Esmeraldino deixa o PSL

Com uma carta aparentemente de gratidão, mas que enseja muitos questionamentos e desconfianças, o fundador do PSL em SC e atual Secretário do Desenvolvimento do Governo Carlos Moisés, Lucas Esmeraldino, se desfiliou do partido e anunciou a decisão na noite deste domingo (24). Pelo visto, pegou a todos de surpresa. Informações de bastidores dizem que a saída tem a ver com as divergências internas no Governo, as denúncias na pasta e suas controladas, familiares, e claro, na erosão da relação entre o presidente Bolsonaro e o Governador Moisés.

Fontes governistas dizem que Esmeraldino vai para outra pasta, não porque quer, mas por desejo do governador e seu núcleo duro. Após as saídas de seus braços direitos, Helton Zeferino, Douglas Borba, e agora com Esmeraldino, Carlos Moisés deve renovar a “cara” do seu Governo para enfrentar os pedidos de impeachment e a oposição na Assembleia Legislativa. Veja abaixo o texto de Esmeraldino:

“Deixo o #PSL com a sensação de missão cumprida”.
Chegou a hora de partir para um #novodesafio e construir uma nova #história.
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Após 2 anos e 2 meses no PSL, chegou o momento de encerrar minha participação num ciclo #vitorioso.
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‼️ Quando me filiei à sigla, recebi a missão de estruturar, em menos de seis meses, o partido no #Estado e, especialmente, de mudar a forma de se fazer #política. Foi o que aconteceu. Alcançamos os objetivos.
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Entregamos o melhor resultado do #País🇧🇷. Com o aval e apoio do nosso Presidente #Bolsonaro, estruturamos um partido praticamente desconhecido pelos #catarinenses e formamos um time de entusiastas e guerreiros que ajudou a fazer quatro federais, seis estaduais, um #governador, sua vice e, por muito pouco, não consegui ser eleito #senador.
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Foi uma honra ter feito parte dessa grande #família. Minha gratidão aos meus familiares, #amigos, a quem me acompanha e confia no meu #trabalho e, sobretudo, a cada um dos membros do partido, por colocarem seus corações e almas em cada etapa desse percurso. #Juntos, fizemos toda a diferença e deixamos um grande legado.
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Sigo para mais um desafio, inspirado nos ideais da família, da nossa #pátria e da #liberdadeeconômica. De coração, muito obrigado a todos e que #Deus siga nos abençoando. Jair Messias Bolsonaro Carlos Moisés Laercio Menegaz Junior Juninho Eduardo Bolsonaro Suelen Lara Diego Goulart.

Lucas Esmeraldino”

PSL/SC suspende deputados estaduais por sete meses

Conforme já noticiado pelo Palavra Livre na sexta-feira (15), o PSL de Santa Catarina reuniu a sua Direção Executiva na noite desta segunda-feira (18) para julgar os deputados estaduais considerados dissidentes no partido. A decisão foi suspender a todos de suas atividades em posições e liderança em comissões da Assembleia Legislativa de SC por sete meses, com exceção de um que recebeu mais cinco meses além dos sete definidos pela Executiva.

Os deputados Ana Caroline Campagnolo, Sargento Lima, Felipe Estevão receberam sete meses de suspensão, o deputado Jessé Lopes recebeu 12 meses, cinco a mais por outro processo que respondia internamente. Segundo o partido, todos os deputados foram representados por seus procuradores e advogados em reunião remota para realizarem as suas defesas. Todos os deputados devem recorrer da decisão junto a Executiva Nacional do PSL.

Na prática o presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD) deve ser notificado nesta terça-feira (19) sobre a decisão partidária, e a partir daí poderá tomar a decisão de afastar, ou não, os deputados de suas funções no Legislativo exercidas em nome do PSL. Sargento Lima e Felipe Estevão, por exemplo, podem perder cargos na CPI dos Respiradores, onde o primeiro preside. A repercussão do ato deve acirrar ainda mais os ânimos entre o Governador Carlos Moisés, o PSL e seus deputados dissidentes, tudo em meio à pandemia do Covid-19, da crise política com CPI dos Respiradores em curso e outros pedidos de impeachment que estão na mesa do Presidente da Assembleia. Que Santa Catarina não sofra com esta briga política em momento tão sério para a população.

