Inflação: Prévia de janeiro a outubro de 2015 chega a 8,49%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) chegou a 8,49% no período de janeiro a outubro de 2015, informou hoje (21) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2014, o índice correspondente ao mesmo período ficou em 5,23%. O índice deste ano foi o mais elevado acumulado de janeiro a outubro desde 2003, quando alcançou 9,17%.

O  IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial do país, baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A coleta de dados do IPCA-15 ocorreu no período de 15 de setembro a 14 do mês de outubro.

O IPCA-15 teve variação de 0,66% em outubro e ficou 0,27 ponto percentual acima da taxa de setembro (0,39%). Esse foi o índice mais elevado para um mês de outubro desde 2002 (0,90%).

Quanto aos últimos 12 meses (9,77%), a taxa acumulada ficou não somente acima dos 12 meses imediatamente anteriores (9,57%) como foi a mais elevada desde dezembro de 2003 (9,86%). Em outubro de 2014 o IPCA-15 chegou a 0,48%.

O índice do mês foi influenciado pelos três grupos que mais pesam no orçamento das famílias: habitação, com alta de 1,15%, transportes (0,80%) e alimentação e bebidas (0,62%). Os índices somados foram responsáveis por 72,73% do resultado do IPCA-15 de outubro.

Botijão de gás
Individualmente, o impacto mais elevado foi exercido pelo item botijão de gás, do grupo habitação (1,15%). Os preços desse item aumentaram 10,22% em outubro, depois de subirem 5,34% em setembro, acumulando 16,11% nestes dois meses.

Este foi o reflexo, nos pontos de distribuição ao consumidor, do reajuste de 15% nas refinarias autorizado pela Petrobras, com vigência a partir de 1º de setembro.

Nos transportes (0,80%), o principal destaque ficou com a gasolina, 1,70% mais cara, refletindo, nas bombas, parte do reajuste de 6% nas refinarias autorizado pela Petrobras, com vigência a partir de 30 de setembro.

Além disso, o etanol subiu 4,83% nas bombas, contribuindo também para a alta da gasolina, já que faz parte de sua composição.

No grupo alimentação e bebidas (0,62%), os alimentos consumidos em casa subiram 0,39%, enquanto a alimentação fora de casa teve alta de 1,06%. Vários produtos subiram de um mês para o outro, entre eles o frango inteiro (5,11%), batata-inglesa (4,22%), arroz (2,15%), pão francês (1,14%), carnes (0.97%) e a refeição fora de casa (1,15%).

O maior índice regional foi o de Brasília (1,28%), influenciado pela alta de 26,67% no item ônibus urbano, cujas tarifas foram reajustadas em 33,34%, a partir de 20 de setembro. A energia elétrica (4,55%), cujas contas ficaram 18,26% mais caras desde 26 de agosto também influiu. O menor índice foi o da região metropolitana de Recife (0,24%).

A população pesquisada pelo IPCA-15 abrange famílias com rendimentos mensais compreendidos entre um e 40 salários-mínimos, incluindo qualquer fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões.

Com informações da Ag. Brasil

Preço da cesta básica diminui em 15 cidades

O valor do conjunto de bens alimentícios básicos diminuiu em 15 das 18 cidades onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. Em junho, as maiores retrações foram apuradas em Salvador (-8,05%), Rio de Janeiro (-6,71%) e Fortaleza (-5,49%). As altas foram registradas nas capitais do Norte: Belém (5,11%) e Manaus (2,49%) e ainda, em João Pessoa (1,87%).

Em junho, o maior custo da cesta foi registrado em São Paulo (R$ 392,77), seguido de Florianópolis (R$ 386,10), Porto Alegre (R$ 384,13) e Rio de Janeiro (R$ 368,71). Os menores valores médios para os produtos básicos foram observados em Aracaju (R$ 275,42), Natal (R$ 302,76) e João Pessoa (R$ 309,48).

Com base no total apurado para a cesta mais cara, a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família, com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em junho de 2015, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.299,66, ou 4,19 vezes mais do que o mínimo de R$ 788,00. Em maio desse ano, o mínimo necessário era maior e correspondeu a R$ 3.377,62, o que equivalia a 4,29 vezes o piso vigente. Em junho de 2014, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a
R$ 2.979,25 ou 4,11 vezes o salário mínimo então em vigor (R$ 724,00).


