Joinville: Criada a Unidade de Conservação do Iririú

A criação da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Iririú, instituída pelo decreto municipal 19.665, foi oficializada neste mês de outubro. A nova unidade de conservação tem abrangência nos bairros Aventureiro, Bom Retiro, Iririú, Jardim Iririú, Jardim Sofia e Saguaçu. A área total é de 5.255.610,96 m² – milhões de metros quadrados, o equivalente a 525,56 hectares.

“Para o cidadão o benefício está na qualidade ambiental que será mantida e após o plano de manejo a definição do que pode ou não ser feito na área”, explica a bióloga da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), Dalzemira Souza. A unidade visa garantir a proteção dos remanescentes de Mata Atlântica em ambiente urbano, além de proteger a fauna e a flora, e  disciplina o uso e ocupação do solo e restringe as novas ocupações. Também deverá ser ampliada a fiscalização ambiental e fomentado o turismo ecológico e a educação ambiental.

A bióloga Dalzemira de Souza explica que unidade integra todo o Morro do Iririú e inclui um fragmento cortado pela Avenida Santos Dumont. “No decreto já temos a definição da zona de amortecimento”. Estão incluídos na Arie os terrenos acima da cota 40 no Morro do Iririú – exceto os que integram o Parque Municipal do Morro do Finder. Propriedades abaixo da cota 40 maiores que 1.000m² (mil metros quadrados) e com pelo menos 30% de área florestada, e os terrenos menores de 1.000m² (mil metros quadrados) e com pelo menos 50% de área florestada.

A unidade de conservação será gerida pela Fundema, mas ainda há necessidade de criar um conselho gestor com representação do poder público e da sociedade civil. Além disso, o plano de manejo precisa ser elaborado no prazo de cinco anos. “É o plano de manejo que definirá as zonas de proteção integral as de e uso sustentável”, explica a servidora Dalzemira.

 

Curiosidades

O Morro do Iririú e do Boa Vista formavam o Morro das Cachoeiras. Com a expansão urbana e intervenções essa característica foi perdida, mas o local ainda abriga espécies como a canela-preta, canela-ferrugem, cedro, canjerana, guapuruvú, palmito juçara e inúmeras castas de bromélias. Há registro de aves em extinção como gavião-pombo-grande, pixoxó, o jucuaçu e o picapau-de-cara-acanelada. Mamíferos ameaçados de extinção habitam o local, entre eles o gato-do-mato e o gato-do-mato-pequeno.

Com a criação da Arie do Iririú, o município passa a ter sete unidades de conservação: Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Ilha do Morro do Amaral; Parque Ecológico Prefeito Rolf Colin; Parque Municipal Morro do Finder; Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra Dona Francisca; Ária de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Morro do Boa Vista; Parque Natural Municipal da Caieira.

Economia Verde pode gerar em 20 anos até 60 milhões de empregos

Se todos os países adotarem uma economia mais verde como modelo de desenvolvimento, em 20 anos seriam criados entre 15 e 60 milhões de novos empregos no mundo. A conclusão está no relatório Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma Economia Verde, divulgado hoje (31) pela Iniciativa Empregos Verdes.

O grupo, que reúne especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Internacional de Empregadores (OIE) e da Confederação Sindical Internacional (CSI), mostra que o atual modelo de desenvolvimento não é mais capaz de gerar emprego produtivo e trabalho decente.

“Se a situação continuar como hoje, os níveis de produtividade dos países em 2030 serão 2,4% menores do que os atuais. Em 2050, esses níveis cairiam 7,2%. Os índices coincidem com estimativas de estudos sobre danos econômicos produzidos pela degradação do meio ambiente e a redução dos ecossistemas básicos”, sugere o relatório.

Em contrapartida, considerando apenas os empregos relacionados a produtos e serviços ambientais nos Estados Unidos, 3 milhões de pessoas já se beneficiam do novo padrão. Na União Europeia, existem 14,6 milhões de empregos diretos e indiretos na proteção da biodiversidade e recuperação dos recursos naturais e florestas, sendo mais de meio milhão só na Espanha.

Na Colômbia e no Brasil, os organismos internacionais destacaram a formalização e organização de quase 20 milhões de catadores informais. Ampliando as possibilidades de ocupação, o relatório aponta que o Brasil já criou cerca de 3 milhões de empregos com iniciativas sustentáveis, o que representa aproximadamente 7% do emprego formal.

De acordo com o estudo, é possível obter ganhos líquidos na taxa de emprego entre 0,5% e 2% do emprego total existente hoje. Mas os especialistas alertam que, para que o novo modelo funcione, é preciso combinar políticas.

As orientações indicadas no relatório elencam incentivos financeiros para estimular a mudança de padrões nas empresas, a adoção de um diálogo permanente com os diversos setores da sociedade e a garantia de políticas de mercado de trabalho que complementem políticas econômicas e socioambientais. “A Lei Nacional de Garantia de Emprego Rural na Índia e na habitação social e os programas de bolsas verdes no Brasil são bons exemplos de políticas de proteção social que contribuem para o desenvolvimento sustentável”, destaca o documento.

Da Ag. Brasil