Deputado Sargento Lima reage a decisão do partido
Recebo da assessoria de imprensa do deputado uma manifestação sobre a decisão da Executiva do PSL de Santa Catarina que o suspendeu das atividades representativas do partido na Alesc. Lima acusa o governador Carlos Moisés de comandar o partido e de tentar intimidá-lo no andamento da CPI dos Respiradores. O advogado do deputado classifica o ato de tentativa de obstrução de justiça. Segue abaixo a íntegra da manifestação do deputado:

“Em meio à investigação da CPI dos Respiradores, da qual o deputado Sargento Lima é o presidente, a direção estadual do PSL decidiu julgá-lo e puni-lo na noite desta segunda-feira. A principal pena será a perda, por sete meses, dos cargos representativos, ou seja, na Comissão Parlamentar de Inquérito e nas três comissões permanentes da Assembleia Legislativa, sendo a de Finanças a principal que Lima participa.

Também foram julgados, em sessão virtual, os deputados Felipe Estevão, Ana Campagnolo e Jessé Lopes. Todos receberam suspensão de sete meses e Jessé, por outro processo, foi punido com mais cinco. Sargento Lima ainda não foi notificado da decisão, mas o advogado dele, Marcelo Pontual, adiantou que irá recorrer à executiva nacional do PSL. Para ele, a punição de Lima é uma tentativa de obstrução da justiça, tendo em vista que ocorre em meio ao processo de investigação da compra de 200 respiradores pelo Governo do Estado, com o pagamento antecipado de R$ 33 milhões.

Sargento Lima argumentou que o PSL, comandado pelo governador Carlos Moisés, tem a real intenção de tentar intimidá-lo no andamento da CPI, sendo que ele (o governador) deveria ser o primeiro a querer que as investigações desvendassem os possíveis crimes praticados e os agentes envolvidos. “Certamente, é a primeira vez que um deputado é processado no conselho de ética de um partido por ter a sua atuação parlamentar condizente com o seu discurso de campanha”, salientou Lima.

A NOTA
Abaixo, a nota escrita pelo deputado estadual Sargento Lima sobre o julgamento:

  • A prioridade do momento passa longe de ser a política. A prioridade é cuidar da saúde, dos empregos e da economia dos catarinenses, seriamente ameaçados pela pandemia que assola o mundo e o nosso Estado, situação agravada pelas atitudes de gestão do governador Carlos Moisés. Na eleição 2018, o PSL trabalhou para eleger um candidato a governador que dizia que iria mudar a forma de fazer política em SC.
  • Hoje, represento o povo catarinense na Assembleia Legislativa e percebo que o governador não foi verdadeiro em sua campanha. Prova disso são as seríssimas irregularidades em que o Poder Executivo está envolvido: o hospital de campanha em Itajaí e o escândalo da compra dos respiradores fantasmas que saqueou R$ 33 milhões dos cofres públicos.
    Tão grave quanto às irregularidades é o que PSL está tentando fazer: obstruir as investigações desenvolvidas pela Alesc.
  • Desde o ano passado, os deputados que se recusaram a obedecer às ordens do governador e mantiveram a atuação conforme suas convicções e ideologias, seguindo os compromissos assumidos em campanha, passaram a ser perseguidos pelo Executivo. Perseguição que culminou em processo administrativo disciplinar no Conselho de Ética do PSL.
    É de conhecimento público que presido a CPI que investiga as irregularidades praticadas na compra dos respiradores pelo Governo do Estado, na qual também faz parte o deputado Felipe Estevão, também do PSL.
  • Pois bem, em uma manobra que mostra a real face desse (des)governo, o PSL, atendendo claramente os interesses do governador Carlos Moisés, na data de 13 de maio de 2020, as 23h, enviou-me um e-mail marcando o julgamento do processo administrativo disciplinar para o dia de hoje.
    Aí o absurdo. Essa é uma atitude que busca claramente intimidar este deputado, bem como o deputado Felipe Estevão no andamento dos trabalhos da CPI. Digo mais, esse fato constitui flagrante tentativa de obstrução das investigações desenvolvidas pela CPI.
  • Governador, não espere jamais que este deputado lhe abaixe a cabeça e nem o Parlamento Catarinense. Não fui eleito para lhe servir e cumprir suas vontades. Fui eleito para trabalhar em prol dos catarinenses e é isso que vai pautar meus trabalhos na CPI dos Respiradores e em todas as minhas ações parlamentares. Sobre o processo administrativo vou exercer a minha defesa com as prerrogativas previstas em lei, nada tenho a temer. Sei da minha atuação parlamentar e a única coisa que teria feito diferente nessa caminhada é ter confiado no senhor, que se elegeu com um discurso e age de forma completamente distinta, relegando inclusive o grande responsável pela sua eleição, o presidente Jair Bolsonaro.
  • Escrevo o presente desabafo não surpreendido com a perseguição do governador Carlos Moisés com aqueles que ousam discordar de suas opiniões, mas sim surpreso com suas ações que não têm limites. Estamos no meio da maior calamidade em saúde pública dos últimos 100 anos, e a prioridade dos líderes do PSL é expulsar do partido deputados que desenvolvem de forma correta e independente os seus mandatos. Inaceitável!

