Você já escreve seus textos, poesias, crônicas, livros? Ou ensina a arte da redação, da escrita, é professor? Então não pode perder essa chance que a Associação Confraria das Letras, em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Rolf Colin oferece: uma oficina com o escritor Hilton Görresen, abordando a temática:
O Texto e suas Técnicas (Aperfeiçoamento das Práticas de Redação e Qualidade Textual). Hilton é um grande escritor e cronista da nossa terra, e você que deseja aprender, aprimorar a sua técnica, não poder perder essa oficina. Veja o texto enviado pela Associação e Biblioteca de Joinville:
“Caros Escritores, Professores, Mediadores de Leitura e Interessados na Arte da Escrita! Todo conhecimento é bem-vindo quando repassamos o que aprendemos. Que tal você estar conosco nesse momento de magia, envolvendo a leitura e a escrita? Agende-se!
A Associação Confraria das Letras, em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin, realizará oficina com o escritor Hilton Görresen, abordando a temática: O Texto e suas Técnicas ( Aperfeiçoamento das Práticas de Redação e Qualidade Textual ).
Data: 22/6/2013 ( sábado )
Horário: 9 às 11h30min
Local: Livraria Saber, Rua Anita Garibaldi, 21 – Bairro Anita Garibaldi – Joinville – Santa Catarina
Investimento: R$ 25,00 ( com direito a um exemplar do livro “O que aprendi sobre redação – e posso lhe ensinar”)
Ele não nega um aperto de mão a qualquer pessoa que cruze o seu caminho, e isso desde que se conhece por gente. Bisneto de imigrantes alemães, Raulino Rosskamp, 72 anos, tem como lema que “cumprimento não se nega a ninguém. E o aperto de mão passa energia, principalmente olhando no olho da pessoa”, afirma ele. O hábito o fez ser conhecido também pelo apelido de “mãozinha”, principalmente por sua atividade na política. Raulino foi vereador por quatro mandatos (1962/1969/1976/1982), e deputado estadual (1986). Incansável, trabalhou também no Banco do Brasil onde se aposentou, e foi professor de faculdades e de cursinhos preparatórios para concursos.
Até completar 25 anos Raulino já era funcionário concursado do Banco do Brasil, tinha sido eleito vereador pela primeira vez, se formado em economia e já lecionava. Depois ainda buscou a formação em direito. “Era solteiro, e enquanto os outros só trabalhavam em um lugar, ou faziam outras atividades, eu estudava e buscava fazer mais”, explica. A política já vinha do pai, que era do PRP – Partido de Representação Popular – e ele acabou gostando e participando do meio. “Filiei-me em 1958. Naquele tempo fazer partido era diferente. Tínhamos debates, saíamos em mutirões para limpar ruas, ajudar na comunidade nas horas de folga, sábados e domingos. Hoje é muito diferente”, diz com ar crítico o veterano da política.
Junto da política, Raulino Rosskamp já fazia nome como professor de cursinhos para concursos, e também para o antigo segundo grau. Começou a preparar as pessoas nas casas, depois alugavam salas. Assim o “professor Raulino” estima ter lecionado para pelo menos 50 mil pessoas entre 1959 e 2000, quando encerrou atividades. “Tive 72 professores, e devemos ter aprovado mais ou menos três mil candidatos”, fala com orgulho. Seu lema no cursinho era “nunca aluno fica sem aula, e nunca aula começa atrasada”. Isso talvez explique a longevidade dos cursos preparatórios de Rosskamp. Muito organizado, ele mantém tudo anotado, preserva fotos, documentos, carteiras de trabalho, entre outras raridades da sua trajetória.
Essa determinação e força de vontade ele credita ao espírito dos imigrantes. “Sou descendente deles, e eles sofreram muito aqui, com doenças, dificuldades. Depois a gente foi proibido de falar alemão, enfim, eu pensei: tenho de fazer valer isso, fazer mais”, conta. Na política levou o mesmo estilo organizado e dedicado. Mantinha tudo anotado e acompanhado em fichas, visitava comunidades. Eleito deputado estadual em 1986 pelo PMDB com quase 29 mil votos, perdeu a próxima eleição e não conseguiu mais novos mandatos. “Faltou assessoria de imprensa, foi meu erro. Trabalhei muito e não divulguei adequadamente”, ensina. Além do PRP, Rosskamp também foi filiado à ARENA e ao PDT.
Da sua atividade na Assembleia Legislativa, o homem da mãozinha lembra de ter aprovado o fundo para a manutençao da Acafe, os trabalhos como deputado constituinte, e o apoio a cerca de tres mil famílias que precisavam regularizar seus lotes que estavam em terras de marinha. “Chegaram até a me acusar de incentivador de ocupaçao de mangues, o que logicamente nao era verdade. O fato era ajudar quem lá estava, e precisava de energia, água, etc.”, recorda Raulino. Com tantas atividades, a família sofreu bastante com seu distanciamento por conta da vida pública. Ele rende homenagens à esposa Carmen, com quem é casado há 46 anos, e aos filhos Maurício, Sandra e Ana Carolina. “A Carmen foi muito importante, ajudou muito”, destaca.
