Basf e Shell oferecem apenas R$ 52 milhões pelas vidas contaminadas, vergonhoso…

A Raizen Combustíveis S. A. (Shell) e BASF S.A. apresentaram nesta quinta-feira, 14, durante audiência de conciliação, uma proposta de indenização aos trabalhadores contaminados por poluentes organoclorados em uma fábrica de praguicidas em Paulínia/SP. Segundo o TST, processo é a maior causa trabalhista em tramitação hoje na JT, com uma indenização por danos morais coletivos estimada em mais de R$ 1 bi. A reunião, no entanto, terminou sem acordo.

As empresas se comprometeram a fornecer tratamento de saúde vitalício aos trabalhadores e seus dependentes, ao pagamento de indenizações individuais por danos morais no valor global de R$ 52 mi aos 884 beneficiários já identificados, além de indenização por danos morais coletivos a ser fixada. Após a apresentação da proposta e reuniões em separado do presidente do TST com as partes, ficou marcada nova audiência de conciliação para o próximo dia 28, quando trabalhadores e o MPT poderão apresentar contrapropostas.

Proposta
Para custear o tratamento médico vitalício das vítimas, as empresas propuseram a criação de um fundo com valor inicial de R$ 50 mi para custeio das despesas. Segundo a proposta, seria estabelecido, em comum acordo, um gestor de pagamentos responsável pelo recebimento e análise dos requerimentos, e o valor do fundo seria complementado sempre que necessário.

A discussão e a decisão de casos controversos ficariam por conta de uma junta médica formada por representantes das duas partes e um médico independente, e as vítimas continuariam a dispor de atendimento hospitalar de emergência.

As empresas também apresentaram proposta de indenização por danos materiais e morais por grupo familiar habilitado, incluindo o trabalhador e seus dependentes. O valor foi calculado conforme o período trabalhado nas empresas e abrange, também, trabalhadores autônomos e terceirizados. De acordo com as empresas, o valor médio da indenização é de R$ 120 mil por grupo familiar, atingindo, no máximo, R$ 330 mil.

Quanto à indenização por danos morais coletivos, fixada pela juíza da 2ª vara do Trabalho de Paulínia e estimada atualmente em R$ 1 bi, a empresa afirma que pretende pagar o valor em conformidade com a jurisprudência do TST.

Contaminação
O pano de fundo da ACP, proposta pelo MPT e por diversos sindicatos e associações de trabalhadores, é a contaminação do solo e dos lençóis freáticos da região da fábrica da Shell em Paulínia a partir da década de 70, que teria atingido toda a comunidade local. Em 2000, a fábrica foi vendida para a BASF e, em 2002, encerrou suas atividades e foi interditada pelo Ministério do Trabalho.

Do Migalhas

TST discute indenização bilionária a trabalhadores contaminados na Shell e Basf

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, se reúne hoje (14), às 14h, com as partes envolvidas numa ação civil pública na qual se discute a responsabilidade da Raizen Combustíveis S. A. (Shell) e BASF S.A. pela reparação de danos causados aos empregados devido à contaminação numa fábrica de praguicidas em Paulínia (SP).

O objetivo é buscar uma solução consensual para o caso, no qual as empresas foram condenadas pela Justiça do Trabalho a pagar indenizações em valor estimado em R$ 1,1 bilhão.

Desastre ambiental
A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho, ACPO – Associação de Combate aos POPs (poluentes orgânicos persistentes), Instituto Barão de Mauá de Defesa de Vítimas e Consumidores contra Poluidores e Maus fornecedores, Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (ATESQ) e Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias dos Ramos Químicos, Farmacêuticos, Plásticos, Abrasivos e Similares de Campinas e Região.

O pano de fundo é a contaminação do solo e dos lençóis freáticos da região da fábrica da Shell em Paulínia a partir da década de 70, que teria atingido toda a comunidade local. Em 2000, a fábrica foi vendida para a BASF e, em 2002, encerrou suas atividades e foi interditada pelo Ministério do Trabalho.

Condenadas pela juíza da 2ª Vara do Trabalho de Paulínia a pagar indenização por dano moral coletivo e ainda a custear despesas com assistência médica a ex-empregados e seus dependentes, as empresas vêm recorrendo, sem sucesso, da decisão. No TST, o recurso de revista foi distribuído à ministra Delaíde Miranda Arantes, da Sétima Turma.

Ao constatar a possibilidade de acordo, a relatora encaminhou o processo ao Núcleo Permanente de Conciliação do TST, criado em novembro de 2012. O presidente do TST, então, designou a audiência.

Do TST

 

Shell é eleita a pior empresa do mundo por crimes ambientais

A petroleira Shell recebeu, na semana passada (última quinta-feira 24), o título de pior empresa do mundo. Com mais de 41 mil votos, a empresa foi eleita a campeã do Public Eye Award 2013, conhecido como o Nobel da vergonha corporativa. Em 2012, o título foi dado à mineradora Vale do Rio Doce.

O prêmio foi entregue à Shell pelo Greenpeace Suíça e pela Declaração de Berna durante o Fórum Econômico Mundial, realizado entre os dias 23 e 27 em Davos, na Suíça.

A petroleira foi eleita a pior empresa do mundo pelo voto popular devido ao seu envolvimento “em projetos de produção controversos, arriscados e quase sempre sujos de óleo”, conforme justificativa dos organizadores do prêmio.

A Shell encabeça inúmeras tentativas de exploração de petróleo e combustíveis fósseis na região do mar Ártico. Cada projeto significa novas toneladas de emissões de CO2 para a atmosfera. Segundo o Greenpeace, as reservas de petróleo na região são suficientes para apenas três anos, “mas a ganância de grandes corporações, como a Shell, insistem em tirar até a última gota do solo. Para isso, ela está colocando em risco um dos últimos paraísos naturais da Terra, colocando em perigo quatro milhões de pessoas que vivem na região, além de ameaçar a fauna”.