Dalmo Claro é a nova aposta do PSL para a Prefeitura de Joinville (SC)

Reviravolta entre os pré-candidatos a Prefeitura de Joinville, maior cidade de SC. Dalmo Claro, ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado da Saúde se filiou ao PSL, partido do governador Carlos Moisés, no limite definido pelo TSE e será a aposta do PSL e Governo do Estado nas eleições deste ano. O Palavra Livre apurou que o médico assinou ficha no PSL no dia 3 de abril, desgostoso com o quadro de inchaço de candidatos no PSDB, partido ao qual estaria filiado para ser candidato tucano.

A fila no PSDB de Joinville estava meio vazia. O ex-senador Paulo Bauer estava motivando o partido para a disputa, colocando o nome a disposição. Dalmo foi convidado e teria aceitado e até assinado ficha. Na mesma época, o também médico Valdir Steglich deveria ter se filiado, mas declinou. Em seguida o veterano vereador Odir Nunes anunciou que disputaria a indicação no ninho tucano. E mais recentemente o vereador Rodrigo Fachini aterrissou no partido vindo do MDB, e já se posicionando como pré-candidato a Prefeito. Meio quieto, o candidato derrotado ao Governo em 2018, ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia, Gelson Merisio, também estava mirando a vaga. Tudo isso parece ter motivado Dalmo Claro a sequer ingressar no PSDB.

Hoje mesmo outra novidade, a saída de Rodrigo Bornholdt, ex-vice Prefeito de Joinville, advogado, que há poucas semanas agitou os bastidores da política local ao anunciar a desfiliação do PDT, onde era militante histórico, para entrar no mesmo PSL aonde Dalmo Claro chega agora. Com uma posição no mínimo estranha, Bornholdt enviou nota a imprensa informando da sua saída do partido ao qual mal tinha chegado. Coisas da política que o povo não entende. Difícil entender mesmo.

As fontes ligadas ao PSL da Ilha dizem que Dalmo Claro chega como grande aposta do partido para a disputa, e até que ele assume o comando partidário, com carta branca para organizar a nominata e articular as alianças. O presidente do PSL estadual, deputado federal Fabio Schiochet, deu o aval para os próximos passos. Parece que há um vírus que chegou a política e também vem bagunçando os cenários. O MDB, que já contava com o apoio do PSL ao seu candidato em Joinville e outras cidades, já sentiu o golpe e tem se colocado cada vez mais opositor ao governo de Carlos Moisés. Fernando Krelling, deputado pelo MDB, já fez até movimentos e vídeos que pressionam o governador para a abertura de academias em meio a pandemia do coronavírus.

Dalmo Claro no PSL pode promover um rearranjo nas alianças e articulações que já estavam quase fechadas em Joinville. A crise na saúde com a pandemia do Covid-19 (coronavírus) que será duradoura pode ajudar o médico na corrida eleitoral. A aposta do PSL na experiência de Dalmo na área da saúde pode ser a estratégia sonhada. Vamos acompanhar os próximos passos. Como já dizia o falecido político joinvilense do mítico bairro Itaum da zona sul, João Pessoa Machado: “em política só não vi boi voar”.

Rodrigo Bornholdt desiste do PSL

A volta de quem não foi. Assim pode se resumir a filiação que não se consumou do ex-pedetista, advogado Rodrigo Bornholdt, ao PSL do governador Carlos Moisés. Ex-vice-prefeito de Joinville (SC), ele estava afastado dos holofotes políticos quando anunciou, do dia para a noite, a saída do PDT e a entrada no PSL. Foi uma pequena chama que se apagou na primeira brisa. Bornholdt fez que foi, mas não foi, como diriam na periferia da maior cidade de SC. Perde brilho com este movimento errático. Leia a nota que foi enviada à imprensa:

“Após amplo estudo e reflexão, verifiquei que as atuais diretrizes e a postura do PSL, no âmbito nacional, não convergem com as minhas. Em vista disso, achei por bem não concretizar o processo de filiação ao partido, iniciado no último dia 3 de abril.

Minha vida pública sempre se pautou pelo compromisso com a democracia e com os direitos humanos, como as liberdades e os direitos sociais. Em vista disso, refletindo a respeito da importância de me manter fiel às minhas convicções, entendo como incompatível minha entrada no partido que elegeu o atual Presidente da República, participa ainda ativamente de sua base de apoio e cogitou, no último dia 08/04, inclusive, uma reaproximação formal com ele (conforme declarações da líder do PSL na Câmara dos Deputados).

