta de qualificação e conteúdo jurídico que possui essa aceitação (do pedido de impeachment) não há nenhum fato legal, não há prova, não há nenhum fato que atinja a honra da presidenta Dilma – disse Lupi, lembrando que a presidente era filiada ao PDT antes de seguir para o PT e concorrer à Presidência da República.

Lupi citou ainda a história do partido e de importantes representantes do trabalhismo brasileiro, como os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, e afirmou que o trabalhismo é vítima, em um processo histórico, do capital.

Na reunião desta sexta-feira, o partido deve ainda prestar homenagem ao fundador do PDT Leonel Brizola, que faria aniversário nesta sexta-feira. Durante seu discurso, Lupi não economizou elogios ao ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (CE), que passou a integrar os quadros do partido no ano passado.

Ao iniciar sua fala aos correligionários, Ciro negou que tenha se filiado ao partido apenas com a intenção concorrer a algum cargo específico, mas disse que aceita “qualquer tarefa” que o PDT entenda que ele esteja à altura. O ex-governador encerrou o discurso sob coro de “Brasil pra frente, Ciro presidente”.

Aldo Rebelo não acredita no impeachment
Na quinta-feira, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, afirmou que não acredita no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Ele disse que, aparentemente, nem mesmo a oposição está querendo que isso aconteça, portanto, o governo não está na expectativa de que esse processo seja engatilhado com o retorno do recesso parlamentar.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva à imprensa, nas dependências do Centro Experimental de Aramar (CEA), em Iperó, interior de São Paulo, quando cumpriu agenda de visita técnica para conhecer as instalações daquela unidade. Esta foi a primeira vez que o ministro esteve no local.

Com relação aos investimentos, o ministro voltou a afirmar que, apesar dos cortes no orçamento da pasta, e, por conseguinte, de Aramar, nenhum projeto ou programa que vem sendo desenvolvido no País será afetado.

Com informações do Correio do Brasil e PDT Nacional

PDT e PTB deixam base do Governo Dilma

Os líderes do PTB e do PDT na Câmara anunciaram oficialmente, na noite desta quarta-feira, que deixarão a base do governo federal. Em resposta, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), afirmou que será necessário realizar um “ajuste político” entre os partidos aliados nos próximos dias.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), disse que a decisão foi motivada pelo fato de o governo ter chamado os parlamentares de infiéis após a análise da PEC 443/09, relacionada ao aumento salarial de advogados da União e de outras carreiras jurídicas. O governo queria que a matéria fosse votada no final de agosto, mas foi derrotado pela Câmara na noite desta terça-feira (4). “Não admitiremos mais sermos chamados de infiéis e traidores porque nunca traímos nossos princípios”, declarou. Figueiredo assinalou que a decisão foi tomada por unanimidade e criticou o fato de a liderança do governo deixar várias negociações para a última hora. Entre elas, as relacionadas à própria PEC 443/09.

O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), também declarou independência ao governo federal e afirmou que, a partir de agora, a bancada analisará, caso a caso, como votará as matérias em pauta na Câmara. O partido hoje faz parte do bloco do PMDB. “Hoje a bancada declara independência às votações e se reserva o direito de votar como quiser”, disse.

Em resposta à independência declarada pelo PDT e pelo PTB em relação à orientação do Poder Executivo, o líder do governo disse que é preciso repensar a política de distribuição de ministérios. “Temos de refazer muitas coisas, refazer a base e, para isso, temos que também dialogar com ministros indicados ou das cotas desse ou daquele partido”, disse. “Depois do ajuste fiscal, acho que precisamos fazer um ajuste político”, assinalou. “Vamos conversar a partir dos próximos dias para ver como agiremos”, complementou.

Atualmente, o PDT e o PTB mantêm um ministério cada no governo Dilma Rousseff. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, foi indicado dentro da cota do PDT; já o ministro de Indústria e Comércio Exterior, o ex-senador Armando Monteiro, está na cota do PTB.

Com informações do Congresso em Foco e Ag. Câmara

Ministro do Trabalho estará em Joinville (SC) nesta sexta-feira (3/5)

novoministroOs problemas enfrentados pelos trabalhadores da cidade com a emissão da carteira de trabalho e com o encaminhamento do seguro desemprego  serão verificados pelo Ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT). O ministro vem à cidade nesta sexta-feira (3/05) para tratar sobre inúmeros assuntos relacionados aos trabalhadores, além da implantação de cursos profissionalizantes e sobre o Sine e Cepat.

