Brasil entra em recessão – PIB recua 9,7% no primeiro trimestre, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 9,7%, no segundo trimestre de 2020, em relação ao primeiro trimestre do ano. Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, as contas nacionais registraram queda de 11,4%. Os números foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira (1º).

A queda é a maior já medida pela série histórica do IBGE desde o início da medição, em 1996. Também é a primeira vez em cinco anos que há recessão –  o que ocorre quando dois trimestres seguidos têm queda do índice: no primeiro trimestre de 2020, a queda foi de 2,5% em relação ao último trimestre de 2019.

Dois dos principais indicadores do PIB registraram fortes quedas: o consumo das famílias caiu 12,5% em relação ao trimestre anterior, e tem queda anualizada de 13,5%. Já o consumo do governo – principal comprador do país – recuou 8,8% neste período, e tem queda anualizada de 8,6%. A indústria também amargou queda de 12,3% na comparação com a primeira medição de 2020 – na comparação com 2019, a queda chega a 12,7%.

O único setor a sustentar crescimento neste período foi o da agropecuária, que cresceu 0,4% em relação ao trimestre anterior, e acumulou 1,2% de crescimento sobre o mesmo trimestre no ano passado.

O resultado do PIB neste trimestre, que aponta a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo Brasil, foi fortemente afetado pela pandemia de Covid -19, que impossibilitou o funcionamento de diversos setores da economia por um longo período.

* com informações de agências de notícias e Congresso em Foco

Europa tem o maior desemprego em 25 anos

A zona do euro registrou taxa de desemprego recorde no último mês de fevereiro, com 10,8% de desempregados, 0,1 ponto porcentual a mais do que no mês de janeiro, segundo dados do Escritório Estatístico das Comunidades Europeias (Eurostat). Em fevereiro de 2011, o índice era de 9,5% – o que mostra o impacto da crise das dívidas soberanas e dos planos de rigor adotados pelos governos da Europa.

Só nos países que adotam a moeda única, 17,1 milhões estão sem emprego, um total que sobe para 24,5 milhões de homens e mulheres em idade ativa sem trabalho se considerados os 27 países da União Europeia. As cifras são recordes em 25 anos.

O anúncio foi feito ontem, em Bruxelas, e revela o impacto social da crise, que desde 2008 flagela o mercado de trabalho da Europa. No intervalo de um ano, entre os meses de fevereiro de 2011 e de 2012, 1,8 milhão de pessoas- equivalente a toda a população de Paris – foi demitida na União Europeia, onde o porcentual de desocupados é um pouco mais baixo, 10,2%, ante 9,5% um ano antes.

Outra conclusão relevante do estudo é a concentração das novas demissões na chamada zona do euro, formada por 17 países que adotam a moeda única, onde 1,4 milhão perderam suas vagas.

Os casos mais graves de crise de emprego acontecem na Espanha e na Grécia, dois dos países mais atingidos pelas crises do sistema financeiro, de 2008, e das dívidas, de 2009. Quase um em cada quatro espanhol em idade ativa não tem trabalho, ou 23,6%. Entre jovens com menos de 25 anos, 50,5% não têm trabalho, índice que voltou a crescer, se comparado a dezembro de 2011, 50,4% (Leia texto ao lado. A situação de calamidade é semelhante na Grécia, onde 21% dos trabalhadores estão sem trabalho – frente a pouco mais de 5% em 2008. Também entre os jovens gregos a situação é dramática, com um em cada dois sem atividade laboral. No conjunto da União Europeia, esse porcentual é de 22,4%.

Pleno emprego
Por outro lado, países como Áustria, com 4,2% de trabalhadores sem vaga, e Holanda, com 4,9%, vivem o pleno emprego. Situação semelhante é verificada em Luxemburgo, com 5,2% de desempregados, e na Alemanha, maior potência econômica do bloco, com 5,7%. Em oito países as cifras de desemprego melhoraram nos últimos 12 meses;em18, entretanto, pioraram. Para especialistas em mercado de trabalho, essa é a prova que a União Europeia cresce em duas velocidades distintas: ao norte, onde o desempenho é positivo, apesar dos efeitos da crise, e ao sul, onde a recessão ou a depressão econômica são a regra.

Na França, onde o desemprego fica na média europeia, a situação também é crítica para quem buscas e reinserir no mercado. O Estado esteve ontem em uma agência governamental para recolocação profissional, a Polo de Empregos situada no 15º distrito de Paris, e ouviu depoimentos de pessoas há mais de dois anos sem uma proposta de trabalho.

Jovens
Como em todo o continente, a situação é mais grave entre jovens franceses, dentre os quais 21,7% não encontra trabalho.” O pior é a falta de perspectiva.

Como tempo, até o Polo Emprego vai abandonando seu caso”, afirmou o contador Alain C., de 24 anos, há 17 meses à procura de um posto. “A gente se sente só”, afirmou.

Do Estadão e Sindicato do ABC