Desde o início fiz oposição ao atual governo federal, cujo ideário e práticas políticas não estão de acordo com aquilo que defendo. Poderão se perguntar: “Mas ele já não sabia disso antes? Por que então iniciou seu ingresso no partido?” Quando aceitei o convite, acreditei numa cisão definitiva e programática entre o PSL e o Presidente da República, que já deixou o partido; acreditei também na adoção, pelo partido, de uma pauta mais afinada com o ideário social-liberal, própria a seus primeiros tempos e representativa de uma variante da social-democracia.

Refletindo melhor, porém, verifiquei que isso ainda não ocorreu e talvez não venha a efetivamente se concretizar. Recebi e aceitei o convite para ingresso no partido, para ser seu pré-candidato a prefeito. Dadas sua imagem e dimensão na cidade, aliada à força do governador, entendo que teria todas as condições para me eleger e fazer uma gestão diferenciada, num diálogo amplo com a comunidade e com as forças produtivas, dando ênfase ao aprimoramento da rede de proteção social, à consolidação do ensino em tempo integral, ao aprofundamento das práticas democráticas e ao estímulo à geração de renda.

Entendi também, no momento em que iniciei o processo de filiação, como aliás ainda entendo, que no âmbito local e estadual poderia fazer a diferença, aproximando o partido às pautas que defendo. Mas cheguei à conclusão que não teria essa força no âmbito nacional. Que ali os caminhos ainda se desenham e se consolidam de outra forma. Diante disso, reitero, senti que estaria a trair minhas próprias convicções, afinal a atuação, a pauta e as diretrizes partidárias do PSL conflitam com a maior parte daquilo em que acredito.

Em Santa Catarina, entendo e reconheço que a situação do PSL é diferente. O governador Carlos Moisés tem feito até aqui um governo acima das minhas expectativas e tal fato, como já expressara anteriormente, pesou muito na minha decisão de aceitar o convite. Moisés se mostra aberto às questões sociais e comprometido com o jogo democrático, que exige diálogo e respeito às diferenças. Mas não posso me ater unicamente à questão regional, adotando uma linha de pensamento que, ao fim e ao cabo, se revelaria provinciana.

Agradeço imensamente ao presidente estadual Fabio Schiochet, ao governador Carlos Moisés, e ao presidente municipal Derian Campos, pelo convite e pela confiança demonstrada. Minha luta, juntamente com a de companheiras, companheiros e simpatizantes que me deram votações significativas para continuar na vida pública; ou que, mesmo não votando em mim, levam em conta aquilo que temos a dizer, continua. Peço-lhes que estejamos firmes em nosso compromisso com o bem comum, com a democracia, com uma economia inclusiva e com os direitos humanos! Vamos em frente!!

Rodrigo Bornholdt “

Agora o PSL catarinense e joinvilense ficou sem um trunfo, uma novidade. Péssimo para as futuras eleições, se é que elas ocorrerão neste ano. E o PDT volta a ter que criar uma candidatura, que talvez seja a do vereador James Schroeder.

PSL de Joinville prepara candidaturas

O PSL de Joinville reuniu seus pré-candidatos a vereador e a Prefeito em hotel da maior cidade catarinense na noite de ontem (10). O evento foi comandado pelo secretário de Articulação Internacional do Governo de Carlos Moisés, Derian Campos, que também é o pré-candidato do partido para a disputa este ano à Prefeitura.

O projeto visa construir candidaturas viáveis e eleger um ou dois vereadores, e para isso já possuem mais de 29 nomes de lideranças, número que cada partido terá que lançar à Câmara. Boatos que correm em Joinville dão conta que o PSL não terá candidato a Prefeito pois há acordo com o atual prefeito Udo Döhler (MDB) para composição na chapa que terá o deputado Fernando Krelling (MDB) à frente.

O governador Carlos Moisés já teria fechado o negócio com o prefeito joinvilense, de olho na recíproca em 2022. O PSL decidiu ter candidatos nos 30 maiores municípios do estado para pavimentar a recondução de Moisés ao cargo. Derian Campos já teria até um slogan pronto: Joinville tem que ser de todos. Corre nas redes sociais uma imagem do Secretário com o slogan e uma hashtag que chama a atenção – #libertajoinville.

Derian Campos aposta tudo na repetição do fenômeno 17 que elegeu Bolsonaro em 2018. A diferença é que hoje Carlos Moisés e Bolsonaro não caminham mais juntos, nem no partido e tampouco nas ideias e projetos.