Manoel Dias ainda aproveita a passagem pro Joinville para reunir-se com o Prefeito Udo Döhler. A reunião está marcada para as 13h. Esta é a primeira visita de um ministro na atual gestão. Tomara que venha para resolver mesmo os problemas, que não são poucos, de atendimento aos trabalhadores.

Marina Silva cria novo partido para entrar na disputa presidencial em 2014

Após dois anos de discussões e indefinição sobre seu objetivo, formato, programa e até mesmo nome, o novo partido político organizado pela ex-ministra Marina Silva está prestes a ganhar vida.

Convocado para o próximo sábado (16), o Encontro Nacional da Rede Pró-Partido deverá reunir cerca de mil e quinhentos militantes em Brasília com o objetivo de dar o pontapé inicial na nova legenda a tempo de disputar as eleições para a Presidência da República e os governos estaduais em 2014:
“Vamos deliberar sobre a criação de um novo instrumento político de luta pela sustentabilidade e pela ampliação e aprofundamento da democracia no Brasil”, diz Pedro Ivo Batista, que é um dos coordenadores da Comissão Nacional da Rede Pró-Partido.

A Comissão Nacional divide seu trabalho em seis frentes de atuação: articulação e fundação, jurídica, financeira, de coleta de assinaturas, de documentos referenciais e de comunicação. Cada uma delas trabalha em conjunto com pessoas e coletivos em todo o Brasil e apresentará seus trabalhos durante o Encontro Nacional.

Além de Pedro Ivo, ex-militante do PT assim como a própria Marina, estão à frente dos trabalhos da comissão outros nomes próximos à ex-ministra, como André Lima, Bazileu Alves Margarido Neto (ex-presidente do Ibama), Gisela Moreau, Maria Alice Setúbal e Marcela Moraes. Todos devem tomar parte na direção do futuro partido.

Além dos principais pontos programáticos, também será definido no sábado o nome do partido. A subcomissão de comunicação vai apresentar os nomes preferidos nas discussões travadas até aqui nas redes sociais. São eles: Rede pela Sustentabilidade, Rede Brasil Sustentável, Lista Independente ou simplesmente Rede:

“Uma coisa é consenso: não haverá a palavra partido na frente. Isso não é mais necessário. Além do mais, a nossa proposta é de um partido para quebrar o monopólio dos partidos na vida política. A própria convocação do Encontro Nacional está sendo feita como em uma rede”, diz Pedro Ivo.

O objetivo, segundo o dirigente, é adotar na prática uma nova forma de fazer política: “Nós vamos defender a lista cívica. Enquanto ela não sair, vamos adotar a participação de cidadãos e cidadãs nas nossas listas de candidatos mesmo sem terem filiação. A gente vai ter o máximo de diálogo com a sociedade civil. Mesmo os não filiados irão opinar e decidir junto conosco sobre a vida do partido. Por isso, não faz mais sentido usar a nomenclatura partido, apesar de ser um partido. Não estamos negando que seja um partido, só que é um partido de um novo tipo”.

Pedro Ivo admite que já estejam em curso as articulações políticas em Brasília e nos estados para a formação de palanques no ano que vem, mas diz que o processo de consolidação de uma base de apoio eleitoral para Marina demanda paciência: “Ainda não será definido nada sobre 2014. Agora, se a plenária for favorável, vamos discutir imediatamente o processo de organização nos estados. Esse é um processo que irá durar até setembro”, diz.

Na nota convocatória aos interessados em ingressar no novo partido, a Comissão Nacional afirma que “nosso novo instrumento de transformação pode ser um partido político de novo tipo, radicalmente democrático, onde se possa expressar e reunir uma ampla rede de cidadãos e cidadãs, organizações, movimentos, coletivos e comunidades que mantêm a esperança de viver num Brasil sustentável em todos os aspectos: social, econômico, cultural, ambiental, ético e estético”.

Parte do discurso da nova legenda para 2014 também é citada na convocação aos simpatizantes: “Os intensos debates que realizamos nos últimos dois anos nos levaram à conclusão de que é urgente uma grande mudança na política brasileira, hoje monopolizada por partidos e facções voltados à disputa do poder pelo poder, sem compromisso com um futuro sustentável e incapazes de enfrentar a profunda crise que se abate sobre a civilização e ameaça a continuidade da vida humana no planeta”.

