Caso Busscar: Sindicato vai ao BNDES cobrar posição sobre direitos dos trabalhadores

A diretoria do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região já marcou data para cobrar posicionamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na futura continuidade da assembleia geral dos credores da Busscar. Dia 15 de junho o presidente Evangelista dos Santos estará na sede do banco no Rio de Janeiro para saber sobre possíveis novos planos em negociação que contemplem como prioridade os direitos dos trabalhadores.

A entidade sindical busca salvaguardar os interesses dos trabalhadores que completam nesta semana 26 meses sem receber salários, mais décimos terceiros salários e demais direitos previstos em lei e ignorados pela empresa. O Sindicato busca agendas também com os grandes bancos credores como o Santander, e com os maiores credores quirografários. Enquanto a Busscar se nega a negociar, o a entidade sindical articula uma saída com base no que disse o juiz da causa, ou seja, esgotar todas as possibilidades possíveis. “O plano da Busscar já foi negado por todos. Insistir nele é o mesmo que desejar a falência”, destaca Evangelista.

Na crise de 2003 o Sindicato dos Mecânicos teve participação decisiva para a manutenção dos empregos e conquista dos R$ 30 milhões junto ao BNDES. Na época os técnicos do banco estatal deram o seu parecer pela não liberação dos recursos por já constatarem à época ser a Busscar uma empresa falida tecnicamente. A liberação só se deu por força política e interveniência e apoio da entidade sindical, e por a empresa estar naquela época ainda com grande produção em andamento, com dívidas muito menores que hoje, dez anos depois.

Outra condição para liberar os R$ 30 milhões foram condicionantes de abrir capital, mais transparência e mudança de diretoria. Todas foram ignoradas pelos acionistas até hoje. Para Evangelista, a idéia da visita ao BNDES é defender os interesses dos trabalhadores. “O BNDES é um banco que tem compromisso social, e portanto, deve levar em consideração que há trabalhadores com quase R$ 120 milhões a receber, e que não podem sair perdendo nessa hora. Vamos buscar saber se há um novo plano, ou idéia, para deixar claro também que em qualquer composição, os trabalhadores tem de ser prioridade, assim como faremos com outros bancos e credores”, afirma o presidente do Sindicato dos Mecânicos.

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Caso Busscar: Sindicato orienta trabalhadores sobre a assembleia dos credores!

Trabalhadores são os senhores do seus destinos, com o voto na assembleia dos credores

Está chegando o momento de você trabalhador que tem processos e ligações com a empresa Busscar Ônibus fazer valer os seus direitos. Chegou a hora de mostrar que o trabalhador não é mais massa de manobra, não é só um boneco na mão de maus empresários e péssimos gestores. Chegou a sua vez de dar um basta na agonia e sofrimento que milhares de pessoas, seus companheiros de luta nas linhas de produção da Busscar, estão passando há 25 meses, sem salários, sem direitos, sem FGTS, sem INSS, sem rescisões pagas.

Pense em quem estava ao seu lado, e em quem só usou os trabalhadores
Chegou a sua hora de dar a resposta a quem lhe fez de bobo em passeatas que defenderam tudo para a empresa, e nada para os trabalhadores; dar a resposta a quem fez vocês passarem horas em viagem a Brasilia, e depois serem tratados como nada, esquecidos, tendo que pedir cestas básicas, pedir a parentes para pagar a comida para a mesa de sua família. É chegada a hora da resposta a quem deixou você perder seu carro, sua casa, seu casamento. É chegada a hora de dar o “NÃO” aos acionistas Claudio Nielson, Fabio Nielson e Rosita Nielson e seus seguidores, e com esse “NÃO”, dar um novo rumo aos produtos que você fabricou durante anos! Com o “NÃO” você estará ajudando a salvar seus direitos, e também abrindo espaço para que o novo venha, empregos voltem, e com isso seus salários, e sua dignidade.

Sempre preocupado com o trabalhador lesado pela Busscar e seus acionistas e gestores, o Sindicato dos Mecânicos não mediu esforços no sentido de informar, orientar e defender a categoria nos momentos mais duros dessa nova crise da empresa. Graças ao Sindicato, que moveu campanha de alimentos na comunidade joinvilense, conseguindo toneladas de alimentos de todas as partes do estado e do país, conseguimos colocar comida na mesa dos trabalhadores que ficaram sem salários, sem qualquer apoio da Busscar, e tampouco apoio de alimentos. É sempre necessário lembrar a todos desse fato. A Busscar não doou sequer um quilo de alimento para seus trabalhadores. E agora quer que seus trabalhadores entreguem seus direitos para salvar o patrimônio de Claudio Nielson e família, ou seja, do empresário.

É bom lembrar também que o Sindicato sempre alertou aos trabalhadores sobre as mentiras do IPI, e sobre as mentiras e politicagem que se instalaram na empresa para atingir objetivos nada éticos, caluniando pessoas, dirigentes sindicais. O Sindicato também foi quem entrou com as ações na Justiça do Trabalho, após várias assembleias, chamadas na frente da fábrica, visando cobrar os salários atrasados e garantir que os direitos dos trabalhadores não fossem definitivamente perdidos. Com essas ações todos os bens foram bloqueados, a Busscar foi sentenciada a pagar os salários atrasados, bem como os vincendos – que vencem a cada mês até hoje – com multas, juros e tudo o mais que mereceu por tamanho abandono dos trabalhadores.

Graças a essas ações, que muitas vezes não foram compreendidas pelos trabalhadores porque os acionistas da Busscar e seus seguidores cansaram de mentir repetidas vezes dentro da fábrica (um deles inclusive queria se auto-intitular líder dos trabalhadores em uma comissão chapa-branca que só defendeu o patrão, e que agora está na lista de um grande partido político para ser candidato a vereador, mostrando assim seu claro interesse próprio e político), graças a essas ações, repetimos, os trabalhadores tem hoje todos os bens do Grupo Busscar bloqueados em garantia para pagamento do que a empresa lhes deve, valor esse que até 31 de outubro do ano passado já chegou a mais de R$ 120 milhões! Não estamos contando ainda com os meses de novembro e dezembro de 2011, mais décimo terceiro, e os meses deste ano – janeiro a abril, que a empresa deveria estar pagando como prevê a lei de Recuperação Judicial. Como sempre, a Busscar não cumpre as leis.

Ações do Sindicato salvaram direitos dos trabalhadores
Não fossem as ações do Sindicato, com apoio de milhares de trabalhadores que compreenderam o que está em jogo nessa crise, os trabalhadores não teriam mais nenhuma garantia de receber seus salários e direitos em atraso. Com base nessa pressão a Busscar recorreu à artimanha legal, jurídica mais uma vez, e pediu a Recuperação Judicial. O juiz concedeu mais essa saída, a empresa apresentou um plano de recuperação judicial obrigatório, um plano fraco, inconsistente, sem garantias, sem investidores com dinheiro novo, e o que é pior, pedindo que seus trabalhadores deem mais uma vez o pão que é seu para os donos da Busscar continuarem com seu negócio, com a mesma péssima gestão que a colocou a beira da falência! Uma vergonha!

Esclarecendo falência e historinha dos “portões lacrados” e “desligamento de funcionários”
Diante disso, e como a lei manda, a Justiça Comum marcou agora para os dias 22 e 29 de maio a realização da assembleia geral dos credores da Busscar. Essa assembleia geral vai decidir, no voto, se esse plano fajuto apresentado por Claudio Nielson, seus seguidores e advogados, vai ou não ser aprovado. São três grupos que votam – trabalhadores, garantias reais e quirografários. Para que esse plano fajuto, fraco da Busscar seja aprovado é necessário que TODOS os três aprovem, ou seja, digam sim.