TABELA 1

Pesquisa Nacional da Cesta Básica

Custo e variação da cesta básica em 18 capitais

Brasil – junho de 2015

Capital

Valor da Cesta (R$)

Variação               Mensal (%)

Porcentagem do Salário Mínimo Líquido

Tempo de trabalho

Variação no ano (%)

Variação Anual (%)

São Paulo

392,77

-2,31

54,18

109h39m

10,89

10,75

Florianópolis

386,10

-2,08

53,26

107h48m

9,35

9,14

Porto Alegre

384,13

-0,11

52,99

107h15m

10,20

9,33

Rio de Janeiro

368,71

-6,71

50,86

102h56m

9,08

7,36

Vitória

367,94

-5,15

50,75

102h43m

10,44

6,35

Curitiba

359,69

-1,40

49,62

100h25m

13,88

8,24

Brasília

359,61

-2,87

49,60

100h24m

9,09

10,97

Belém

356,24

5,11

49,14

99h27m

15,80

11,86

Manaus

352,35

2,49

48,60

98h22m

9,87

6,08

Campo Grande

349,80

-3,99

48,25

97h40m

13,45

13,17

Belo Horizonte

338,76

-4,82

46,73

94h35m

7,18

5,92

Goiânia

329,65

-5,01

45,47

92h02m

9,44

11,70

Fortaleza

325,40

-5,49

44,89

90h51m

16,05

9,19

Salvador

320,03

-8,05

44,14

89h21m

19,49

14,72

Recife

318,53

-3,83

43,94

88h56m

11,22

3,61

João Pessoa

309,48

1,87

42,69

86h24m

13,77

9,86

Natal

302,76

-3,09

41,76

84h32m

12,67

3,51

Aracaju

275,42

-0,63

37,99

76h54m

12,10

11,22

Fonte: DIEESE

 

 

Variações acumuladas

Em 12 meses, entre julho de 2014 e junho último, as 18 cidades acumularam alta no preço da cesta. Destacam-se as elevações registradas em Salvador (14,72%), Campo Grande (13,17%) e Belém (11,86%). Os menores aumentos aconteceram em Natal (3,51%) e Recife (3,61%).

Nos seis primeiros meses de 2015, todas as cidades apresentaram variações entre 7,18%, verificada em Belo Horizonte e 19,49%, em Salvador.

 

Cesta x salário mínimo

Em junho de 2015, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 96 horas e 07 minutos, cerca de três horas a menos do que o de maio, quando a jornada era de 98 horas e 44 minutos. Em junho de 2014, a jornada exigida era de 96 horas.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em junho deste ano, 47,49% dos vencimentos para adquirir os mesmos produtos que, em maio, demandavam 48,78%. Em junho de 2014, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta equivalia a 47,43%.

Comportamento dos preços[1]

Em junho, os produtos que tiveram predominância de alta nos preços nas cidades acompanhadas foram carne bovina, leite, pão francês, batata e manteiga. Já o valor médio do feijão e o tomate apresentou retração na maioria das capitais.

A carne bovina apresentou aumento em 16 cidades, em junho, com taxas que oscilaram entre 0,05% em Brasília e 4,69% em Florianópolis. Os recuos foram anotados em Fortaleza
(-1,00%) e Vitória (-0,67%). Em 12 meses, houve elevação do preço da carne em todas as cidades e as taxas variaram entre 10,55% em Vitória e 24,30% em Campo Grande. Apesar da pressão dos frigoríficos para diminuir o preço, a oferta de carne continua restrita, pelo aumento da exportação e pelos altos custos de reposição de bezerros, o que mantém os altos patamares de preço.

O preço do leite segue em alta pelo quarto mês consecutivo, devido ao período de entressafra. Em junho, quinze cidades tiveram aumento, com destaque para Florianópolis (4,99%), Goiânia (3,43%) e Belo Horizonte (3,14%). Em Belém e Aracaju, o valor do leite não variou e, no Rio de Janeiro, diminuiu -0,32%. Em 12 meses, o preço do leite acumulou alta em 14 cidades e as variações oscilaram entre 0,34% em João Pessoa e 15,63% em Brasília. As reduções foram anotadas em Salvador (-9,70%), Natal (-6,25%), Manaus (-1,95%) e Belém (-1,92%).