Notáveis
Além de Marina Silva, virtual candidata à Presidência em 2014, o novo partido deverá enfrentar as urnas com alguns outros notáveis da política nacional, a maioria deles em rota de colisão ou sem espaço em seus atuais partidos.

Um nome considerado certo é o da ex-senadora Heloísa Helena, que atualmente exerce mandato de vereadora pelo PSOL em Maceió (AL). O candidato do PSOL ao governo do Rio de Janeiro nas últimas eleições, Jefferson Moura, é outro que pode ingressar no partido de Marina, que também já teria procurado o deputado estadual Marcelo Freixo, segundo colocado na disputa pela Prefeitura do Rio.

Outro nome dado como certo no partido de Marina é o do senador Cristovam Buarque (DF), atualmente espremido na briga interna do PDT que opõe os grupos ligados ao atual presidente do partido, Carlos Lupi, e ao deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP), presidente da Força Sindical, aos grupos comandados pelo ministro do Trabalho, Brizola Neto, e pelo deputado federal Miro Teixeira (RJ). Do PDT, deve acompanhar Cristovam o deputado federal Reguffe (DF), e ambos devem formar a cabeça de chapa do novo partido nas próximas eleições em Brasília.

No PT, a maior expectativa é pela adesão do senador Eduardo Suplicy (SP), que, no novo partido, teria o espaço para disputar a reeleição que provavelmente lhe será negado se prevalecer em São Paulo o acordo entre PT e PMDB.

Suplicy foi convidado para participar do Encontro Nacional do próximo sábado e aceitou. O senador, no entanto, não admite que poderá deixar o PT. Outros nomes petistas, insatisfeitos com os rumos do partido em seus estados, também têm mantido conversas com Marina, casos dos deputados federais Alessandro Molon, crítico da aliança com o PMDB no Rio de Janeiro, e Domingos Dutra, opositor da aliança com a família Sarney no Maranhão.

Em seu site na internet, Dutra admitiu que deixará o PT: “Não é fácil sair do PT, estou há 33 anos no partido, nunca coloquei o PT em situação vexatória, mas não dá para continuar. Em 2014, não vou fazer outra greve de fome”, escreveu, em referência à greve de fome que fez em 2010 após o PT anunciar apoio à candidatura de Roseana Sarney ao governo do Maranhão.

Gil dentro, Serra fora
No PV, a maioria dos que optaram por seguir Marina já haviam deixado o partido junto com ela, mas dois nomes de peso – o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) e o candidato ao governo de São Paulo, Fábio Feldmann – confirmaram sua entrada na nova legenda:

“Minha decisão passa por uma identificação prática do espaço onde eu possa ser mais produtivo e atuar com maior conseqüência”, escreveu o parlamentar carioca em seu blog.

A maior aquisição que o novo partido fará nas fileiras do PV, no entanto, ainda não teve sua participação confirmada, mas, se confirmada, poderá causar grande impacto: “O Gilberto Gil já disse que está muito simpático, que apóia a iniciativa e não deseja mais ficar no PV. Ele nos disse que ainda vai analisar o processo”, revela Pedro Ivo.

Do PSDB, o nome de maior destaque a deixar o ninho tucano rumo ao novo partido de Marina Silva é o deputado federal Walter Feldmann (SP), que já está atuando no Congresso como articulador do contato com outros parlamentares. Recentemente indagada sobre a possibilidade de José Serra também fazer parte de seu partido, Marina rechaçou a ideia:

“Não está sendo feita uma adaptação do discurso partidário para integrar pessoas de qualquer forma”, disse a ex-ministra de Lula, acrescentando que Serra “não teria identidade programática” para fazer parte da nova legenda.

Da Rede Brasil Atual

Os vencedores

Muita gente já vai dizer: foi LHS. Não dá para negar que o senador, ex-deputado estadual e federal, ex-ministro, ex-governador, ex-prefeito por três vezes da maior cidade catarinense é um grande vencedor. Articulador exímio, faz política como poucos neste país no que tange a vencer eleições. Enxerga muito mais longe que todos os da cena política conseguem enxergar. Faz movimentos e toma decisões que deixa muitos atônitos, para ali na frente vencer. É o mestre da política catarinense, inegável, e não precisa de muitos comentários aqui. Quem não acredita na sua força política, está perdendo tempo. Além de LHS, o PMDB, o PDT, Mauro Mariani, são os vencedores deste pleito em Joinville e região.