Caso um deles diga “NÃO”, ou seja, vote “NÃO”, o juiz poderá decretar a falência. Aqui, muito importante esclarecer que o juiz pode decretar a falência com continuidade dos negócios, ou sem continuidade dos negócios. A Busscar anda mentindo em suas reuniões que caso o voto “NÃO” ganhe, o juiz vai lacrar portões, etc. Isso é amedrontar os trabalhadores, porque ninguém sabe em primeiro lugar qual o resultado da votação nos três grupos, e também o que vai decidir o juiz Maurício Póvoas. Mas é claro que, com tantas propostas já sendo feitas, e com o histórico de talento dos trabalhadores joinvilenses na fabricação de ônibus, o juiz certamente optará pela saída que preserve os negócios, mas aí sem essa gestão que quebrou a empresa e deixou milhares sem salários e direitos.

Essa estratégia do medo sempre foi aplicada pela gestão da Busscar. Que todos queriam que ela quebrasse, que o Sindicato era contra os trabalhadores, que políticos eram contra ajudar a Busscar, e agora, que caso o NÃO vença no outro dia os portões estão lacrados, e todos perdem seus empregos. Primeiro, não há mais empregos e salários para a grande, a imensa maioria dos trabalhadores. Só poucos privilegiados recebem diárias, ilegais, e que serão descontadas integralmente dos salários. Segundo, o juiz pode decretar que os negócios continuem mas sem o comando da família Nielson, com interventor, ou com novos sócios e investidores. E sendo assim, os empregos podem sim voltar, e os direitos serão pagos aos trabalhadores com os bens preservados, e aí sim vendidos para pagar a dívida com os trabalhadores. No caso do sim vencer, o plano da Busscar diz isso, os bens serão vendidos para investir na produção – vejam bem, na produção e não nos salários dos trabalhadores – e aí os trabalhadores perdem as garantias reais que são os bens.

A Assembleia dos Credores
Explicada mais uma vez a história que nos trouxe até esse momento duro para todos os trabalhadores e credores, vamos às orientações sobre a assembleia geral dos credores que acontece em primeira convocação no dia 22 de maio próximo (terça-feira) com 50% mais um dos credores em todos os grupos, e em segunda convocação com qualquer número de credores presentes no dia 29 de maio. Ou seja, você trabalhador que prefere ir votar, comparecer na assembleia para exercer o seu sagrado direito do voto, é importante dizer que você deve estar preparado para ficar alerta o dia todo e até a noite caso seja necessário, e até dias se assim a Justiça decidir, para votar.

A partir das 8 horas, no Centreventos Cau Hansen em Joinville (SC), até as 13 horas (uma hora da tarde) toda a equipe do administrador judicial que representa a Justiça na assembleia, estará recebendo a todos os credores para o credenciamento. Você trabalhador deverá comparecer na assembleia levando um documento de identidade com foto (carteira de identidade ou carteira de motorista). Você será identificado pela lista dos credores que foi publicada oficialmente. Conferido, você assinará uma lista de presença e receberá um crachá de identificação.

Com esse crachá – que não pode ser perdido porque poderá ser usado na assembleia caso aconteça outra no dia 29 de maio –  você vai ter acesso à quadra do Centreventos, área que será exclusiva para os credores da Busscar que vão votar. Quem não estiver credenciado não entrará nesta área, só terá acesso às arquibancadas. Com esse crachá o trabalhador vai votar também. Por isso a importância de não perder o seu crachá. Não esqueça, esse crachá vale para entrar na assembleia do dia 22 e dia 29 se for preciso, e também para votar, e quem não se credenciar agora na primeira assembleia, não poderá participar da segunda, fiquem atentos.

Às treze horas se encerra o credenciamento, quem se credenciou está certo, quem não se credenciou já não votará mais por seus direitos, nem na primeira convocação da assembleia e nem na outra, caso houver. Caso seja atingido o quórum (presença) de 50% mais um dos credores em todos os grupos, o administrador judicial Rainoldo Uessler dará início a assembleia geral dos credores oficialmente. Ele falará como vai funcionar a assembleia, e depois dará a palavra para a recuperanda, ou seja, a Busscar, para que ela faça a apresentação do seu Plano para a assembleia. Terá um tempo definido, pequeno para isso. Depois, quem dos credores se inscreveu para falar poderá fazer suas considerações, apresentar dados. Depois a empresa responde, e a partir daí podem surgir as propostas de mudanças do plano, novas propostas, e aí é necessário que todos fiquem atentos para o que deve ser feito a partir daí.

Votação
O crachá que cada trabalhador receberá na entrada da assembleia – lembre que o credenciamento vai das 8 horas até as 13 horas somente – será usado também para o voto eletrônico. Pela lei da Recuperação Judicial o voto não pode ser secreto, ele é aberto e transparente segundo informou o administrador judicial. Mas haverá oito terminais para votação,  e um grande telão que vai mostrar a evolução dos votos nas três classes – trabalhadores, garantias reais e quirografários – tudo simultaneamente em gráficos, não sendo possível saber qual voto foi dado, e de quem foi, porque o processo é muito rápido. Portanto, não é preciso ter medo, nem aceitar pressões, vote com sua consciência e sabedoria, bem informado que está sendo por seu Sindicato.

Caso aconteçam outras votações durante a assembleia – ela poderá ser suspensa para novos planos e outros – o trabalhador usará o seu crachá, sempre. Importante: não deixar a assembleia antes dela acabar,  porque pode ocorrer uma votação e você perder o seu direito ao voto. Na classe dos trabalhadores, a nossa, a contagem dos votos é por cabeça, ou seja, se estiverem presentes 4 mil trabalhadores, e dois mil e um votarem pelo “NÃO”, o plano da Busscar é rejeitado. Nas demais classes o valor do crédito de cada um vale para contagem e peso do voto. Lembrando aqui aos trabalhadores que Claudio Nielson, Fabio Nielson e Rosita Nielson, não votam e não contam para quórum na assembleia dos credores. Isso foi um baque para eles porque afinal eles sozinhos tem milhões a receber – pasmem! – conforme colocaram na lista dos credores. Isso é a Busscar com esses acionistas.

Mudanças só na assembleia
Durante a assembleia geral é o momento do surgimento de mudanças no Plano, novos planos, planos dos credores, enfim, podem ter várias surpresas. A cada situação dessa a assembleia votará se aceita ou não a mudança, se suspende a assembleia, etc. Por isso reiteramos que os trabalhadores devem ir preparados para ficar atentos, participativos e não dispersar em nenhum momento. O Sindicato estará presente fortemente dentro da assembleia e fora, com o intuito de orientar a todos em caso de dúvidas. Portanto, em tudo você deverá votar, e por isso, ficar atento para não errar o voto.

Caso vença o SIM
Se a assembleia gera dos credores aprovar o Plano da Busscar como está, uma ata da assembleia será lavrada, realizada, dando legalidade a votação ocorrida. Imediatamente se cria o Comitê de Credores com dois representantes de cada classe, com mais dois suplentes de cada uma. Esse Comitê é quem vai fiscalizar, liberar ou não as atividades da empresa a partir daí. Ministério Público do Trabalho também vai estar participando, bem como o Sindicato.