A manteiga, derivada do leite, também apresentou alta em quatorze cidades. Os aumentos ficaram entre 0,08% em Aracaju e 4,61% em Porto Alegre. As reduções foram anotadas em Curitiba (-2,99%), Campo Grande (-1,75%), Vitória (-1,26%) e São Paulo (-0,71%). Nos últimos 12 meses, também quatorze cidades acumularam taxas positivas, entre 0,43% em Natal e 11,37% em Brasília. Os decréscimos ocorreram em Manaus (-5,64%), Salvador (-4,74%), Campo Grande
(-1,98%) e Belo Horizonte (-0,93%).

O pão francês manteve trajetória de aumento no preço. De maio para junho, 14 cidades apresentaram alta no valor do produto, com variações entre 0,35%, em Recife e 5,85%, em Belo Horizonte. Houve diminuição em Florianópolis (-1,82%), Goiânia (-1,25%), Manaus (-0,93%) e Curitiba (-0,12%). Em 12 meses, todas as cidades mostraram elevação e as taxas variaram entre 1,39% em Natal e 36,26% em Aracaju. O trigo, por ser importado, está mais caro, uma vez que o real segue desvalorizado. Além disso, a produção nacional de trigo está menor. Os aumentos das tarifas de água e luz também contribuíram para o aumento do pão francês.

O preço da batata aumentou em nove das 10 capitais do Centro-Sul. As maiores elevações foram observadas em Belo Horizonte (28,68%) e Porto Alegre (18,25%). Em 12 meses, o valor da batata foi maior em todas as cidades e as variações acumuladas oscilaram entre 5,65% em Vitória e 30,59% em Florianópolis. Apesar da safra das secas ter começado em maio, a baixa produtividade teve impacto na oferta, elevando os preços da batata.

Em junho, o preço do tomate diminuiu em 15 cidades, com destaque para as quedas em Belo Horizonte (-44,10%), Rio de Janeiro (-41,90%) e Vitória (-35,66%). As altas ocorreram em Belém (14,21%), Manaus (6,92%) e João Pessoa (5,88%). Em 12 meses, seis cidades apresentaram redução e doze, alta nos preços. Como a colheita da safra de inverno começou a abastecer o mercado, houve redução no preço do fruto. Os maiores aumentos foram registrados em Salvador (47,67%) e Belém (37,98%) e as maiores reduções em Aracaju (-17,99%) e Recife
(-13,80%).

O valor do feijão diminuiu em todas as cidades, exceto em Manaus (0,56%), onde se pesquisa o tipo carioquinha. Tanto o tipo preto (pesquisado nas cidades do Sul, no Rio de Janeiro, em Vitória e Brasília) quanto o carioquinha (pesquisado no Norte, Nordeste, em Campo Grande, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte) e o rajado, cujo preço é coletado em Belém (-0,92%), mostraram reduções nas outras 17 capitais, que variaram entre -7,64% no Rio de Janeiro e
-0,26% em Natal. Em 12 meses, o tipo carioquinha aumentou em todas as cidades, exceto Salvador (-6,36%). Os maiores acréscimos ocorreram em Campo Grande (34,12%) e João Pessoa (33,51%). O tipo preto diminuiu em todas as cidades, com percentuais que oscilaram entre
-15,09% no Rio de Janeiro e -2,76% em Brasília. Em Belém, o feijão rajado acumulou queda de -28,62%.  A alta do feijão carioquinha se deveu à oferta restrita e maior demanda. E no tipo preto, a safra do Sul vem abastecendo o mercado e reduzindo o preço do grão.

São Paulo

A cesta básica em São Paulo, que totalizou R$ 392,77, seguiu sendo a mais cara entre as pesquisadas pelo DIEESE nas 18 cidades, mesmo com a redução de -2,31% no custo total do conjunto de gêneros alimentícios, entre maio e junho. Na comparação com junho de 2014, a alta foi de 10,75%, semelhante à variação nos seis primeiros meses de 2015 (10,89%).

A variação de -19,01% no preço médio do tomate entre maio e junho foi a única inferior à taxa média da cesta (-2,31%). Também foram anotadas reduções nos preços do feijão carioquinha (-1,50%), café em pó (-0,75%), manteiga (-0,71%), banana nanica (-0,54%) e arroz agulhinha (-0,38%). O valor médio do açúcar não se alterou e foram registradas altas no óleo de soja (0,34%), pão francês (0,78%), carne bovina de primeira (1,05%), farinha de trigo (1,54%), leite integral (2,57%) e batata (2,79%).