Mas o grande vencedor foi Udo Döhler. O empresário vencedor é agora o político vencedor, e isso em sua primeira eleição. No dia em que completou 70 anos, comemorou a passagem da idade e a vitória retumbante sobre um político experiente, apesar de jovem, comunicador exposto na mídia há anos, e com base forte nas igrejas evangélicas, com mandatos de vereador e deputado, e mais, com duas disputas à Prefeitura!

Udo sempre esteve na política, mas nos bastidores. A passagem pela Fundamas foi há tanto tempo que não se pode contar como atividade em gestão pública. Forte mesmo ele agiu em grandes temas institucionais para a cidade, em vários momentos que nem é preciso citar aqui.  Suas aparições sempre foram moderadas, tipo eu falo, vocês escutam. Jamais participou de enfrentamentos diretos, debatendo frente à frente em rádios, tvs, sendo sabatinado em reuniões de bairros, nas ruas. Era perceptível seu desconforto em frente às câmeras no início da campanha. Mas com o trabalho competente do jornalista Marco Aurélio Braga, o amigo Marcão, e uma equipe competente de marketing, Udo Döhler foi rapidamente melhorando, se adaptando ao meio, e ao final, estava encarando Kennedy Nunes sem rodeios.

Além disto tudo, o peemedebista enfrentou novamente o que já tinha enfrentado há alguns anos: as denúncias de preconceito, assédio moral, maus tratos em sua empresa. Nos bairros foi utilizada à exaustão a sua origem alemã, que era nazista, grosseiro, e que não gosta de negros, e até vídeo feito pelo PT mostrando uma suposta mulher que teria sofrido os maus tratos foi utilizada na última semana da propaganda eleitoral. Ao que se vê, o efeito foi contrário,  e Udo chegou ao segundo turno. Apresentado como gestor desde o o início, e não como político profissional, ele conseguiu mostrar as diferenças entre ele e Kennedy, colando a sua fama de bom gestor, comandante de uma empresa e de um hospital de sucesso.

Com a estratégia de expor o seu adversário em suas contradições, Udo foi aos bairros com a militância peemedebista, e pela internet os discursos de Kennedy foram mostrados em profusão com as idas e vindas da opinião do deputado pessedista. Os vereadores eleitos agarraram sua candidatura e foram à luta, um deles, João Carlos Gonçalves, chegou a virar um dos âncoras dos programas. Vencendo a timidez, as dificuldades com o sotaque carregado, a tensão dos debates, Döhler foi construindo uma virada histórica, que se consolidou no domingo.  E a Udo Döhler, o Blog Palavra Livre dá os parabéns ao Prefeito eleito, desejando uma ótima gestão, para o bem da nossa cidade.

Outro vencedor destas eleições é o deputado federal Mauro Mariani. Derrotado em 2008 quando foi desconstruído como candidato por sua origem política de Rio Negrinho, Mariani calçou as sandálias da humildade e foi à luta, se elegendo o federal mais votado da história de Santa Catarina em 2010 superando o ex-governador Esperidião Amin. Ainda com essas sandálias, abriu mão de ser o candidato do PMDB em Joinville este ano, abrindo caminho para a estratégia que LHS e o partido desenharam.

Assim, o deputado percorreu novamente o estado e ajudou o partido a conquistar 107 prefeituras. O seu futuro agora poderá ser o Senado Federal ou até mesmo o Governo do Estado em 2014. Isso se o partido em nível estadual permitir, já que hoje o presidente é Eduardo Moreira, atual vice-governador com Colombo. Mauro mostra assim que às vezes é melhor dar dois passos atrás, para poder dar um salto mais à frente. Política é isso.

Quanto ao PMDB e o PDT, são os partidos que representam a aliança de forma mais clara, e que agora tomam rumos com um novo fôlego. O PDT, que fez parte do governo Carlito até abril deste ano, decidiu ser participante da chapa com Udo Döhler em uma disputa dura no diretório. Lançou o jovem advogado Rodrigo Coelho à Prefeitura, mas depois mudou a rota e apostou como vice do empresário. Deu certo, e certamente agora vai crescer com a presença nos escalões de governo.