Nesse caso, da vitória do sim, estão previstas as barbaridades das debêntures que nada valem, do parcelamento dos salários atrasados em 36 meses após seis meses de carência, venda de todos os bens para tocar a produção (perdem-se as garantias dos trabalhadores), a manutenção dos atuais acionistas no comando, o mesmo grupo que deixou a Busscar como está hoje. Sobre esse tema o Sindicato já esclareceu a todos suficientemente em várias matérias no site.

Caso vença o “NÃO”
Aclamado por cerca de dois mil trabalhadores em assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Mecânicos no dia 15 de abril passado, o voto “NÃO” ao plano de recuperação apresentado pela Busscar se deve a total falta de respeito e responsabilidade social da empresa com seus trabalhadores. Debatido anteriormente em várias reuniões com os trabalhadores, e especialmente em três grandes reuniões em março deste ano, o plano foi rejeitado, e até uma nova proposta foi construída e protocolada oficialmente na Busscar e na Justiça. Essa proposta, que pedia à empresa que pagasse 50% dos créditos dos trabalhadores a vista, e o restante em 12 meses como manda a Lei de Recuperação Judicial, foi novamente ignorado e negado pela empresa. Portanto, o “NÃO” a esse Plano da Busscar está claríssimo como posição da maioria dos trabalhadores.

Caso o “NÃO” ao plano fajuto da Busscar seja o vencedor na assembleia de credores, o juiz pode decretar a falência imediatamente, ou após a assembleia geral dos credores. Ele, o juiz, pode decretar a falência com continuidade dos negócios ou não. Nas duas hipóteses, o que é certo é o afastamento dos atuais acionistas Claudio Nielson, Fabio Nielson e Rosita Nielson e toda a administração. Com a continuidade dos negócios a Justiça pode definir um interventor judicial para tocar a empresa, ou mesmo, de acordo com a decisão do juiz, prepará-la para venda, entrada de novos investidores, enfim, várias hipóteses. O juiz já deixou claro em entrevistas que a prioridade são os trabalhadores, ou seja, não haverá nada de “cadeado no portão”, mas provavelmente um recomeço em base mais sérias e competentes que as atuais.

Se o juiz definir pela não continuidade dos negócios – muito improvável neste caso em que há mercado forte e talentos para tocar a empresa, os trabalhadores – também haverá a criação dos mesmo Comitê de Credores que ajudarão a decidir quanto ao destino dos bens e aplicação dos valores arrecadados, com preferência por lei aos trabalhadores. Nessa situação extrema, a venda dos bens dá para pagar toda a dívida como os trabalhadores. Os demais credores ficam para depois dos trabalhadores.

Justificativa ao trabalho e procurações – cuidado com procurações para a empresa!
Segundo o administrador judicial, todos os trabalhadores que forem votar não perderão o dia de trabalho na empresa onde atuam, porque a Justiça fornecerá a devida justificativa legal. Por isso não há o que temer, porque o trabalhador está indo votar obrigatoriamente em defesa dos seus direitos legais. A forma de entrega desse documento aos trabalhadores ainda está sendo definida pela Justiça, devido ao grande número necessário.

Já as procurações são fundamentais para aqueles trabalhadores que não estão trabalhando em Joinville (SC) e não tem como se deslocar das suas cidades atuais para votar na assembleia geral, ou ainda, para aqueles que não querem ir a asssembleia. Para isso, o Sindicato está recebendo as procurações dos trabalhadores até o dia 17 de maio pela manhã. Para saber como fazer, entre em contato pelo fone (47) 3027.1184 e fale com o departamento jurídico. O Sindicato quer deixar esse processo muito transparente. Quem vai votar em nome destes que cederem a procuração é o presidente Evangelista dos Santos.

Agora, muita atenção trabalhadores da Busscar, e das empresas do grupo como Climabuss, Tecnofibras e outras: não aceitem pressão para entregar procuração para a empresa, em favor do “Sim”. Denunciem, não se ajoelhem diante de mais essa indignidade que tentam impor a vocês! Vejam que a própria empresa, em seu informativo evasivo e vazio, diz que vai vender a Tecnofibras em 60 dias caso o sim vença! As demais já estão no plano para serem vendidas, ou seja, vocês só serão utilizados mais uma vez como massa de manobra para os interesses dos acionistas.

Vocês, para eles, são apenas uma moeda que depois vira pó. Seus direitos não são valores importantes, e todas as ações da empresa já mostraram isso claramente. Somente agora começam uma campanha via imprensa para tentar sensibilizar a sociedade e os trabalhadores, usando emoção falsa. Onde eles estavam até ontem que sequer recebiam os trabalhadores, não davam qualquer informação, e devendo tudo e mais um pouco? Brincadeira tem hora, e hora agora não é mais bem vinda para brincadeiras.

União e atenção!
O Sindicato dos Mecânicos cumpre assim mais uma vez a sua missão de informar, orientar e apoiar os trabalhadores da Busscar, assim como faz para toda a categoria mecânica. A diretoria da entidade deixa claro que defende os direitos dos trabalhadores, a recuperação dos seus salários e direitos trabalhistas negados pela empresa, e que apóia a recuperação da empresa, mas não às custas de mais sacrifícios dos trabalhadores, tão lesados e abandonados que foram por todos esses meses. Esse Plano apresentado pela Busscar retira ainda mais direitos, pede carências inaceitáveis, mantem a atual gestão que quebrou a empresa, e ainda vai vender os bens que o Sindicato conseguiu bloquear via Justiça para garantir os direitos dos trabalhadores. Não há como ser favorável a um plano que, se aprovado, vai queimar todos os bens existentes, e que nao manterá a empresa erguida.

A hora é de união entre todos os trabalhadores que foram lesados, todos pelo “NÃO” ao plano da Busscar na assembleia geral dos credores nos dias 22 e 29 de maio. Esse “NÃO” é na verdade um recomeço com cabeças novas, dinheiro novo, novos empregos e oportunidades de verdade para todos os talentos que a Busscar empurrou para o mercado por não pagar salários e direitos. Muita atenção a todos os trabalhadores nestes últimos dias: denunciem práticas ilegais, não se curvem mais uma vez para esses acionistas que só enxergam o próprio umbigo, e não veem os seus parceiros como parceiros, e sim como escravos dos seus desejos. Anote em sua agenda, se tiver dúvidas, venha falar com o Sindicato. Estamos focados para agir da melhor forma possível em favor dos seus direitos. Força, união, é a receita do momento. Faça contato com a gente, pessoalmente ou pelo fone (47) 3027.1183.

Fonte: Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Crise Busscar: Sindicato defende voto “não” ao plano da empresa como forma de recomeço

A Busscar continua a se utilizar de meios pouco éticos para convencer a seus cinco mil e quinhentos trabalhadores que tem créditos a receber, para que votem sim ao seu plano de recuperação judicial. Com o dinheiro que deveria estar pagando parte dos 25 meses de salários atrasados, ela contratou uma empresa de comunicação – das maiores do sul do país, portanto, cara – para tentar reverter a imagem ruim que deixou a toda a sociedade, mercado investidor, de capitais e opinião pública. Nada contra a empresa, que vai ganhar o que merece por sua qualidade, mas a fonte das informações continua a tentar gerar desconfiança, confusão, medo e insegurança. Caminho que já a levou ao atual estágio, de quase falência.