Nos últimos 12 meses, 12 produtos apresentaram alta. Carne bovina (18,00%) e feijão carioquinha (16,68%) registraram aumentos superiores à variação média anual da cesta (10,75%).  Os outros itens tiveram elevações inferiores: tomate (10,28%), batata (9,17%), pão francês (7,36%), café em pó (6,84%), banana nanica (6,07%), farinha de trigo (2,90%), arroz agulhinha (2,34%), açúcar refinado (1,64%), leite integral (1,61%) e manteiga (1,58%). A única retração nos preços foi verificada para o óleo de soja (-1,67%).

O trabalhador paulistano cuja remuneração equivale ao salário mínimo necessitou cumprir, em junho, jornada de 109 horas e 39 minutos, um tempo menor do que as 112 horas e 15 minutos registradas em maio. Em junho de 2014, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta foi de 107 horas e 46 minutos.

Em junho, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 54,18% do salário mínimo líquido, isto é, após os descontos previdenciários. Em maio, o percentual exigido era de 55,46%. Em junho de 2014, a parcela necessária para compra dos gêneros alimentícios correspondeu a 53,24%.

 

 

Tabela 2

Variação mensal do gasto por produto

Junho de 2015

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Norte/Nordeste

Brasília

Campo

Grande

Goiânia

Belo

Horizonte

Rio de

Janeiro

São

Paulo

Vitória

Curitiba

Floria-

nópolis

Porto

Alegre

Aracaju

Belém

Forta-

leza

João

Pessoa

Manaus

Natal

Recife

Salvador

Total da Cesta

-2,87

-3,99

-5,01

-4,82

-6,71

-2,31

-5,15

-1,40

-2,08

-0,11

-0,63

5,11

-5,49

1,87

2,49

-3,09

-3,83

-8,05

Carne

0,05

0,25

1,50

1,88

1,64

1,05

-0,67

2,27

4,69

2,95

1,35

3,61

-1,00

3,39

0,50

1,36

0,05

0,14

Leite

2,36

1,10

3,43

3,14

-0,32

2,57

1,61

1,92

4,99

1,32

0,00

0,00

1,41

0,68

1,69

2,27

1,58

1,12

Feijão

-2,20

-4,89

-6,47

-3,73

-7,64

-1,50

-3,25

-4,18

-5,46

-4,99

-0,28

-0,92

-0,92

-2,76

0,56

-0,26

-5,99

-2,48

Arroz

-0,36

0,44

0,00

-2,46

-0,98

-0,38

-0,45

5,06

-0,76

2,16

2,08

-1,38

-1,85

-1,94

-0,30

-0,45

-0,69

-3,33

Farinha

1,35

2,46

-2,80

-3,63

-0,22

1,54

-2,75

5,96

-0,48

2,87

0,77

7,75

13,06

3,83

1,33

6,35

-4,98

-1,04

Batata

6,96

11,11

-14,41

28,68

10,86

2,79

6,93

15,69

9,54

18,25

               
Tomate

-19,34

-24,87

-26,48

-44,01

-41,90

-19,01

-35,66

-23,59

-27,93

-18,79

-13,64

14,21

-24,31

5,88

6,92

-10,37

-16,80

-26,90

Pão

0,44

1,48

-1,25

5,85

2,11

0,78

0,77

-0,12

-1,82

0,51

2,59

0,71

1,70

1,92

-0,93

1,11

0,35

0,73

Café

-0,34

-0,84

0,55

-2,49

-0,10

-0,75

-0,54

0,46

-1,18

1,35

2,98

2,19

-0,22

0,68

0,69

-2,03

-1,52

-0,47

Banana

-6,21

-12,75

-1,90

-8,64

-0,78

-0,54

2,23

8,15

1,34

9,52

0,28

6,83

-3,15

-6,18

6,22

-23,66

-3,60

-17,38

Açúcar

2,80

0,62

-0,67

0,00

-2,68

0,00

-2,56

3,31

1,89

5,00

-4,37

-2,95

2,25

2,99

1,09

2,86

0,60

0,00

Óleo

2,05

0,00

1,52

-3,19

-2,27

0,34

-6,50

0,29

-0,76

2,05

-0,65

1,17

-2,09

-0,28

-2,93

-0,85

0,86

0,34

Manteiga

2,11

-1,75

1,91

3,91

0,80

-0,71

-1,26

-2,99

1,24

4,61

0,08

2,79

1,46

0,20

0,76

1,24

2,81

1,05

Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica

Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta.



