PT de Joinville (SC) perde o ex-deputado Wilson Vieira, o Dentinho

Este jornalista acompanhou parte da trajetória sindical e política do ex-vereador e ex-deputado estadual pelo PT de Joinville (SC), Wilson Vieira, mais conhecido como Dentinho. Combativo, escreveu uma história política partidária e sindical com toda a energia. O Palavra Livre envia seus melhores sentimentos aos familiares pela perda. O presidente do PT joinvilense envia nota de pesar que publicamos a seguir:

“Com profundo pesar, o Partido dos Trabalhadores de Joinville comunica o falecimento do companheiro Wilson Vieira, o “Dentinho”, que morreu aos 66 anos de idade na noite desta segunda-feira, 24 de agosto.

Dentinho foi uma grande liderança sindical, presidiu o Sindicato dos Mecânicos de Joinville entre 1989 e 1995. Foi um dos fundadores da CUT Regional Norte, a qual presidiu, e diretor da CUT Santa Catarina, da Federação e da Confederação dos Metalúrgicos.

Filiado desde 1986, Dentinho foi vereador e deputado estadual pelo PT, uma das maiores lideranças do partido em Joinville. Na Alesc, foi Presidente da Escola do Legislativo nos anos de 2003 e 2004.

Dentinho deixa cinco filhos e seis netos. Neste momento de dor, prestamos nossa solidariedade aos seus amigos e familiares. Nosso reconhecimento e gratidão, companheiro!

Seu velório acontece na capela 3 da Prever, no bairro Aventureiro. Mesmo não sendo vítima da Covid-19, o velório segue o protocolo estabelecido.”

PT confirma pré-candidatura do ex-deputado Assis em Joinville

Em encontro virtual que reuniu cerca de 80 pessoas na tarde do sábado, 1º de agosto, o Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou a pré-candidatura de Francisco de Assis à prefeitura de Joinville (SC) e aprovou a indicação de 24 homens e mulheres para a nominata de pré-candidatos e pré-candidatas à vereança. No encontro, realizado excepcionalmente de maneira online por conta da pandemia do novo Coronavírus, o partido também definiu que vai continuar propondo o debate com PCdoB, PDT, PSB e PSOL por uma frente de esquerda, que unifique o campo popular e democrático em Joinville.

“Estou muito feliz e honrado pela decisão do Partido dos Trabalhadores, que confirmou o meu nome como pré-candidato a prefeito de Joinville. Esta é uma pré-candidatura coletiva, construída junto dos trabalhadores e das trabalhadoras de Joinville. E tenho muito orgulho dos homens e das mulheres que estão se apresentando comigo como pré-candidatos e pré-candidatas nesta eleição”, diz Assis, que é gestor público e empresário em Joinville. Francisco de Assis já foi vereador, deputado estadual por dois mandatos e chegou a assumir como deputado federal em 2014, além de ter atuado como Secretário Municipal de Turismo em Itapema e presidido a CONURB em Joinville.

Participaram do encontro eleitoral neste sábado o ex-prefeito de Joinville, Carlito Merss, que coordena o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT em Santa Catarina, e o presidente estadual do partido, o ex-deputado Décio Lima, que fez uma análise da conjuntura e levou aos militantes petistas uma palavra de incentivo. Outras lideranças do PT, como a ex-secretária de Saúde de Joinville, a enfermeira Antonia Grigol, também participaram da reunião.

De acordo com Assis, sua prioridade agora é construir coletivamente com a cidade o plano de governo para Joinville. “A pandemia nos fez repensar o plano de governo que estávamos construindo. Por isso, torna-se ainda mais importante ampliar este debate com os diversos setores da sociedade. E vamos priorizar esta construção coletiva e democrática. Precisamos construir junto dos joinvilenses a cidade que queremos viver após a pandemia. Nesta construção, vamos pensar uma Joinville para todos e todas, mas principalmente para os que mais precisam”, defende Assis.

O encontro deste sábado atende a um prazo interno do partido. O PT de Joinville não definiu nomes para a pré-candidatura a vice, acenando para os demais partidos sobre sua disposição em ampliar o debate e construir uma unidade do campo popular e democrático. A nominata de pré-candidatos e pré-candidatas à vereança do PT de Joinville ainda poderá ser preenchida até 13 de setembro, data da convenção eleitoral do partido, definida no encontro deste sábado.

