Fim da parceria, obrigado Mauro Mariani

Momento de descontração na campanha à Prefeitura em 2008

Comunico a todos os colegas de imprensa e amigos do Blog que chega ao fim a parceria entre este jornalista e o deputado federal Mauro Mariani (PMDB/SC), iniciada em abril de 2008 no início da campanha eleitoral para a Prefeitura de Joinville, depois em seu mandato como deputado federal, Secretário de Estado da Infraestrutura de Santa Catarina, campanha eleitoral de 2010 quando se sagrou o parlamentar mais votado da história política catarinense em pleitos proporcionais, e agora em início de seu segundo mandato em Brasília.

Neste período tive a honra de contribuir para uma boa campanha à Prefeitura, a ampliação da sua comunicação via Secretaria de Infraestrutura como tocador de obras por todo o estado, implantação de sua comunicação na internet e redes sociais com site, twitter, Orkut, Facebook, blog e boletins eletrônicos semanais, e o grande resultado de todas as ações desenvolvidas com os mais de 186 mil votos que marcaram história em 2010, além da assessoria de imprensa que ampliou e muito o seu relacionamento com a mídia, entre outros trabalhos.

Deixo o comando da comunicação do seu mandato com o sentimento do dever cumprido, agradecendo as oportunidades que Mariani me ofereceu. Além do compromisso profissional, fica uma sólida amizade. Fico na torcida para que seus projetos políticos e pessoais se consolidem e virem realidade, assim como ele deseja sucesso em meus projetos profissionais que passo a realizar a partir de agora.

Finalmente aviso aos colegas que estarei apoiando a transição do meu trabalho para com a assessoria de Brasília com a jornalista Mélani Schmidt durante o mês de agosto, quando me desligo oficialmente. Mais uma vez agradeço aos colegas de imprensa que sempre receberam meu trabalho com profissionalismo, e me apoiaram até aqui. Continuo a atender meus clientes e serviços voluntários que faço habitualmente. Meus dados profissionais, celular e outros continuam os mesmos.

Blog completa três anos de intensa atividade

Pois é gente, estamos completando três anos de intensa atividade deste blog Palavra Livre neste mês de abril. Em 2008 iniciava o sonho de discutir ideias, propor soluções, informar sobre temas que nem sempre as pessoas têm disponíveis na mídia tradicional. Hoje vejo que conseguimos caminhar um pouco, e temos muito a fazer ainda, com apoio dos leitores, a quem agradeço de coração pelo apoio, divulgação, leitura e crítica. A todos o meu muitíssimo obrigado!

De abril de 2008 até abril deste ano já temos 758 posts publicados, entre notícias, vídeos, poesias, matérias e tantos outros. Em média ao longo destes anos postamos uma notícia por dia, o que entendo ser positivo diante do acúmulo de trabalho que este jornalista tem no seu dia a dia. Também chegamos a marca de mil pessoas acessando mensalmente o Palavra Livre, outro número alentador, e desafiador, mostrando o quanto temos acertado na nossa receita de bem informar e debater.

Gostaria e muito de abraçar a cada um dos leitores e apoiadores do Blog, mas como não é possível, estamos pensando em fazer ainda em abril uma espécie de concurso para premiar os leitores mais assíduos, oferecendo pequenos brindes a quem participar. Ainda não temos a proposta pronta, mas vamos divulgar aqui em breve. Não deixem de ler todos os dias, senão perderão uma chance de levar um presente nosso para casa.

Mais uma vez, muito obrigado em nome do Palavra Livre. Continuem conosco, e juntos faremos ainda mais história com críticas, sugestões, denúncias e propostas importantes para a nossa sociedade. Boa leitura a todos por muitos e muitos anos com o nosso blog sempre entre os favoritos. Valeu!!

Minha crônica sobre meu irmão – “Júnior vive”

Júnior queria viver. Mas desde que nasceu já sentiu as dores do mundo. No parto, quase morreu. Sem oxigênio para o cérebro por alguns minutos em complicações no parto,ele ficou com sequelas. Assim como quem não sabe nadar e cai num rio profundo, prestes a se afogar, essa criança lutou. E emergiu, respirando fundo, com toda a força que a divina providência havia lhe concedido. A vida era seu prêmio.

Ele foi o último a chegar à casa de madeira na rua João Pinheiro. Seus cinco irmãos, quatro homens, seu pai e sua mãe o receberam com alegria. Quando nasceu Júnior, o céu estava cinza. E por muitos anos esse céu permaneceu sobre sua cabeça. Cabeça que ficou meio assim, falhando. Os anos foram passando, assim como passam carros nas rodovias. Rápido, muito rápido. Com seus dentes saltados, o menino transbordava simpatia, amizade. Seu sorriso e alegria eram permanentes. Porém aquela falta de oxigênio deixou marcas, freios que seguravam o avanço, a sua capacidade de aprender.

Em casa, os irmãos não entendiam a diferença. Tinham vergonha. Afastavam-se, e mesmo não saiam a seu lado. Júnior sentia agora outras das dores do mundo, o preconceito. Por vezes sua cabeça doía. As paredes eram duras demais, as convulsões, duras demais. A escola particular não o quis. Os outros alunos, e seus pais, não gostaram de ver aquele menino diferente entre os seus. No máximo uma formatura de pré. Com seu canudo de formado, partiu em busca de um lugar que o recebesse. Com carinho, como ele merecia.

Com sua mãe guerreira, que sofria ao lado de Júnior as dores do esquecimento, do afastamento, do preconceito, ele foi lutar. Uma escola pública com nome de mulher o acolheu. O menino cresceu e chegou até a quarta série. Mas tinha sido difícil aprender! E lá foi ele conversar com uma nova amiga. Com bonecos, massas e lápis de cor, ele contava o que sentia a Talita. E avançou mais um pouco. Foram anos conversando, e ao mesmo tempo compreendendo que era possível aprender algo. Ser útil, se sentir útil.

E assim, fazendo amigos, Júnior foi crescendo, Passava alegria, descontração, carinho, amizade e lealdade a cada um que conhecia. Quando não engolia alguém, não dava conversa. Sua mãe enviuvou, e mais ainda ele a cuidou. Viviam os dois na casa de madeira da rua Ibirapuera, que já tinha 40 anos. Herança do pai. Só saía para sua terapia, para o futebol e dançar. Em cada um que conheceu deixou sua marca. Indelével, inesquecível. Passando três décadas da sua chegada ao mundo, pela última vez as dores do mundo voltaram a lhe encontrar.

Por seis meses ele sofreu com a fraqueza do seu coração. Suas pernas incharam. Seu tronco quase secou. Hospital, exames, casa, hospital. Curtiu ainda mais uma aniversário dele, dos sobrinhos Lucas e Gabriel, e quando daria mais um parabéns a Joinville, sua força expirou. Em seu velório, as flores chegavam aos montes. Amigos de toda a parte, de todos os credos de todas as deficiências, de todas as idades, foram lhe dar um último adeus. Júnior queria viver. E graças a Deus, ele continua vivo na memória de cada um em quem tocou com seu exemplo, seu carinho e perseverança na busca pelo respeito, reconhecimento e contra o preconceito.

* Publicado no jornal A Notícia em 26 de março de 2008 para homenagear meu irmão querido que deixou uma marca inesquecível de amizade, companheirismo e solidariedade.