[1] Fontes de consulta: Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – ESALQ/USP, Unifeijão, Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

Com informações do Dieese

Mercado prevê inflação de 8,79% este ano

A projeção de analistas do mercado financeiro para a inflação subiu pela nona semana seguida. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 8,46% para 8,79%, este ano. Para 2016, a estimativa segue em 5,50%. As estimativas são do boletim Focus, publicação semanal feita pelo Banco Central (BC) com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.

O IPCA – produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é o indicador oficial do governo para aferição das metas inflacionárias. O índice mede a variação do custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento mensal compreendido entre um e 40 salários mínimos mensais.

A expectativa de mais inflação veio depois da divulgação do IPCA pelo IBGE, na última semana. O índice em maio ficou acima da expectativa do mercado financeiro, que previa 0,55%. No mês passado, o IPCA ficou em 0,74%. A inflação acumulada em 12 meses chegou a 8,47%, a maior desde dezembro de 2003, quando registrou 9,3%

A inflação este ano deve estourar o teto da meta que é 6,5%. O próprio BC reconhece que não deve entregar a inflação na meta este ano, ao projetar o IPCA em 7,9%.

Para tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. No último dia 3, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic pela sexta vez seguida para 13,75% ao ano. Com o reajuste, a Selic retornou ao nível de janeiro de 2009. Para as instituições financeiras, a Selic vai chegar ao final de 2015 em 14% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.

A expectativa das instituições financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,30% para 1,35%. Essa é a quarta piora seguida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Para o próximo ano, a projeção de crescimento passou de 1% para 0,9%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 3,20%, este ano e crescimento de 1,6%, em 2016.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi alterada de 7,05% para 7,08%, este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 6,88% para 6,94%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 8,35% para 8,39%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar segue em R$ 3,20, ao final de 2015, e em R$ 3,30, no fim de 2016.

Inflação: Mercado espera índice de 8,31% em 2015

Analistas e investidores do mercado financeiro voltaram a elevar a previsão de fechamento da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2015. A estimativa de alta, que estava em 8,29%, agora é 8,31%.

O IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, com rendimento de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos.

Desde junho de 1999, o IPCA é o índice utilizado pelo Banco Central (BC) para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, sendo considerado o índice oficial de inflação do país. O mercado ampliou ainda a previsão de elevação para os preços administrados, como o da energia e da gasolina, de 13,2% para 13,5%.

As informações estão no Boletim Focus, pesquisa semanal junto a instituições financeiras, divulgado hoje (18) pelo BC.Os analistas mantiveram inalterada a expectativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), em -1,2%. A projeção de queda da produção industrial ampliou-se, de -2,5% para -2,8%.

A estimativa para o câmbio, ao fim de 2015, permaneceu em R$ 3,20. A previsão de fechamento da Selic, taxa básica de juros da economia, também permanece igual, em 13,5% ao ano. Atualmente, a Selic, instrumento do BC para controle da inflação, está em 13,25% ao ano.

A estimativa da dívida líquida do setor público ficou em 37,95% do PIB. A projeção do déficit em conta corrente, que mede a qualidade das contas externas, subiu de US$ 80 bilhões para US$ 82,4 bilhões.

O saldo projetado para a balança comercial permanece positivo em US$ 3 bilhões. Os investimentos estrangeiros estimados subiram de US$ 59 bilhões para US$ 61 bilhões.

Com informações da Ag. Brasil

Cesta Básica subiu 2,03% em junho, diz Procon de Joinville

preçoO valor da cesta básica de junho teve um acréscimo de 2,03% em relação aos preços praticados no mês de maio em Joinville, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (4/6) pelo Procon. A cesta é composta de produtos de primeira necessidade nas áreas de alimentos, uso pessoal e limpeza consumidos por uma família durante um mês.

A pesquisa divulgada pelo Procon foi realizada no dia 3 de junho em seis estabelecimentos comerciais de vários bairros da cidade. Considerando os preços mais baixos encontrados, o Procon chegou ao valor de R$ 202,50. No levantamento de abril foi registrado o preço de R$ 198,48 para os 31 itens que integram a cesta.