No próximo sábado, 8 de agosto, o PT lançará publicamente a pré-candidatura de Assis, em um evento transmitido ao vivo nas redes e com a participação de lideranças nacionais e estaduais. No dia 12, o partido fará a sua primeira plenária online de construção do plano de governo, com o tema da saúde. O objetivo é ouvir a população sobre os problemas e as propostas para a cidade. Nos próximos dias, o PT de Joinville também lançará uma plataforma online para que os joinvilenses possam registrar suas sugestões para o plano de governo.

PT de Joinville inaugura nova sede

O PT de Joinville (SC) retoma as atividades com uma presença mais marcante com a reabertura de sua sede, na verdade uma nova sede na cidade que administrou entre 2009-2012 com o atual deputado em exercício, Carlito Merss. Meio apagado por conta da luta política dos últimos anos, e sem eleger nenhum vereador em 2016 na maior cidade catarinense, o PT aproveitou o aniversário da cidade para abrir as portas oficialmente de sua nova sede na manhã desta segunda-feira, 9 de março.

Além da militância, lideranças e apoiadores, o deputado estadual e líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), Fabiano da Luz, participou da inauguração. Ao lado de Carlito Merss, e do ex-deputado estadual e atual presidente do diretório no município, Francisco de Assis, Fabiano colocou o seu mandato e Gabinete à disposição do diretório, o que revela a disposição do PT estadual em retomar espaços em SC.

O partido trabalha o nome do atual presidente do diretório, Francisco de Assis, para a disputa à Prefeitura disposto a conquistar cadeiras na Câmara de Vereadores.

Governo Carlito encerra melancólico, dívidas devem chegar aos R$ 100 mi

Não vou escrever muito sobre o fim do governo Carlito Merss (PT) em Joinville (SC). Até porque já escrevi muito sobre o que levou o governo da esperança ao naufrágio da quase totalidade do navio. Poucos sobraram com performances acima da média, isso em relação aos cargos de primeiro escalão. Pouquíssimos. Os demais, bom, estes seguiram determinações de cima e nem sempre tiveram o discernimento de ver os erros que se cometiam, equívocos graves que levaram ao naufrágio. Perdeu a eleição, perdeu a segunda eleição, perdeu a esportiva. Perdeu o lustro.

O final do governo Carlito é quase vexatório, para dizer pouco. Pararam obras de saneamento, obras nas escolas e biblioteca, o mato cresce nos canteiros, e a dívida que deixará para o futuro governo Udo Döhler, contam as andorinhas que sobrevoam pela transição – transição? – não será pequena. Ficará entre R$ 50 e R$ 100 milhões, com mais tendência ao segundo número. Para quem cantava em verso e prosa fazer diferente, e que havia pego a Prefeitura com mais de R$ 100 milhões em dívidas – não comprovadas até hoje – fica feio demais. Lastimável. E o pior é ouvir dizer que Udo não quis o PT… perderam a eleição e ainda queriam carona… por favor…

Não tenho vergonha de dizer que trabalhei com Carlito Merss e Marquinhos, e fizemos um bom trabalho na comunicação entre 2005 e 2008, tanto que Carlito se reelegeu federal e Marquinhos foi reeleito vereador com dois mil votos a mais que a eleição anterior. Tenho simpatia por ambos, e por mais pessoas da sua equipe. Votei, apoiei e acreditei que seu governo seria um divisor de águas na política local. Infelizmente, desde a formação da sua equipe de governo, e depois na segunda formação, suas escolhas foram ruins em 80% dos casos. O resultado é esse que vimos, o que deixa momentaneamente a política mais pobre.

Que o PT local tenha sabedoria e discernimento para reerguer a bandeira, abrindo as janelas para que novos ares cumpram sua missão de renovar, resgatar e fazer uma política maior. Para o bem da cidade, que merece partidos fortes e combativos.

Eleições 2012: ex-presidente do IPPUJ expõe dissidência no PT

Roberta se destacou pela campanha com a cor lilás, atividades sustentáveis e debates sobre mobilidade

Ela fez quase dois mil votos em sua primeira eleição, e se revelou como a nova liderança no PT joinvilense, uma surpresa para a cúpula partidária diante da suposta falta de base política e de capilaridade eleitoral em bairros. Roberta Schiessl, advogada e ex-presidente do IPPUJ, não aceitou o convite do prefeito Carlito Merss para retornar ao posto, o que causou estranhamento da opinião pública.