Diferente do que seus acionistas tentam implantar na cabeça dos trabalhadores e da opinião pública, o Sindicato dos Mecânicos vem esclarecer que o voto “NÃO” ao plano de recuperação judicial proposto pela Busscar não representa necessariamente o fim da empresa, com lacre nos portões, desligamento de funcionários (quais, quantos e de onde?) e fim do sonho de retomar produção e empregos. O “NÃO”  a esse plano fraco, inconsistente e sem apoio de nenhuma das classes credoras – já há informações de acertos entre bancos, fornecedores e outros fortes credores – pode sim é significar um novo começo para trabalhadores, fornecedores, para toda a economia de Joinville, do estado e do país.

Possibilidades com o “NÃO” são bem melhores
Quem vai decidir o que será feito em relação à Busscar caso o plano receba o “NÃO” é o juiz Maurício Póvoas, que é quem preside oficialmente o processo. Por exemplo: com a negativa do plano, os demais credores podem apresentar na própria assembleia geral dos credores uma outra proposta, que pode ser o aluguel das instalações e retomada da produção, ou ainda recomposições acionárias que certamente implicam na saída dos atuais acionistas da direção geral. Ou seja, em apenas duas das possíveis situações o sonho de continuar a produzir ônibus com o talento de nossos trabalhadores pode continuar, e com salários em dia, direitos e benefícios também.

Por outro lado, caso uma proposta como aluguel fosse acatada pela Justiça, os bens podem sim ser vendidos para pagar os créditos trabalhistas que 5,5 mil pessoas tem a receber da Busscar. Os mesmos bens não operacionais que a empresa alega que vai vender caso o seu sim seja aprovado, com a grande diferença que é uma nova gestão, sem vícios, um novo negócio com grandes chances de prosperar, gerando empregos, renda e estabilidade para milhares de trabalhadores. É melhor ter um novo emprego com novos gestores, sérios, com dinheiro novo, e ainda poder receber o que lhe devem, ou ficar na dúvida de manter nas mãos atuais, uma gestão fracassada que deixou os trabalhadores a ver navios por 25 meses, sem respostas, sem pagamentos, sem nada?

Na outra ideia, que um novo ordenamento acionário aconteça, com bancos, fornecedores e novos investidores assumindo todo o passivo e a empresa como está hoje, com dívidas com trabalhadores, fornecedores e tudo o mais a pagar, um novo projeto pode ser apresentando, aí sim com os trabalhadores sabendo quem são os investidores, quanto dinheiro será investido, um horizonte novo a ser trilhado com retomada da produção com novos sócios, e não o que hoje está colocado, que sempre fez promessas e a todas descumpriu.

O que você escolheria trabalhador? Uma gestão viciada, orgulhosa, que jamais cumpriu seus acordos com trabalhadores nesta crise, que pode vender todos os bens que são sua garantia de receber para colocar em mais uma aventura sem perspectivas de sucesso, ou uma nova gestão, profissional, organizada, com recursos financeiros para pagar o que se deve aos trabalhadores, manter a produção ativa, forte e gerando mais empregos, renda e fazendo a economia girar? Por isso que o Sindicato insiste em alertar e orientar aos trabalhadores: o NÃO pode ser sim o recomeço de suas vidas com dignidade, com empregos dignos, pagos em dia, e com seus créditos a receber sendo pagos com Justiça e dentro do que prevê a Lei de Recuperação Judicial.

O “Sim” quita tudo, os bens em garantia são vendidos, você fica desamparado
Uma das coisas que a Busscar não diz, ainda que amparada por assessores especializados, é que o plano de recuperação apresentado por eles, caso aprovado, representará para os trabalhadores a quitação geral e irrestrita de seus créditos a receber. Isso está previsto em lei, na Lei de Recuperação Judicial!

Ao aprovar o Plano, você trabalhador não terá mais direito aos seus valores a receber caso a Busscar venha a quebrar novamente, o que é muito provável com esse plano economicamente inviável. Mesmo entrando na Justiça novamente, você não terá direito porque receberá em garantias totais as tais “debêntures”, que no caso da Busscar são papéis “podres”, ou seja, sem valor por não existirem garantias reais. Você passará de credor a até devedor junto com os acionistas da empresa. Portanto, fique atento porque você pode trocar o certo pelo duvidoso caso o sim seja aprovado. Veja o que são debêntures:

“Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, regulamentados pela (CVM), os quais podem ser emitidos por sociedades por ações de capital aberto ou fechado.  São usadas quando estas empresas necessitam de dinheiro para financiar seus planos de desenvolvimento mas não desejam recorrer a empréstimos bancários, se tornando portanto um dos instrumentos mais interessantes de captação de recursos de que uma empresa pode lançar mão, no âmbito dos mercados de capitais.

Podem ser de médio e longo prazos, simples ou conversíveis em ações, sendo que no segundo, o título possui características de renda fixa e de renda variável ao mesmo tempo: debenturistas podem fazer o resgate, na data de vencimento, em dinheiro ou em ações.Elas podem também podem render juros, pré ou pós fixados, prêmios e outros benefícios. As 4 garantias alternativas oferecidas aos debenturistas:

Real, assegurada por bens do ativo da empresa emissora ou de terceiros (hipoteca, penhor ou anticrese);

Flutuante, com privilégio geral sobre o ativo em caso de falência;

Subordinada, com preferência sobre o crédito dos acionistas, em caso de falência;

Sem preferência, ou seja, sem privilégio em caso de falência.

OBS: As características das debêntures devem sempre constar em sua escritura de emissão que deverá ser coordenada por uma instituição financeira, que pode ser um banco de investimento ou múltiplo, corretora ou distribuidora de valores mobiliários. Referenciada no mercado financeiro como coordenador líder, essa instituição modelará a operação, tomará providências pertinentes junto à CVM, preparará uma diligência (due diligence) sobre as informações da empresa emissora disponibilizadas ao público-alvo, organizará apresentações (road shows) e colocará o título junto a investidores”.

Viram só o que se está propondo aos trabalhadores como a poção mágica, que vai curar todas as dívidas da Busscar? E vejam bem, isso tudo em um parcelamento que prevê seis meses de carência (!) e depois mais 36 meses, completando, sem qualquer atraso, 42 meses para receber! Contando os 25 meses que já estão em atraso, já chegamos a 51 meses, ou cinco anos e três meses, caso tudo corra bem… Você acha que isso ainda é pouco para você se convencer a votar “NÃO” contra esse plano da Busscar? Pois vamos a mais informações.

A empresa diz em seus informativos e palestras para trabalhadores – onde até choro convulsivo é visto com apresentação em telão – que vai vender os bens não operacionais para manter a empresa funcionando, pagando salários, pagando atrasados, bancos, etc. E põe mais um adendo, quase imperceptível: a venda da Tecnofibras, ou TSA, como preferirem. Portanto, você trabalhador não terá mais as garantias reais caso a empresa quebre novamente – muito provável com esse plano e essa gestão – e a jóia da coroa, a Tecnofibras, será imediatamente vendida após a possível aprovação do tal plano da Busscar.

Isso está dito no informativo da empresa. Ou seja, a única empresa que gera empregos dignos ainda, paga em dia, gera impostos e tudo o mais, vai ser vendida, e para quem? Eles dizem já ter comprador. Quem será? E porque a pressa em vender exatamente a empresa que gera lucros, e até banca parte dos apaniguados aos acionistas atuais. O que estará por trás dessa manobra? Porque não manter a Tecnofibras junto ao grupo, para manter forte? Por que vender? O que ficará para garantir os trabalhadores, o que não tem valor e chances de venda rápida? E os trabalhadores da Tecnofibras, sabem que podem ser usados como massa de manobra, votando a favor de um plano, de uma gestão que vai logo em seguida descartá-los?