A pesquisa apresenta diferenças de preços em todos os itens pesquisados, como as encontradas no quilo de frango com variação de 42,69%, na margarina (500g) com variação de 69,29%, no café (500g) diferença de 40,30% e feijão (1kg) com diferença de 33,44% entre o menor e o maior preço. Na pesquisa, o Procon verifica o preço mais baixo sem levar em consideração a marca do produto.

Esta e outras pesquisas de preço estão à disposição na sede do PROCON, à rua Anita Garibaldi, nº 79, bairro Anita Garibaldi (antigo Piazza Itália), no Procon Nova Brasília, na rua Minas Gerais, nº 1.303, (Subprefeitura da Região Sudoeste) ou no site www.proconjoinville.com.br.

Segundo o gerente do Procon em Joinville, Jorge Nemer, a pesquisa tem a finalidade de ajudar o consumidor a encontrar o melhor preço e a economizar, podendo adquirir outros produtos. “Entre o maior e o menor preço encontrados nos estabelecimentos pesquisados, há uma diferença de aproximadamente R$ 80,00, valor suficiente para adquirir um eletrodoméstico ou uma peça de vestuário”, explicou.

Inflação: alimentos, cigarros e educação pressionam elevação do índice

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu de 0,77% para 0,89% na segunda prévia de janeiro. Quatro dos oito grupos pesquisados apresentaram acréscimos, entre eles despesas diversas (que passou de 2,20% para 3,24%) sob o efeito dos cigarros (de 5,09% para 7,22%).

No  grupo alimentação, a taxa atingiu 1,78% ante 1,57%, com a elevação das hortaliças e legumes (que subiu de 5,35% para 11,20%). E, como sempre ocorre nesta época do ano, o grupo educação, leitura  e recreação teve forte avanço, passando de 1,26% para 2,09% em consequência das correções de preços dos cursos formais (que passaram de 1,81% para 4,07%).

Em habitação, o índice aumentou de 0,26% para 0,32%, puxado pela alta no segmento de móveis (de -0,32% para 0,43%). Nos demais grupos, as elevações ocorreram com taxas menores do que na pesquisa anterior – vestuário (de 0,64% para 0,13%), com destaque para a queda na média de preços das roupas ( de 0,59% para -0,32%) e dos transportes (de 0,34% para 0,30%). Entre os motivos, está a tarifa de táxi (5,11% para 0,41%).

Em saúde e cuidados pessoais houve ligeiro decréscimo (de 0,58% para 0,56%), com influência dos serviços de salão de beleza (de 1,33% para 0,99%), e comunicação (de 0,04% para 0,02%), provocada pela estabilidade na cobrança da mensalidade para a TV por assinatura (de 0,09% para 0,00%).

Os cinco itens que mais contribuíram para o aumento da inflação foram: cigarros (de 5,09% para 7,22%); refeições em bares e restaurantes (de 1,10% para 0,80%); tomate (de 8,77% para 16,31%); curso de ensino fundamental (de 2,19% para 5,21%) e curso de ensino superior (de 1,44% para 2,99%).

Da Ag. Brasil

Altos preços dos veículos no Brasil serão discutidos no Senado Federal

Os altos preços dos veículos automotores no Brasil serão discutidos em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, com a participação do senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Os senadores querem que a indústria automobilística nacional adote novas tecnologias.

Foram convidados para esclarecimentos os representantes dos ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; da Câmara do Consumidor e da Ordem Econômica do ministério Público Federal; dos fabricantes de veículos (ANFAVEA); do sindicato de componentes (Sindipeças); além do jornalista Joel Leite, do Boletim Autoinforme.

Apesar do poder da indústria automobilística e dos muitos incentivos fiscais, os preços dos veículos no Brasil podem superar 100% dos praticados nos Estados Unidos, na Europa e nos demais países da América Latina, informaram os senadores.

Eles também reclamaram da falta de segurança dos veículos no País, cujo atraso é de vinte anos em relação aos similares europeus. A falta de incentivo para os carros turbinados de última geração, como os híbridos, também será questiona na audiência pública.

Índices de Preço seguem em desaceleração em maio

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), levantados mensalmente pelo IBGE, tiveram crescimento no mês de maio. Para o IPCA, a variação de 0,36% foi inferior tanto à de abril (0,64%) quanto à de maio de 2011 (0,47%).

Considerando os doze últimos 12 meses, o indicador variou 4,99%, o que representa uma desaceleração em relação aos últimos 12 fechados em abril (5,10%). Isto revela que a inflação está se diminuindo em direção à meta estipulada pelo Banco Central, que é de 4,5%.