Até então só haviam rumores de suas manifestações internas no partido, reagindo ao atrelamento do PT e do Governo Carlito à candidatura do PSD de Kennedy Nunes, que também recebeu o apoio do ex-prefeito Marco Tebaldi. Em seu perfil no Facebook, Roberta abre publicamente a sua dissidência à decisão local do partido, invoca a posição estadual e federal do PT que encaminha o projeto de reeleição de Dilma Rousseff junto com outros aliados, em especial o PMDB.

Certamente haverá muita trovoada, chuvas torrenciais e ranger de dentes no núcleo duro do PT joinvilense. Na reta final das eleições 2012, um duro golpe nos interesses localizados das atuais lideranças do partido, e com reações imprevisíveis. Confira na íntegra o desabafo, até filosófico, da ex-presidente do IPPUJ, Roberta Schiessl:

“Aristóteles introduz a pergunta ética por excelência: o que está e o que não está no nosso poder quando agimos? Em outras palavras, o que depende de nós e o que não depende de nós numa ação? O ato ético voluntário é aquele que depende inteiramente de nós no momento da ação. As circunstâncias em que se realizará não dependem de nós, pois como vimos, são contingentes.
Como fazer para que, em qualquer circunstância, possamos agir eticamente, isto é, ter o pleno poder sobre nossa ação, ainda que não tenhamos poder sobre as circunstâncias que nos levam a agir? Adquirindo uma disposição interior (héxis) constante que nos permite responder racionalmente ou prudentemente a situações que não foram escolhidas nem determinadas por nós, isto é, realizando um ato voluntário feito por e com virtude.

Portanto, feito com escolha deliberada, com moderação e reflexão sobre os meios e os fins, em vista da excelência ou do melhor. (CHAUÍ, Marilena, In: INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA, p. 448. Companhia das Letras, 2ª. Edição).

Aproprio-me dessa citação da obra da professora Marilena Chauí, cantada e decantada pelos intelectuais de esquerda, para finalmente me manifestar acerca da conjuntura política das eleições municipais, e do imprevisível – ao menos para mim – apoio do meu partido, PT, ao candidato do PSD, que se soma ao apoio do PSDB, PP dentre outros.

Não poderia silenciar-me, porque não tenho dúvida que 1853 votos não vieram da arte de “ficar em cima do muro”. Sempre me posicionei e colhi críticas e apoios e, por conseqüência, inimigos e apoiadores. Atenho-me aos últimos. Eles merecem meu posicionamento acerca do apoio manifestado a um candidato que passou 3 anos e 10 meses rompido com o meu candidato a prefeito.

Não só isso, que em campanha formula propostas inexeqüíveis ou desconexas da realidade e as prioridades do município. Um “garrote” hábil e impiedosamente utilizado e que não será curado, ao menos em mim, petista, por intermédio de um apoio extraído das vísceras feridas por um governo que a urna não aprovou.

Portanto, não aceitei regressar à prefeitura, pois me faltaria coerência, dignidade e brios, características que não consigo flexibilizar diante de nenhuma circunstância.

Ato contínuo, vejo a militância tão envergonhada quanto eu, não sabendo o que dizer àqueles que perguntam “como assim?”. Talvez nem toda a militância, bem sei, mas aquela que sempre ficou fora das decisões de cúpula, convencida e então convicta de que a culpa é dos outros e que os outros nunca tem razão.

Que os outros seriam oportunistas, egoístas, golpistas e tantos outros adjetivos de sufixo “ista” que ouso propor – buscando uma análise menos fisiologista – sejam substituídos pelos de sufixo “dade. Humildade, liberdade, dignidade.

Um apoio rechaçado pelos diretórios nacional e estadual, que já sinalizaram com nitidez com quem o PT vai estar para dar continuidade ao processo de transformação política do país.

Joinville é maior e deve ser vista com mais maturidade nesse contexto. Não pode servir de palco para os interesses de grupos A, B, ou C, arriscando a credibilidade e a história de um partido que nasceu com uma postura crítica ao reformismo dos partidos políticos social-democratas.

Um olhar para além do nosso fígado nos leva a enxergar Chalita com Haddad no estado de São Paulo, um governo do estado em 2014 e muito mais importante, a reeleição da presidente Dilma, que não deve romper com seu vice.