É por essas e tantas outras que o Sindicato orienta a seus trabalhadores pelo voto “NÃO” a esse plano da Busscar. Além de ser fraco, inviável, tem armadilhas para os trabalhadores. Não há preocupação nenhuma em garantir salários, ativos fortes para caso de quebra. Todos os bens serão vendidos, não sobrando nada para garantias reais aos trabalhadores, e nada para garantir as tais debêntures que eles propõe para pagar, papéis sem valor para receber, e que ainda quitam as dívidas deles para com os trabalhadores.

Toda essa espécie de “circo” armado com entrevistas, palestras, presenças aqui e acolá tentando mostrar transparência e preocupação não passam de cortina de fumaça, encenação, porque o desespero bateu à porta. O dia da votação na assembleia geral dos credores está chegando, anote e não falte – 22 e 29 de maio a partir das 8 horas no complexo do Centreventos Cau Hansen em Joinville (SC). Tudo que está saindo na imprensa de parte da Busscar visa encenar, confundir, criar medo do futuro. O que mais poder acontecer do que já aconteceu aos trabalhadores? Estão sem receber há meses, e ainda podem ficar sem garantias reais para receber no futuro caso o sim passe. Ou podem ver algo novo nascer, com a votação do “NÃO”, que o Sindicato e quase dois mil trabalhadores que aprovaram em assembleia, e acreditam.

Está na hora da verdade para você trabalhador! Aqui é o lugar dos trabalhadores, onde se defendem os seus direitos. A informação correta, verdadeira, você só tem aqui. Faça contato conosco, participe, convide seus colegas a votar pelo justo. Depois não adianta chorar. O Sindicato reitera que defende os direitos dos trabalhadores, deseja a recuperação dos postos de trabalho, dos salários, da renda, da produção, mas não às custas dos trabalhadores.

Posicionamento retirado do site do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região.

Crise Busscar: Prefeito Carlito Merss pede mais informações ao Sindicato dos Mecânicos

Prefeito ouve sindicalistas após má repercussão de sua fala à imprensa junto aos trabalhadores

A pedido do prefeito Carlito Merss, comitiva de diretores do Sindicato dos Mecânicos capitaneada pelo seu presidente Evangelista dos Santos, esteve nesta segunda-feira (7/5) na Prefeitura de Joinville (SC) para dirimir dúvidas a respeito do plano de recuperação da Busscar, já que a entidade sindical está as voltas com o processo há mais de dois anos na defesa dos direitos dos trabalhadores que não recebem há 25 meses completados neste mês.

Carlito recebeu os acionistas da empresa e seus advogados na semana passada, e notas publicadas na imprensa causaram apreensão entre os trabalhadores. Com a repercussão negativa correndo a cidade, o Prefeito resolveu saber mais detalhes e clarear a situação que envolve mais de cinco mil famílias que não recebem nenhum centavo há dois anos.

Carlito explicou que recebeu os diretores da Busscar e ouviu atentamente as explicações, mas ficou com dúvidas sobre a situação dos trabalhadores e os descontos que a empresa pede em seu plano, além das carências para pagamento, venda de ativos e outros dados. “Sabemos que o mercado está aquecido, que a marca é reconhecida. Já ajudei em 2003, 2004 com o empréstimo do BNDES, e ano passado com o pedido para que as empresas de transporte coletivo encomendassem unidades. Mas quero que os trabalhadores tenham seus direitos preservados”, ressaltou o Prefeito.

O presidente do Sindicato, Evangelista dos Santos, explicou detalhadamente os passos que a entidade tomou para preservar os direitos dos trabalhadores, deixando claro que o Sindicato quer sim a recuperação da Busscar, mas não as custas dos direitos dos trabalhadores.

“Nós realizamos reuniões, assembleia geral que já disse não a esse plano como está esperando melhorias significativas, mas até agora nada. Tanto que eles continuam a espalhar a mesma coisa, agora ao Prefeito, na Acij, insistindo em algo vazio, já impugnado por quase a totalidade dos credores. Descontar até 37% de quem não recebe há mais de dois anos, e vender os bens que são garantias dos trabalhadores é inaceitável. Onde estão os investidores, quem são, quanto vão colocar no negócio? São perguntas sem respostas. Como ficam os trabalhadores que perderam o direito de morar na cidade para trabalhar em outra? Como ficam os direitos de quem está com o nome sujo no Serasa por não receber, complicando toda a sua vida? O Sindicato e os trabalhadores não aceitam sacrificar milhares de pessoas, famílias inteiras, por um projeto que não tem força, não se sustenta”, disparou Evangelista.

O Prefeito ficou sensibilizado com a explanação de Evangelista e dos diretores, e pediu mais detalhes jurídicos à advogada do Sindicato, Luiza De Bastiani, que foi objetiva e clara quanto aos passos legais tomados, e os próximos que virão até a assembleia geral dos credores nos dias 22 e 29 de maio próximos. Para Evangelista dos Santos, a iniciativa do Prefeito em chamar o Sindicato dos Mecânicos foi positiva diante das notícias de que Carlito Merss estava apoiando o plano da Busscar, o que deixou a categoria apreensiva.

“O final de semana foi difícil com muitos trabalhadores questionando a posição que estava nos jornais, mas creio que agora esteja tudo certo. Todos queremos a recuperação da Busscar, mas não as custas de mais sofrimento dos trabalhadores.Isso ficou claro ao Prefeito, e agora vamos continuar concentrados para a assembleia geral dos credores, porque até lá muitas coisas podem, e devem, mudar para que os trabalhadores sejam contemplados”, finalizou Evangelista.

Além de Evangelista, participaram da reunião o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, a secretária da Saúde, Antonia Grigol, o diretor-executivo do Cepat, João Batista Souza, o gerente do Cepat, Orony Jr, a advogada Luiza de Bastiani, e os diretores do Sindicato João Luiz Vieira, Nivaldo Sena e Cícero do Nascimento Amâncio que também é coordenador do Departamento Estadual da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT – CNM/CUT, com sede em Joinville (SC).

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Dia Mundial das Vítimas de Acidentes de Trabalho: terceirização e acidentes estão relacionados

Os representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) informaram na última segunda-feira (23), durante audiência pública no Senado, que 3,8 milhões de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil entre 2005 e 2010 mataram 16,5 mil pessoas e incapacitaram outras 74,7 mil. O Fórum Sindical dos Trabalhadores acrescentou que quatro em cada cinco funcionários acidentados são terceirizados.

Para as entidades presentes ao debate, convocado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) em virtude do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, no próximo sábado (28), é preciso melhorar o treinamento da mão de obra ligada à terceirização. “Lei não falta. O que falta é investimento e comprometimento”, afirmou o coordenador nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores, José Augusto da Silva Filho.

O vice-presidente do Sinait, Francisco Luís Lima, apontou como causa dos acidentes a degradação das condições do trabalhador e do meio ambiente de trabalho. Contribuem para isso, segundo ele, problemas como falta de treinamento, não fornecimento de equipamento de proteção individual e remuneração por produção (que induz ao trabalho excessivo e exaustivo), entre outros.

Já a presidenta do Sindicato de Auditores, Rosângela Silva Rassy, apontou que há um “definhamento” da inspeção do trabalho, com 3.025 funcionários para mais de sete milhões de empresas. O não fornecimento de equipamento individual de segurança e a remuneração por produção, induzindo ao trabalho excessivo, são dois dos fatores que levam a acidentes.