O PMDB mostrou mais uma vez que é a maior força política da cidade. Fez história novamente partindo do zero, construindo um nome mês a mês, utilizando de inteligência e estratégia, mobilizações, reuniões, e na hora H, partindo para as ruas e bairros. Assim como foi com Pedro Ivo, Luiz Henrique, Wittich Freitag, LHS mais duas vezes, agora volta ao comando da Prefeitura de Joinville com a fama de desenvolvimentistas, das grandes obras. Udo é um novato no partido, e tem fama de não dobrar à pedidos e apelos que não sejam com base técnica e em razões de gestão produtiva. Vamos ver logo à frente como será esse casamento novo, e a amostra virá pela disputa na mesa diretora da Câmara de Vereadores.

Que esses vencedores façam bom uso da confiança dos eleitores joinvilenses, que apostaram no retorno de um gestor comprovado, um empresário bem sucedido, para comandar a Prefeitura. A cidade espera por mais saúde – maior promessa de Udo – mais infraestrutura em todos os aspectos (pontes, elevados, pavimentação, etc), mais presença da administração nos bairros. Este Blog vai estar atento. Aos vencedores, nossos parabéns.

Eleições 2012: Pesquisas, pesquisas… a melhor pesquisa é a sua

Tenho recebido diversas pesquisas eleitorais. Algumas quantitativas, outras qualitativas. Dizem os especialistas que cada pesquisa é o “retrato do momento”. Mas que retratos são esses, quais equipamentos que fotografam esses momentos, de quais pontos de vista são focados esses retratos? E cá para nós, pesquisas com quatro pontos percentuais de erro para cima ou para baixo, é no mínimo, bisonha. Até porque se o candidato A tiver 25 pontos, e o B 16 pontos, com erro dessa magnitude o A e o B estão empatados, tecnicamente falando, porque o A vem para 20, e o B vai para 20! Portanto, pesquisas são pesquisas, e tão somente tem o poder de observação por parte de quem organiza a campanha de cada candidato. Agora, elas podem ser utilizadas, manipuladas a bel prazer de quem quiser. Depende o ponto de vista, a forma que se quer dar “ao retrato do momento”.

Dessas últimas pesquisas, não vejo nada para se analisar tão profundamente. Mais forte que isso é conversar com as pessoas nas ruas. Com várias delas. De alta e baixa renda. Do povão ou do saguão dos salões de high society. Do cuidador das ruas ao professor, do intelectual ao operário das fábricas. E por aí muitos políticos poderiam acertar as suas estratégias eleitorais, já que as estratégias de governo ou de sua atuação parlamentar podem não ter dado muito certo. Dos atuais pré-candidatos a prefeito de Joinville, a maior cidade catarinense, poucos acertam estratégias. Alguns acertam nas ações de marketing e atividades partidárias. Outros não acertam nem uma, nem outra.

O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB) tem a seu favor o fato de ter sido despejado da secretaria de Estado da Educação, o que lhe colocou como vítima aos olhos dos joinvilenses. Tem também a seu favor uma equipe que trabalha duro, corre atrás pelos bairros, e consegue fazer bem o seu marketing. Em que pese a tv com os programas eleitorais gratuitos terem sido uma alavanca e tanto, Tebaldi também foi o último Prefeito, o que ainda oferece a ele uma boa lembrança de imagem. Com a eleição na rua, os adversários vão lembrar de algumas “ações” de seu governo que nem sempre trouxeram simpatia ao deputado federal. Mas é certo que pode sim estar na ponta no atual “retrato”.

O prefeito Carlito Merss (PT), já comentei aqui, conseguiu a proeza de estar a frente da máquina municipal e não saber o que fazer com ela. Nem tanto pela figura de Carlito, homem público experiente no parlamento e diretamente ligado ao governo federal, estrela que chegou a ser até como relator do Orçamento da União. Mas muito pela equipe inexperiente, que foi incompetente na ação de governo, e também na ação política. Na comunicação, nem se fala. Até hoje não se tem claro qual a marca desse governo petista, o primeiro em Joinville. Isso aliado a um governo que tem em várias secretarias gestores fracos tanto administrativa quanto politicamente, colocam Merss realmente com uma rejeição preocupante, que como já disse, dá para se auferir conversando nas ruas. Carlito é simpático, mas grande parte dos seus mais próximos são de uma antipatia que se espraiou pelo governo. O resultado é esse. Quem sabe ainda dá para recuperar com muita propaganda. Mas não será fácil.