Hoje Raulino dedica seu tempo a familia e Sociedade Cultural Alemã, com atividades diversas. Tem agenda com compromissos já para 2012, tudo anotadinho. Como ex-dirigente do Caxias e fundador do Jec, torce pelo sucesso do clube. Continua fã da escola integral implantada pelo líder do PDT, Leonel Brizola, que espera seja implantada de uma vez por todas. Da política atual, diz que a corrupção está muito fácil, profissionalizada com escritórios de consultorias até. Sem filiação partidária, vai continuar militando na politica como cidadão livre. E continua suas caminhadas cumprimentando a todos que encontra nas ruas. “Agora não tem mais voto nos dedos”, brinca.
* Perfil publicado há um ano, aproximadamente, no jornal Notícias do Dia de Joinville (SC).
“Os pais fugiram da União Soviética, hoje Rússia, escapando dos terríveis Pogroms – atos em massa de violência, espontânea ou premeditada, contra judeus, protestantes, eslavos e outras minorias étnicas da Europa – vindo parar na Argentina no final do século 19. Aron Slutzky escapou de um sério acidente ao cair de um cavalo quando bebê, o que afetou o centro neuromotor do cérebro, o deixando com seqüelas de movimentos. A superação o levou a um conhecimento da humanidade como poucos. Como os pais, que fizeram a vida no Brasil, Argentina e Uruguai, deixando o horror para trás, Aron venceu obstáculos e fez carreira vitoriosa no comércio exterior.
Aos 83 anos e quatro meses, como gosta de confirmar com exatidão, Aron mora ao lado do rio Morro Alto no bairro América, onde vive entre quase dois mil livros entre enciclopédias, biografias, literatura, poesia, e um sem número de discos de vinil. Sabe onde está cada livro, e explica conteúdos de cada um deles com uma naturalidade incomum. Tem domínio do inglês, francês, espanhol, esperanto, latim, grego, italiano e até guarani. “Aprendi por ser curioso. Desde criança adorava livros, lia direto enquanto cuidava das casas de vizinhos durante as férias, em São Borja”, cidade gaúcha onde nasceu o poliglota especialista em comércio exterior.
O tino comercial veio do pai, comerciante de mão cheia. Aos 18 anos o jovem Aron já vendia e comprava esquadrias em São Borja. Numa de suas viagens, passou por Joinville para comprar máquinas na extinta fábrica de máquinas Raimann. Aí conheceu Carmen Romanus, com quem foi casado por quase 50 anos até ela falecer em acidente de transito anos atrás. Moraram em Porto Alegre, e depois em São Borja, enquanto o astuto Aron trabalhava como jornalista na Tribuna. Em 1959 voltaram para Joinville onde ele foi trabalhar no Laboratório Catarinense.
Depois teve carreira longa na Lumiere, que chegou a ser a segunda maior indústria brasileira do vestuário. “Trabalhei lá até 1974. Era procurador para assuntos internacionais. Quando entrei tinha uma carteira de exportação de 86 dólares. Quando saí estava em 1,5 milhão de dólares”, conta orgulhoso. Aron ainda emprestou seu talento comercial na Duque, Nylonsul, Colin, “em São Bento em empresa que não lembro”, diz. Montou uma associação de empresas exportadoras onde foi secretário executivo, formada pela Lumiere, Artex, Cônsul, Meister e outras empresas até 2009. Também atuou na Colley, Syntex e nos principais portos do país. Conheceu Argentina, Uruguai e Paraguai.
Morando com os tres filhos na casa antiga e simples do bairro América, Aron Slutzky nao pára. Fez a genealogia da família Gottfried, do lado materno. Fala sobre línguas, política, mundo, economia, cultura. Da pequena mesa da biblioteca ela ainda organiza o encontro da “família Lumiere”, que aconteceu em 17 de setembro. “É bom rever aqueles amigos”, destaca. Sério, fala sobre sindicalismo e política, criticando a postura atual. Fala com autoridade de quem ajudou o Partido Comunista, no debate em meio a ditadura militar. “Ajudava a pensar. A gente se reunia lá no final da rua Anita Garibaldi, era um mato só, ninguém aparecia”, frisa o velho líder.
Amante da música, tem cadernos com letras de música escritas na década de 1940, ouvindo cada disco, e livros, muitos livros sobre música. “Quem não gosta de samba, bom sujeito nao é”, canta. Agora com um notebook, Aron ainda edita textos de amigos, escreve poesias, e sabe de tudo que se passa no país. Com boa saúde, “bebo, como de tudo e durmo bem”, o sábio diz que vai continuar na “luta incessante pelo direito de viver, a condiçao de exercer esse direito”. Está pesquisando a origem economica de Joinville. Pensa que é só isso? Nada, o sábio Slutzky busca mais um pouco de conhecimento. Ele está lendo A História do Mundo de 1000 a 1500. Vai encarar?”
* Perfil publicado no jornal Notícias do Dia de Joinville (SC) em 2011. Foto atual feita ontem na casa de Aron, e no lugar onde ele mais gosta de estar: sua biblioteca.