O Ministério do Trabalho e Emprego afirma que um acordo de cooperação com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciado em 2008, resultou em 1.250 ações judiciais em torno do problema, com expectativa de indenizações em R$ 200 milhões. Nestes casos, a Previdência cobra do empregador os valores pagos em benefício aos trabalhadores incapacitados.

“A medida tem caráter punitivo e pedagógico e visa à concretização da política pública de prevenção de acidentes do trabalho”, afirmou a secretária de Inspeção do Trabalho, Vera Albuquerque.

Para a juíza Noêmia Garcia Porto, representante da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), é preciso ampliar as políticas preventivas tendo em vista que hoje as empresas querem não apenas o tempo do trabalhador, mas “a alma”.

Ela ressaltou que, para evitar o acionamento do Judiciário, existe a necessidade de garantir um ambiente saudável e protegido de trabalho. A magistrada indicou ainda que os problemas atuais, ainda que graves, mostram apenas a situação dos formalizados, havendo questões piores a serem resolvidas entre os que estão “invisíveis”, ou seja, na informalidade.

A secretária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Junéia Batista, cobrou humanização da perícia médica. Por sugestão dela e de outros participantes, o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), apresentou requerimento que convida o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, para debater um novo esquema de alta programada de pessoas afastadas do trabalho.

Paim quer conhecer as razões que levaram o INSS a lançar uma consulta pública sobre o “tempo estimado para a recuperação de capacidade funcional baseado em evidências”. Os participantes da audiência alertaram para riscos de prejuízos ao trabalhador acidentado quando o novo sistema for implantado.

Por: Contraf com Rede Brasil Atual e Agência Senado

Imposto Sindical: CUT prorroga realização do plebiscito sobre fim do imposto

A direção executiva da CUT decidiu ampliar o prazo de votação do Plebiscito Nacional sobre o Fim do Imposto Sindical, em função da grande repercussão e interesse de trabalhadores e trabalhadoras de todo o país em participar. O Plebiscito “Diga Não ao Imposto Sindical”, que terminaria no dia 30 de abril, foi prorrogado para o dia 15 junho.

O fim deste tributo, que desconta um dia de salário por ano de todos/as trabalhadores/as que têm carteira assinada, é fundamental para a classe trabalhadora brasileira conquistar a liberdade e a autonomia sindicais, bandeiras históricas que fazem parte dos princípios de criação da nossa Central. Já fizemos várias lutas contra a cobraça. A diferença, este ano, é que a CUT decidiu consultar diretamente os maiores interessados para saber o que acham do imposto, indo às ruas, falando com os/as trabalhadores/as em locais de grande concentração como a Central do Brasil, no Rio de Janeiro, aonde estaremos com a militância CUTista no início de maio, no centro de São Paulo onde estivemos na semana passada; ou nas portas de fábricas, de shoppings e em todos os locais de trabalho.

O objetivo da CUT não é acabar com sindicatos, como andam dizendo sindicalistas de outras centrais que defendem a manutenção da cobrança, e sim consolidar sindicatos livres, independentes, autônomos e democráticos, organizados desde o local de trabalho até os níveis nacionais. O fim do imposto é determinante para isso. E o motivo é simples: sem esses recursos os dirigentes terão de sair das sedes, ir até as bases para ouvir os/as trabalhadores/as, negociar, melhorar as condições de trabalho, de salários, de benefícios, enfim, representar os interesses dos/as trabalhadores/as como muitos não veem fazendo atualmente.

Foi por isso que lançamos o Plebiscito pelo Fim do Imposto Sindical, primeira ação da Campanha por Liberdade e Autonomia Sindicais, no dia 26, em uma assembleia na sede da Elektro, em Campinas. E no primeiro dia, em menos de uma hora, mais de 500 trabalhadores da empresa já haviam dito “não” ao imposto sindical. A boa adesão se repetiu em todas as cidades brasileiras onde os nossos dirigentes colocaram as urnas e pediram à classe trabalhadora para dar sua opinião sobre a cobrança.

É importante que fique claro que, em todos os locais onde estamos coletando votos, estamos explicando que a CUT defende total liberdade aos trabalhadores/as. Ou seja, defende que eles é que devem escolher a qual sindicato se filiar e como querem financiar suas entidades. Explicamos, também, que a CUT defende a substituição do Imposto Sindical por uma contribuição negocial, cujo percentual é definido em assembleia amplamente divulgada após as negociações e campanhas salariais feitas pelos sindicatos. Além disso, defendemos a ratificação da Convenção 87 da OIT – Organização Internacional do Trabalho, que trata de liberdade sindical e proteção do direito sindical.

Queremos uma lei que garanta organização no local de trabalho, acesso dos dirigentes aos trabalhadores para convencê-los da importância de se associar aos sindicatos; que proíba a criação de entidades sindicais por empresários e acabe com as práticas antissindicais que ainda existem no país, como por exemplo, patrões que ameaçam de demissão trabalhadores/as que quiserem se associar a sindicatos.

A Campanha Nacional por Liberdade e Autonomia Sindical da CUT vai até agosto do ano que vem, quando a central completa 30 anos. No próximo dia 30 divulgaremos a primeira parcial sobre a votação do Plebiscito sobre o Fim do Imposto Sindical, que é a primeira ação desta campanha.

E no início de julho, durante 11º CONCUT – Congresso Nacional da CUT que vai escolher a nova diretoria, lançaremos a segunda fase da campanha cujo objetivo é recolher milhares de adesões a um abaixo assinado em apoio a ratificação da Convenção 87 da OIT. Artur Henrique – Presidente Nacional da CUT

Fonte: CUT

 

Sindicalista que apanhou de empresário recebeu solidariedade em ato público

“O movimento sindical saiu fortalecido deste trágico episódio”. A declaração é da presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Fiação, Tecelagem e Vestuário de Rio do Sul (Sititev), Zeli da Silva, ao se referir à agressão física que sofreu por parte dos proprietários da empresa RG Confecções, Roberto e Gislaine Markewicz, no dia 4 de abril, e ao apoio recebido dos companheiros trabalhadores de Santa Catarina.

Dia 13 de abril, mais de 200 lideranças representativas de 70 entidades sindicais de todo o Estado participaram do Ato Público de repúdio ao fato. Zeli recebeu uma paulada no rosto e levou 12 pontos. O advogado Altamiro França, responsável pelo encaminhamento jurídico do caso, reforçou que o casal Roberto/Gislaine será processado criminalmente, com pedido de ação indenizatória por dano moral e lesão corporal. Já a secretaria de Relações Internacionais da UGT (União Geral dos Trabalhadores) vai denunciar os dois patrões, junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A manifestação dos trabalhadores aconteceu na praça central da cidade, por volta das 13horas e teve apoio e participação de sindicatos de trabalhadores de todo o Estado, “ o que demonstra a unidade das centrais e da classe trabalhadora”, conforme definiu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Jaraguá do Sul e Região e da diretoria executiva da UGT de Santa Catarina, Gildo Antônio Alves.

Da mesma opinião partilha o assessor jurídico da Fecesc (Federação dos Empregados no Comércio de SC), advogado Nadir Cardoso, que representou a CUT/SC na manifestação de apoio à Zeli e repúdio à agressão. “Coisa desse tipo faz a gente lembrar da época em que éramos proibidos de reunir com os trabalhadores, de nos aproximarmos das fábricas”, alerta Nadir, citando ainda a Constituição. “Fomos desrespeitados em nossos direitos e isso não pode ficar assim”, resumiu o dirigente sindical.

