Enquanto se aproxima o grande circo, a realização da Copa do Mundo no Brasil, evento privado que suga bilhões de dinheiro público que faz muita falta para o nosso povo, os lances do jogo político começam a ser exibidos na grande mídia. A começar por superdimensionar a morte do cinegrafista da Band e criminalizar jovens manifestantes que cometeram o erro de soltar o rojão, passando pelos “graves” conflitos na Venezuela, que tentam nos vender como uma revolta gigantesca contra um governo de doidos. Isso tudo é fumaça para os olhos. A verdade é que está em jogo o poder.
Ministro sem independência?
Vamos aos fatos. Em nível federal, a arena política mostra o recrudescimento antecipado da luta eleitoral. Após o julgamento açodado, midiático e eivado de manobras sem provas, e a condenação de petistas, pepistas, petebistas e outros, e da prisão dos líderes petistas ao final de 2013, eis que ressurge o eminente ministro do STF, Gilmar Mendes, que deveria ser o mais silencioso dos julgadores por serem eles os últimos a julgar as demandas da sociedade, acusando os militantes do partido do governo, PT, de ao buscarem contribuições para pagar as multas dos apenados, ludibriar a Justiça. Como assim?
O que se quer mais?
Os julgados foram condenados. Estão presos. Deviam a multa. A multa foi e outras pelo que se vê, serão pagas. O que mais falta ser feito? Não queriam condenar, prender e fazer pagar? Isso não está ocorrendo? O que se quer mais? Torturar até a morte? Impedir qualquer ação destas pessoas, e de uma militância ativa de um partido? Gilmar Mendes, o homem que preside um Instituto que recebe dinheiro público de Tribunais para criar eventos jurídicos; homem que concede habeas corpus a Daniel Dantas como se dá bala para criança; um juiz da alta corte que acusa grampos sem provas, e fica impune? Não passa de jogo duro, e midiático, para criar um clima antigovernista.
Mensalão Tucano no tribunal
Agora veio a decisão do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, indiciando o tucano Eduardo Azeredo, deputado, aliás, ex-deputado federal pelo PSDB/MG já que renunciou na noite de ontem (quarta, 19), por desvios de dinheiro público, improbidade, no conhecido mensalão mineiro, a origem de todos os mensalões do Brasil recente. E agora? Na mesma panela mensaleira temos PT, PMDB, PTB, PP, PSDB, DEM, etc. Preparem-se amigos, porque esta eleição promete momentos fervilhantes! Teremos Dilma (PT) buscando a reeleição, Aécio Neves (PSDB) tentando ser o salvador do país, Eduardo Campos (PSB) que ainda não sabe bem em que barco por os pés, e outros menos cotados de partidos nanicos.
Observar é preciso
Na verdade, nesta arena federal, o que nos cabe como cidadãos, é observar sempre os movimentos reais, midiáticos, e conversar mais sobre o cenário. Diferente dos partidos que buscam o poder, nós cidadãos temos o dever de buscar a melhor decisão. A decisão do voto que faça a nossa vida ficar melhor, com mais oportunidades a nós e nossos filhos e netos. O voto que nos dará a estabilidade que precisamos para construir nossas vidas. Porque ao entrar na arena dos políticos, nosso erro pode ser fatal aos nossos desejos. Na eleição à Presidência do país, é fundamental um olhar muito apurado da realidade, do passado, e do cotidiano.
Em Santa Catarina
Já em Santa Catarina, nossa terra, encontramos a geléia geral iniciada por Luiz Henrique da Silveira, ex-governador e hoje senador, tentando se manter consistente rumo a mais quatro anos de comando do governo. De um lado, Raimundo Colombo circulando pelos municípios a distribuir verbas do Pacto por Santa Catarina, amarrando apoios de prefeitos e deputados que podem estar se bandeando para a candidatura própria do PMDB/SC, ainda o maior partido catarinense. Colombo faz um governo sofrível, lento, com quase nada de obras para a maior cidade que é Joinville.
No PMDB, Mauro Mariani, deputado federal mais votado em 2010, e Edson Piriquito, prefeito de Balneário Camboriú, colocam os pezinhos vermelhos de fora bradando pela candidatura própria do partido. As bases parecem querer, mas os comandantes… Via colunistas da grande mídia, o grupo de Eduardo Moreira, atual vice-governador, e de LHS, mandam recadinhos intimidadores. Os comandantes do Manda Brasa negociam nos bastidores para um lado, do PSD, e no discurso falam em unidade partidária, decisão dos companheiros, etc. Que coisa!
Se houver prévias, pode ate ser que o PMDB decida lançar candidatura própria. Mas para lançar terá que ter mais que a militância, terá que ter os recursos… Será que dará certo? Já o PT renovado no comando com o ex-deputado federal Claudio Vignatti, mobiliza seus militantes para ter o candidato próprio e nominata fechada para assembleia e câmara federal. Nunca antes o partido esteve tão fragilizado, com o mensalão a manchar a estrela, e com Dilma acenando mais a Colombo do que aos companheiros. Uma união PT/PMDB seria o desenho ideal para ambos, mas será que os poderosos querem isso? Hummmm….
Tucanos à vontade
No PSDB, Paulo Bauer ensaia o voo que embala sua recondução logo mais a frente ao mesmo Senado. Com nada a perder, pois tem mais quatro anos de mandato pela frente, Bauer vai moldando seu caminho no horizonte de ajudar Aécio Neves com palanque por aqui. Com apoio da cúpula nacional tucana, seguirá para a arena firme. Mas, dependendo das circunstancias, pode se aliar ao PSD e PP caso o PMDB siga sozinho ou com o PT. Portanto, até noiva cobiçada poderá ser. Dependerá das nuvens que virão até junho. Já o PP de Esperidião Amin e Ângela, João Pizzolatti e Joares Ponticelli, sonham em voltar ao governo. Ou com Colombo (PSD) e PMDB junto, o que seria o nascimento de uma nova alquimia catarinense jamais vista, ou com PSD e PP, voltando ao antigo Arenão da ditadura. Alguém duvida?
E nós? Bom, nós temos de observar de perto os interesses verdadeiros por trás dos discursos vagos e pela grandeza do Estado. Acompanhar de perto as formas antiéticas de negociar deixando companheiros de partido à margem em favor de projetos com outro partido, e que escondem os interesses pessoais guardados a muitas chaves. A observar, para não errar o voto, a coerência, retidão, defesa partidária, projetos claros de poder e governo, e o histórico dos candidatos. E isso vale também para a escolha de deputados estaduais, federais, senador. Vamos tentar acertar?
Por Salvador Neto