Enfim, já que a conjuntura municipal não depende de mim, mas que ainda me cabe promover um ato voluntário ético, com moderação e reflexão, em vista da excelência ou do melhor, declaro-me dissidente. E que venha a chuva. Joinville – nem eu – nunca se intimidou diante dela”.

PT Joinville: do auge ao abismo em quatro anos

Nunca antes na história deste país se fez algo parecido. Lutar durante três décadas para chegar ao poder, e em apenas quatro anos, desabar abismo abaixo. Sim, falo do PT joinvilense, único, da gema, que conseguiu a proeza de conquistar a Prefeitura após várias tentativas, e em apenas um mandato, rasgar a sua estrela relegando milhares de militantes à desgraça (fala deles, não minha, ok?) do apoio fechado e anunciado à Kennedy Nunes, ex-PMDB, ex-PFL, ex-PP, e agora por enquanto do PSD.

Carlito Merss preparou-se durante anos para o momento de assumir o comando da maior cidade catarinense. Ocupou espaços preciosos na Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, atuou com desenvoltura no governo Lula. Ao chegar ao governo em 2009 levou consigo a esperança de tempos diferentes na velha, conservadora e dependente Joinville. Mas aí começa a derrocada. Erros sobre erros de gestão, da comunicação (essa então, mereceria capítulo à parte!), de habilidade política.

Seu grupo de apoio, conhecido como o núcleo “duro”, hoje sabe-se que não tao duro assim ao ponto de capitular para o algoz do governo petista, passou a exigir currículos de companheiros. A enxergar um espião em cada cargo aliado. A calcular números de dívidas que jamais se confirmaram. A virar as costas para amigos, simpatizantes, companheiros de partido. Até conseguirem perder aliados como o PMDB em primeiro lugar, PR mais à frente com a divisão entre grupos, e finalmente com o PDT.

A incompetência na gestão política, e a péssima comunicação institucional do governo, e a falta da mesma comunicação para proteger a sua estrela maior, Carlito Merss, selaram a receita infalível para a derrocada final, que veio com o pedido, aceito, da cassação da candidatura petista por erro crasso de gestão do orçamento em ano eleitoral. A partir daí começam a procurar os culpados. Estariam eles na mídia? Ou talvez nos outros partidos? Ou mesmo no povo, que não compreende nada? Não conseguem enxergar o óbvio.

Se há culpados dessa derrocada histórica para o PT (olhem que Lula e Dilma estão aí para mostrar como se faz…), são os mesmos que rodeiam o atual Prefeito, que agora lastimavelmente se mostra mais uma vez fraco diante do tal “núcleo duro”, agora envolto com fisiologismos de toda ordem, sob o manto de “continuidade” do governo, etc, e tal. Ora bolas gente, o povo negou essa continuidade! O povo negou ficha suja para o comando da Prefeitura! O povo quer algo diferente, mesmo que agora a escolha em segundo turno seja muito dura. Difícil. Imprevisível.

Ao povo joinvilense agora, o que se pede é atenção, muita atenção. Não há nada novo no segundo turno, é verdade, o não é? Kennedy Nunes é o novo velho na política. Vive dela há mais de 20 anos! Udo é o velho novo que busca um lugar na história da cidade onde nasceu. Um político carreirista, carismático, adepto à demagogia, com base no eleitorado suscetível à religiosidade. Outro, empresário com fama de durão, gestor, sem carisma, com um eleitorado forjado à imagem e semelhança do PMDB e seu comandante máximo LHS, e em sua primeira eleição. Vejam o quanto é difícil a decisão no dia 28 de outubro. Mas vote, vote pelo melhor.

E ao PT, o que sobra? Na modesta opinião deste jornalista que atua e cobre política há 20 anos, é preciso renovar radicalmente a condução do partido. Para retirar a estrela do abismo, amassada, rasgada e espicaçada pelo tombo, é preciso mais que lideranças do arco A, ou B. Será preciso um momento com caras novas, com vontade de reconstruir e fazer partido, como no início desse partido popular. Para isso, talvez seja preciso mais uma derrota. Os militantes dos bairros irão dizer se querem salvar sua estrela para defender Dilma em 2014, ou atirá-la nos braços dos mesmos, sob a tutela de outros.

Ah, e antes que me atirem pedras por todos os lados e redes sociais: ouçam com carinho o que as urnas disseram. Elas são extremamente sábias.