O patrão Roberto Markewicz tem antecedentes de desrespeito aos trabalhadores, já que provocou o fechamento de uma fábrica em Presidente Getúlio e também não pagou as verbas trabalhistas, conforme relatou o coordenador do Departamento do Vestuário da Fetiesc, Walmor de Paula. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Brusque, Marli Leandro, lembrou que a RG Confecções sempre apresentou irregularidades trabalhistas: “Além de violar os direitos dos trabalhadores, viola os direitos humanos”, criticou Marli.

“Conheço Zeli há mais de 20 anos e sei da sua competência e honestidade na defesa dos trabalhadores”, disse Marli. “Parece que voltamos ao tempo da escravatura, quando os trabalhadores não tinham direito de se organizar”, protestou o coordenador do Departamento Químico da Fetiesc, Carlos de Cordes, o Dé, reforçando que o ato público “foi pacífico e democrático”.

Apenas dois policiais militares acompanharam o ato, que durou mais de uma hora. Vários oradores usaram da palavra pedindo a solidariedade da comunidade e lembrando que, “agora, todo o Brasil sabe que Roberto e sua mulher Gislaine são agressores e ladrões dos trabalhadores”.

Do Jornal Absoluto

Memória: Conrado de Mira, o organizador do sindicalismo joinvilense

Esta é mais uma matéria, reportagem especial que fiz para o jornal Notícias do Dia para a seção Memória, publicada na edição de final de semana – 17 e 18 de dezembro de 2011 – que retira do baú a história do sindicalismo joinvilense com um pouco da vida do senhor Conrado de Mira, já falecido. Baseei essa reportagem em entrevista com sua viúva, dona Irany Caldas de Mira, e pesquisa em arquivos históricos e documentos familiares. Mais uma contribuição para o resgate de nossa história, falando dos trabalhadores que muitas vezes são “invisíveis” aos olhos das pessoas por falta de abordagem da mídia em geral. Compartilho com os leitores do Blog em homenagem a esses dias em que o livro está em alta com nossa Feira do Livro, confiram abaixo:

” Se hoje os trabalhadores brasileiros têm direito às férias, jornada de trabalho definida, décimo-terceiro, aposentadorias, pensões, entre outros direitos, tudo se deve a muitos líderes operários que enfrentaram a dura disputa contra o capital no início do século 20. Entre eles um marceneiro, Conrado de Mira, que entre 1929 e 1930 abraçou a causa de Getúlio Vargas com a famosa Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís, e ampliou os direitos trabalhistas. Mira foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil em 1931, e logo virou seu presidente. Em seguida os trabalhadores foram se organizando nos sindicatos dos trabalhadores em olarias, dos metalúrgicos, dos gráficos, dos moinhos, das oficinas mecânicas, dos estivadores, dos têxteis e também dos trabalhadores em massas alimentícias.

Graças ao seu preparo intelectual, Conrado de Mira foi aos poucos sendo funcionário de todos os sindicatos. Ele dirigia e administrava toda a burocracia sindical, e inclusive fazia as defesas trabalhistas. Tudo isso está registrado na enorme documentação que está depositada no Arquivo Histórico de Joinville, fruto de doação da família. Mas também está em parte anotado na memória de sua viúva, Irany Caldas de Mira, que aos 72 anos mantém uma saúde em dia, viaja e passeia bastante com as amigas, e mantém tudo arrumadinho na casa em que viveu com seu marido por 25 anos, no centro da maior cidade catarinense. “Ele era viúvo, e eu trabalhava como secretária no Sindicato. Acabamos casando quando eu tinha 18 anos, e ele uns 55 acho”, explica.

Ela vive com a filha Fárida na casa quase centenária. O outro filho, Farley, mora em Foz do Iguaçu. Eles lhes deram três netos. Conrado teve ainda dois filhos do primeiro casamento, Fausto que mora em Florianópolis, e Flavio que já faleceu. Dona Irany relata que ele era muito animado, festeiro, e muito alvoroçado. “Ele não parava nunca! Trabalhava direto, no sindicato, e trazia trabalho prá casa. Não tinha ano novo, nada. Só descansou quando morreu mesmo”, confirma a senhora franzina que superou momentos difíceis ao lado do marido sindicalista. A devoção pelo trabalhismo de Vargas o levou também a política partidária. Conrado de Mira foi candidato a prefeito por duas vezes (1947 e 1955), a deputado estadual pelo menos outras duas, e foi eleito vereador.

A farta documentação meticulosamente datilografada, organizada, anotada e arquivada mostra que sua intelectualidade era acima da média. De milhares de documentos, dona Irany guarda poucas coisas, mas nesses papéis se vêem manifestos aos trabalhadores, boletins informativos periódicos, vários com o título “Deixa o trabalhador passar”, e muito material político promocional. Segundo Irany, Conrado era muito articulado. “Ele se dava bem com todos, com o Jota Gonçalves, apoiou o João Colin, mas brigavam também. Depois, voltava tudo ao normal”, conta abrindo o sorriso tímido. O sindicalista foi do PTB, PSB e também do PSP de Adhemar de Barros, até chegar o golpe militar de 1964.

Dona Irany conta, aflita com as lembranças, quando Conrado foi preso pelos militares. “Ele estava com o filho no Sindicato. Os soldados os levaram todos presos! Depois dois soldados vieram até em casa e pediram para ir buscar o Farley (filho), que ele não podia ficar lá. Foi tão ruim que nem gosto de lembrar”, assinala. A filha Fárida completa. “A mãe nem viu o pai. Deixaram ela em uma sala, e foi difícil trazer meu irmão, que chorava e dizia que estavam batendo no pai”, recorda. A família demorou meses para rever Conrado, que foi enviado para Florianópolis, depois Rio de Janeiro, até ser liberado. A acusação era de associação ao comunismo, coisa comum naqueles anos de chumbo. “A vida ficou muito difícil prá gente. Vendemos coisas para manter a casa”, revela Irany.

O medo foi companhia freqüente. A polícia invadiu a casa sem mandado, reviraram móveis, roupas íntimas, tudo que viam conta ela. “Procuravam não sei o que. Não diziam nada! E eu não sabia de nada disso, de comunismo, política. Isso não me interessava”, relembra dona Irany. A partir dessa época, diz ela, amigos e vizinhos abandonaram os Mira. “Ninguém queria falar comigo. Diziam que eu era comunista, pode? Nem brincar com meus filhos os outros pais deixavam. Temiam ser presos porque eu era vigiada”, fala emocionada. Até Conrado de Mira ser libertado, viveram também de compras em mercados que vendiam fiado.

Em meio aos móveis antigos, fotos da família e do casamento, Irany destaca o trabalho e a dedicação que o líder sindical à causa dos trabalhadores. “Ele trabalhava nessa mesa (indica sentada), dia e noite. Depois da sua prisão, ficou sem nada, sem emprego, sem vínculos com sindicatos, nada. Trabalhou como autônomo para manter a família, inclusive com o atual senador Luiz Henrique em seu escritório, até morrer”, enfatiza. A filha Fárida comenta que seu pai foi amado e odiado. “Uns diziam que era pelego, que defendia os patrões. Outros que era governista. Mas o fato é que ele defendia as suas convicções, no caso do trabalhismo de Getúlio. E foi muito, muito injustiçado”, defende. De um lado, empresas e empresários não gostavam por sua ativa defesa dos trabalhadores. De outro, os trabalhadores que achavam que seus direitos não eram defendidos. Não era possível agradar a todos.