Já o INPC variou 0,55% em maio, valor inferior aos resultados de abril (0,64%) e de maio de 2011 (0,54%). Considerando os últimos doze meses a variação foi de 4,86%, também menor que os últimos doze meses de abril, onde a variação havia sido de 4,88%.

A Fecomércio vê este atual movimento de queda na inflação como um fenômeno mundial, reflexo principalmente da desaceleração da economia chinesa e da crise na Europa.  Isto faz, no Brasil, com que os cortes na taxa Selic (atualmente em 8,5%) não acarretem em risco de inflação – com a ressalva de que não sejam adotadas medidas protecionistas, que restrinjam o repasse dos preços menores do exterior para a economia nacional.

Assim, esta conjuntura torna muito provável a ocorrência de novas quedas na taxa de juros nas próximas reuniões do Copom. Fato que a Fecomércio considera positivo, já que uma das condições necessárias para a recuperação da taxa de investimento da economia brasileira são os juros menores. Isso é extremamente importante no Brasil atual, já que somente com uma taxa de investimento elevada é possível aumentar a produtividade das empresas, para que assim elas possam gerar mais empregos e renda e, consequentemente, o desenvolvimento econômico.

Da Fecomércio

Donas de casa ensinam como conter surto inflacionário

A pressão inflacionária que vem atingindo os preços de diversos artigos, como verduras e legumes, frutas, carnes, leite e combustíveis, tem preocupado a população e o governo, até porque os últimos registros mostram que a inflação já ultrapassou o teto da meta, que é 6,5%. Mas o Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais acredita que os consumidores também devem ajudar o governo no combate à escalada de preços. Para a presidente da entidade, Lúcia Pacífico, o momento exige cuidado e cautela por parte de todos para evitar a volta dos índices de inflação na casa dos dois dígitos, como os registrados na década de 80.

“Realmente, houve, agora, uma subida significativa no que diz respeito aos chamados gêneros essenciais, que são alimentação, higiene e limpeza. A gente detecta isso muito facilmente, principalmente quem faz compras por semana ou mensalmente. A gente anda muito preocupado”, afirmou Lúcia.

Ela lembra que o mais importante é ter bom-senso e dá dicas simples, como voltar ao velho hábito de usar a lista de compras antes de ir ao supermercado, feira ou sacolão. Outra prática importante, no momento, aconselha a presidente do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, nada mais é do que substituir os produtos que tiveram alta significativa por outros similares.

“No caso dos produtos de limpeza, por exemplo, a dona de casa pode procurar por marcas que tenham o mesmo princípio ativo, pois são sempre os mesmos em todas as marcas. O que muda é a embalagem, mais bonita e mais sofisticada”. No caso dos hortifrutigranjeiros, a saída é substituir os produtos que estão caros, por questões sazonais, por outros em melhores condições de oferta.

Ela pede ainda que as famílias se contenham diante do consumo desenfreado até passar “o surto inflacionário” que tem preocupado não só o governo brasileiro, mas os governantes de todo o mundo. “Os economistas dizem que vai passar, mas, entre o vai passar e a realidade, é melhor a gente se prevenir. É preciso segurar, segurar mesmo até passar esta fase”, alertou. Outro conselho é que as pessoas evitem empréstimos bancários e os crediários nas lojas, principalmente, se puderem adiar a compra de bens.

“É importante a mobilização de todos: governo, iniciativa privada, donas de casa, para que a inflação não volte, uma vez que ela é altamente danosa para todos. Os efeitos de uma inflação, nós já vivemos isso na década de 80, são altamente nocivos para os orçamentos domésticos. Isso não significa trazer expectativas negativas. Sem terrorismo”, observou Lúcia.

O Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais existe desde 1983 e está presente em 25 cidades do estado com milhares de associados. A entidade realiza semanalmente pesquisa de preços e qualidade de produtos, além de campanhas de esclarecimento, reuniões com associações comunitárias e prestação de atendimento jurídico referente aos direitos do consumidor.

“Nós também fazemos palestras em associações, faculdades e escolas de nível fundamental e médio para que as pessoas tenham consciência crítica, porque isso não depende só de governo e dos empresários. O combate à inflação vai depender, neste momento, de todos os segmentos”, disse Lúcia.

Agência Brasil