Já outro partidão, o PMDB, está como um cargueiro abarrotado, antigo, com motor claudicante e hélices que não conseguem fazer alçar voo. Udo Döhler até tem boa vontade, anda animado com as andanças, mas definitivamente não consegue ter a empatia necessária com o povão, que é quem decide eleição. Marcado como empresário que sempre dominou a cena em favor de quem tem mais na ACIJ, Udo é aposta do senador LHS, grande coronel da política do norte catarinense. E isso não é desprezível diante do cartel vitorioso que Luiz Henrique ostenta, mesmo tendo perdido a eleição municipal em 2008 com Mauro Mariani. Mariani, aliás, que grande parte dos joinvilenses simpatizaram e muito, e que não entenderam seu afastamento para a entrada de Udo Döhler na disputa. O PMDB teria mais chances com o atual deputado federal do que com Udo. A máquina eleitoral peemedebista já não é mais a mesma de outrora, até porque renovação não houve nas lideranças, algo fundamental para o fortalecimento de um partido. Udo Döhler já superou os 70, LHS também… mas a colocação dele deve mesmo estar entre quarto e quinto lugar hoje. Nada bom.

Kennedy Nunes, do PSD, tenta ser sempre o novo na eleição. Mas já é velho na política, e também na demagogia. Demagogia essa que atrapalha muito os seus planos de se tornar Prefeito. Conservador, o eleitorado joinvilense não gosta de apostar em muito falatório e pouca ação. Aliás, Nunes é deputado estadual governista, assim como Darci de Matos seu correligionário, e Nilson Gonçalves do PSDB, todos que até agora não disseram a que vieram para a cidade. Muita retórica e pouca ação. Kennedy tem a seu favor a comunicação, no qual é mestre. Mas vai lhe faltar tempo de tv, apoios partidários porque ninguém confia muito em quem já deixou para trás o atual Prefeito Carlito Merss logo no início de seu governo em 2009, após ter sido o maior defensor do petista e ser o único, e primeiro, a subir no palanque da vitória. E a estrutura passa também por recursos financeiros, e o exército nas ruas. Kennedy, a continuar assim, vai novamente assustar para morrer na praia logo mais a frente. Mas  a corrida, ou a natação, é longa, e quem sabe as coisas mudam.

Os demais pré-candidatos não tem muita projeção nesse momento. Dr. Xuxo (PR), Leonel Camasão (PSOL), Rodrigo Coelho (PDT), Rogério Novaes (PV), Sandro Silva (PPS), Valmiro Freitag (PTN), estão mais para composições para vices, ou para compor alianças e entregar seus tempos de tv do que propriamente para disputar eleição. Apenas Camasão, pela postura do seu partido, vai realmente disputar mesmo que de forma desigual financeiramente. Os demais serão ou coadjuvantes de luxo, ou figuras que um dia tentaram ser candidatos. Sandro Silva por exemplo agora é deputado estadual sem ter vencido eleição. Como suplente assumiu por alguma ingerência política visando composição agora. Mas é lembradíssimo como o primeiro vereador negro a ser eleito, e o primeiro também a renunciar ao mandato deixando cinco mil eleitores órfãos.

Por isso minha gente, pesquisas são somente pesquisas. Não há novidades na eleição de Joinville, porque os atores são já muito conhecidos. Cabe aos eleitores perceberem além de pesquisas, programas eleitorais e visitas de cabos eleitorais pedindo voto, o que cada um representou e representa para a cidade. A quem são ligados, a quem defendem, quais interesses defendem? Capital ou trabalho? Empresário ou trabalhador? Minorias ou maiorias? Grandes empresários ou operários e empreendedores? O que pensam eles pelo futuro da cidade? Será muito bom também lembrar do que foi anunciado que foi feito, e que na verdade anda caindo na cabeça de estudantes, ou quebrando carros em buracos pelas ruas. Mais que pesquisas, é melhor pesquisas seus candidatos, suas histórias e suas ligações – perigosas, ou nem tanto.