O Greenpeace denuncia que as medidas de segurança da Shell não são confiáveis, prova disso é a série de acidentes alarmantes ocorridos nas instalações da petroleira na região, antes mesmo do início da perfuração dos poços. “Especialistas garantem que uma catástrofe poderá ocorrer a qualquer momento e seria quase impossível controlar devido às condições delicadas do Ártico”, alerta o organização.

A Shell foi escolhida para receber o Public Eye Award pelo voto popular. O júri do prêmio, por sua vez, escolheu o banco estadunidense Goldman Sachs. Segundo os organizadores, “as duas empresas escolhidas servem como exemplos de empresas cujos crimes socioambientais mostram para a sociedade o lado negativo do progresso puramente orientado para o lucro”.

Mais informações sobre os crimes ambientais cometidos pela Shell no Artico podem ser verificadas no site do Public Eye Award (versão em inglês). Já o Sindicato dos Químicos Unificados reúne materiais de denúncia sobre os crimes socioambientais cometidos pela Shell na fábrica de Paulínia, em São Paulo: clique aqui.

Do Brasil de Fato

Shell: parlamento da Nigéria pode aprovar multa milionária à gigante do petróleo

Em poucos dias, o parlamento da Nigéria pode aprovar uma multa de US$ 5 bilhões de dólares para a gigante poluidora Shell por conta de um derramamento de óleo que devastou a vida de milhões de pessoas, e aprovar uma lei para responsabilizar empresas petrolíferas por poluição e pilhagem. Esse é um momento crítico, e a menos que nos pronunciemos a respeito, as gigantes petrolíferas vão destruir essa oportunidade.

Finalmente a indústria de petróleo terá que pagar por destruir terras férteis e gerar violência. O presidente Goodluck Jonathan apoia a aplicação dessa multa, e senadores progressistas estão fazendo pressão por regulamentações rígidas na legislação, mas as indústrias petolíferas poderão escapar facilmente, pois sem um grande apoio internacional, os parlamentares poderão se curvar diante da pressão da indústria de petróleo.

Os políticos estão decidindo, neste exato momento, de que lado vão ficar. Assine esta petição urgente para o parlamento nigeriano multar a Shell e apoiar o projeto de lei e, em seguida, encaminhe esse email para todos. Quando chegarmos a 1 milhão de assinaturas levaremos nosso clamor global sem precedentes para a porta de entrada do parlamento da Nigéria:

http://www.avaaz.org/po/make_shell_pay_rb/?bfficdb&v=19286

Especialistas dizem que, todos os anos, a indústria de petróleo derrama uma quantidade de petróleo equivalente a um navio Exxon Valdez no Delta do Níger, mas como isso acontece na África, há pouca atenção na mídia. Após um vazamento na unidade de exploração de petróleo da Shell em Bonga, em dezembro do ano passado, milhões de barris de petróleo foram derramados no oceano e espalhados pela região costeira altamente populosa – isso resultou em um dos maiores derramamentos de petróleo da África. A multa e o projeto de lei que vem sendo discutidos no parlamento são uma chance única para se erguer diante da indústria do petróleo.

As empresas de petróleo já lucraram US$600 bilhões de dólares nos últimos 50 anos na Nigéria, mas os habitantes nunca se beneficiaram disso. Suas terras, água potável e áreas de pesca estão arruinadas. A Shell gasta centenas de milhões de dólares por ano com forças de segurança, reprimindo protestos contra suas práticas danosas.

A indústria do petróleo é crucial para a economia, mas as empresas nunca foram responsabilizadas pela devastação causada com a perfuração. Agora, o presidente da Nigéria e alguns parlamentares corajosos se pronunciaram e podem finalmente atingir as gigantes indústrias petrolíferas com multas rígidas e compensar as vítimas. Se mostrarmos a estes parlamentares que o mundo apoia esta ideia, poderemos realmente mudar a vida de milhões de pessoas. Clique abaixo para assinar a petição urgente:

http://www.avaaz.org/po/make_shell_pay_rb/?bfficdb&v=19286

Membros da Avaaz já se ergueram diante das grandes indústrias de petróleo em várias partes do mundo. Contra a Chevron no Equador, o derramamento de petróleo no Golfo do México, e pelo fim dos subsídios aos combustíveis fósseis na Rio+20. Vamos nos unir mais uma vez, agora pela Nigéria. Vamos garantir que os políticos enviem uma mensagem clara para as indústrias petrolíferas: seus dias de impunidade acabaram.

Mais informações:

Shell leva multa de US$ 5 bilhões por vazamento de óleo no Rio Níger (G1)
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/07/shell-leva-multa-de-us-5-bilhoes-por-vazamento-de-oleo-no-rio-niger.html

Shell responderá na Justiça holandesa por vazamentos de óleo na Nigéria (DW)
http://www.dw.de/shell-responder%C3%A1-na-justi%C3%A7a-holandesa-por-vazamentos-de-%C3%B3leo-na-nig%C3%A9ria/a-16300583-1

As investigações ao derrame de petróleo no Delta do Níger são “um fiasco” (Amnistia Internacional)
http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1069:investigacoes-ao-derrame-de-petroleo-no-delta-do-niger-sao-um-fiasco&catid=15:noticias&Itemid=92

Descontaminação do Delta do Níger vai demorar até 30 anos, diz ONU (G1)
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/08/descontaminacao-do-delta-do-niger-vai-demorar-ate-30-anos-diz-onu.html

Wikileaks: multinacional petrolífera se infiltrou no governo da Nigéria (Opera Mundi)
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/8134/conteudo+opera.shtml

Da ONG Avaz