“Olha, o que eu via era que muitas pessoas vinham trazer galinha, pato, aipim, cará, tudo já limpo em agradecimento pela vitória com o trabalho de Conrado. Eu nunca entendi porque um homem que fez tanto por tanta gente foi tao atacado. Até quando a filha nasceu ele estava fora, no Rio de Janeiro”, explica dona Irany. Conrado de Mira foi o grande articulador do movimento sindical joinvilense durante quase 40 anos. Aos poucos os sindicatos foram se desmembrando e seus dirigentes passaram a administrar suas estruturas próprias, oferecendo gradativamente assistência aos sócios e trabalhadores.

Morto aos 77 anos de infarto fulminante em 1981 – “dormiu e não acordou, relata a viúva Irany” -, seu corpo descansa no cemitério municipal próximo da escadaria que leva ao alto da cruz. Como única homenagem, seu nome está em uma rua no bairro Costa e Silva, por onde passam diariamente milhares de trabalhadores que desconhecem quem é o personagem com o nome dependurado em um poste. Ignoram a história do desbravador do movimento sindical que ajudou a consolidar os direitos básicos dos trabalhadores. Nos arquivos depositados no Arquivo Histórico com milhares de documentos e boletins informativos dos tempos em que sequer se imaginava o aparato tecnológico dos dias atuais com internet, jornais on-line, e estruturas de comunicação e de apoio aos trabalhadores, estão muitas lições aos atuais e futuros líderes sindicais. Um legado de respeito e indispensável para entender o mundo do trabalho”.

Caso Busscar: assembleia geral dos trabalhadores será neste domingo (15/4)

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Oficinas Mecânicas de Joinville e Região está finalizando os detalhes para a realização da grande assembleia geral dos trabalhadores da Busscar, marcada para o próximo domingo – 15 de abril – as 9 horas no Centro Esportivo da entidade localizado na rua Rui Barbosa, 495 no bairro Costa e Silva em Joinville (SC).

O objetivo da assembleia é definir o posicionamento dos trabalhadores na futura assembleia geral dos credores da encarroçadora de ônibus que deve ser realizada durante o mês de maio próximo. Até o momento a tendência é total pelo voto não para o Plano de Recuperação Judicial apresentado pela empresa no início do ano. A Busscar não paga salários há 24 meses, e somente pediu a recuperação judicial no final de outubro do ano passado, às vésperas do início dos leiloes de bens para pagamento da dívida trabalhista, fruto de ações do Sindicato dos Mecânicos.

A escolha do Centro Esportivo visa dar mais conforto e espaço para os milhares de trabalhadores que são esperados. O local comporta entre duas a três mil pessoas em área coberta aproximadamente, sem contar a área externa que pode receber o dobro de pessoas. Reunidos ontem, diretores sindicais e a comissão de trabalhadores formada nas três reuniões preliminares promovidas pelo Sindicato nos dias 5, 7 e 17 de março passado, definiram algumas estratégias para a condução dos trabalhos.

Um edital será publicado para garantir a legalidade jurídica da assembleia, e dos atos nela aprovados, já que as decisões serão assinaladas em ata própria e entregues à Justiça formalmente. Toda a assembleia será documentada em fotos e outros formatos. Profissionais intérpretes em libras já estão contratados para que as pessoas com deficiência tenham acessibilidade a todas as informações de forma igualitária.

Várias listas de presença serão espalhadas estrategicamente no Centro Esportivo para colher assinaturas dos trabalhadores.No site do Sindicato uma campanha em pop-up já está convocando os trabalhadores desde a semana passada. Cinco mil cartas foram enviadas a todos os trabalhadores com processos ou ligados de alguma forma à Busscar. Boletins eletrônicos estão sendo disparados para convocar o máximo possível de pessoas. Para o presidente do Sindicato, Evangelista dos Santos, todos os esforços estão sendo feitos para garantir os direitos dos trabalhadores, tanto via Justiça quanto agora que está chegando a hora da decisão final sobre o futuro da Busscar.

“Nossas ações sempre foram transparentes na defesa dos direitos dos trabalhadores. Nunca pedimos ou trabalhamos pela falência da empresa, mas a própria empresa e seus acionistas percorreram o caminho errado, negaram direitos, fecharam os olhos e ouvidos aos trabalhadores, ao Sindicato e à sociedade, que apelou por mudanças na gestão, na entrada de sócios com dinheiro novo para que a produção retomasse, e os empregos fossem mantidos. Infelizmente, os trabalhadores não vivem de vento, e não podem manter suas famílias sem seus salários e direitos previstos em lei. Agora é hora de tomada de posição pelos trabalhadores, e o Sindicato está permitindo isso com a assembleia dos trabalhadores. O plano que a Busscar apresentou já recebeu o não do Sindicato, e de aproximadamente 200 credores já. Se não mudar drasticamente, a assembleia fatalmente ratificará o não no próximo domingo. Estamos com tudo organizado para uma assembleia histórica”, relatou Evangelista.

A realização da assembleia geral dos trabalhadores em um domingo visou também permitir a centenas de trabalhadores que se transferiram para outras cidades para trabalhos em outras encarroçadoras a participação na assembleia. A promoção das reuniões preliminares também foi uma decisão acertada para que em três momentos e horários distintos os trabalhadores fossem ouvidos e participassem ao máximo.

“Como é uma situação que envolve mais de cinco mil pessoas, com famílias que passaram e ainda passam por grandes dificuldades, contamos com o apoio dos meios de comunicação na divulgação da assembleia, porque é a hora da decisão e o máximo dos trabalhadores precisam participar democraticamente”, destaca o presidente Evangelista dos Santos. A diretoria do Sindicato dos Mecânicos apela a todos os trabalhadores que acessam ao site, a todos que comparecem à sede central e que leem e acompanham de alguma forma essa longa crise da Busscar para que compareçam na assembleia, e mais que isso, avise os colegas e cobrem a presença de todos na luta por seus direitos no domingo.

Agenda

O quê – Assembleia Geral dos Trabalhadores da Busscar
Quando – dia 15 de abril, domingo
Hora – 9 horas
Onde: Centro Esportivo do Sindicato dos Mecânicos – rua Rui Barbosa, 495 – Costa e Silva em Joinville (SC)
Para: decidir o posicionamento de voto e outras ações na assembleia geral de credores a ser realizada pela Justiça em maio
Informações: fone 3027.1183 ou diretamente na sede central do Sindicato, rua Luiz Niemeyer, 184 – Centro

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Trabalhadores em greve na Tupy em Joinville (SC)

Três mil trabalhadores da Fundição Tupy entraram em greve na madrugada desta segunda-feira, em Joinville, e pararam em frente à sede da empresa, no bairro Boa Vista. De acordo com o sindicato que representa a categoria, a manifestação briga por um reajuste salarial de 10,5%, enquanto a empresa oferece 6%. Os trabalhadores pedem também por melhores condições de trabalho e a revisão de valores do Prêmio de Participação nos Resultados.

Uma assembleia do sindicato está marcada para às 13h30. Segundo a assessoria de imprensa da Tupy, a diretoria está em reunião neste momento e deve emitir um comunicado oficial ainda na manhã desta segunda-feira. A última greve ocorrida na Tupy foi em 1996.  Blog do Loetz: paralisação veio da indignação dos trabalhadores

Fonte: A Notícia On Line