Busscar queria desconto na dívida com trabalhadores, Sindicato diz não!

Busscar não paga salários há 19 meses e ainda queria mais um "sacrifício" dos trabalhadores

A nota do Sindicato dos Mecânicos é mais uma pá de cal na cova em que se enfiou a Busscar, antes a grande encarroçadora de ônibus, orgulho para Joinville e o país, e que agora usa de artimanhas para adiar indefinidamente a hora de quitar o que deve aos milhares de trabalhadores que engabelou com IPI, etc, e outras cositas más. Realmente o cerco está se fechando, por pura arrogância dos acionistas, que não quiseram abrir o capital quando ainda era tempo. Agora, espera-se que venham os investidores antes que vá tudo à falência mesmo. Confira:

A diretoria do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região se reuniu e já decidiu sua posição em relação aos créditos trabalhistas que os mais de cinco mil trabalhadores da Busscar tem a receber: não aceitará qualquer proposta de redução da dívida nos processos coletivos movidos pela entidade. A posição foi tomada em virtude da divulgação feita na imprensa por representantes da empresa de que apresentaria uma proposta neste sentido.

Para o presidente do Sindicato, João Bruggmann, o sofrimento dos milhares de trabalhadores e suas famílias não pode ser esquecido, e que notícias largadas assim só servem para tentar confundir os trabalhadores. “Os trabalhadores chegaram a passar fome com suas famílias, e o Sindicato inclusive realizou campanha de arrecadação de alimentos que foi prontamente atendida pela sociedade. Eles assumiram dívidas com bancos, perderam carros, motos, estão com o nome sujo na praça, tudo por que a Busscar não pagou o que lhes era de direito. Não é justo, e seria desumano até, pedir aos trabalhadores que abram mão do que lhes devem para ajudar a empresa agora, só agora, na recuperação judicial”, afirma Bruggmann.

Ele ressalta ainda que todos deram seu suor e talento para render lucros ao negócio da Busscar, e o que receberam foi abandono, descaso, e não pagamento dos seus direitos. “E tem mais. É só olhar a lista de credores, dos trabalhadores, lá consta que a acionista majoritária e seu filho se credenciaram para receber cerca de um milhão e meio! Isso só pode ser brincadeira e de mau gosto. Mas ainda bem que agora está bem claro como se administrava a empresa”, dispara o líder sindical. A entidade lembra também que os trabalhadores tem a preferência na lista de credores, e que isso também motiva a empresa a tentar criar um fato para facilitar a negociação com outros credores maiores, como bancos, fornecedores e outros.

O Sindicato assinala ainda que não pode intervir em processos que alguns trabalhadores entraram individualmente, e que orienta a todos que não abram mão dos seus direitos, de cada centavo da dívida que está sendo apurada. “Não temos o poder de interferir nesses casos, mas orientamos a todos para que não abram mão de seus valores, porque é injusto cobrar ainda mais de quem já ficou sem nada, mas que vai receber sim, na recuperação, na falência ou em leiloes, tudo o que a empresa deve”, destaca João Bruggmann.

A posição da entidade representativa dos trabalhadores joga um balde de água fria na iniciativa midiática da Busscar via seus representantes na recuperação judicial. Para finalizar, João Bruggmann assinala também que a decisão dos acionistas da empresa em pedir a recuperação judicial só aconteceu porque o leilão do parque fabril estava com data marcada para acontecer.

“Lembramos que o leilão já tinha sido decretado, e graças às ações do Sindicato que iniciaram no início de 2010. Não fosse a ação firme do Sindicato, com grandes méritos ao nosso departamento jurídico, a novela que já virou filme longo demais, se transformaria em uma série de mau gosto, e sem fim”, conclui o presidente do Sindicato dos Mecânicos.”

Fonte: Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

 

Saiba o que é Piso Salarial e como ele é definido

Piso salarial é o menor salário pago a um trabalhador dentro de uma categoria profissional específica, formada por empregados de diversas funções num mesmo setor de atividade econômica. São exemplos de categorias profissionais os trabalhadores na área de saúde, da construção civil, transporte, metalúrgicos, têxteis, professores, bancários, comerciários etc.

Normalmente, o piso salarial é estabelecido na data-base da categoria e determinado por um acordo ou convenção coletiva de trabalho, fruto de negociação entre as partes (patrão e trabalhadores). O processo que resulta na assinatura de um acordo ou convenção coletiva – também conhecidos por instrumentos normativos – é chamado de negociação coletiva. Os acordos e convenções coletivas de trabalho estabelecem normas e compromissos entre as partes, que devem ser respeitada durante sua vigência.

Já a data-base é a data na qual os sindicatos representantes das categorias têm para, através da negociação ou ajuizamento de uma ação coletiva, requerer, rever, modificar ou extinguir normas contidas nos instrumentos normativos de sua categoria. É o mês no qual se discute o reajuste do piso salarial, por exemplo.

Outro detalhe importante é que valor do piso salarial definido para uma mesma função ou profissão pode variar conforme o estado, cidade ou mesmo empresa. Isso porque os pisos salariais definidos em acordos ou convenções coletivas de trabalho têm validade somente para os trabalhadores abrangidos por esses documentos.

O piso de um servente de obras pode ter um valor diferente em Santa Catarina, do valor fixado no Pará, por exemplo. E mesmo dentro de um Estado, o piso do servente que trabalha na capital pode ser diferente daquele definido ao que trabalha no interior. As diferenças resultam de processos de negociação independentes.

Os pisos também variam para profissões diferentes dentro de uma mesma categoria profissional. Assim, no caso dos trabalhadores na construção civil, os pisos podem ser diferenciados para pedreiros e mestres de obra, por exemplo.

Uma das reivindicações históricas do movimento sindical nos processos de negociação coletiva de trabalho é o estabelecimento de pisos salariais. A fixação de pisos, além de assegurar valores mínimos para o exercício das diversas atividades profissionais, tende a se refletir nas faixas salariais subsequentes, contribuindo para a elevação do patamar de remuneração dos trabalhadores e para a redução do leque salarial das empresas.

O piso também é da maior importância para inibir a rotatividade da mão de obra, especialmente nos postos de trabalho de menor qualificação, uma vez que desestimulam dispensas para substituição de trabalhadores por outros com salários menores.

Do Meu Salário

Busscar no aperto: Juiz determina o leilão de bens em até 45 dias

Cerco se fecha com marcação do leilão dos bens para pagamento dos trabalhadores

O juiz da 4ª. Vara do Trabalho de Joinville (SC), Nivaldo Stankiewicz, determinou a realização de leilão no prazo de 45 dias do terreno localizado na rua Otto Pfuetzenreuter, e das edificações, máquinas e equipamentos do complexo fabril da Busscar Ônibus, e mais quatro imóveis – dois em São Francisco do Sul e dois em Joinville.

Antes bloqueados, ou indisponíveis, para garantir o pagamento de salários atrasados a milhares de trabalhadores da encarroçadora de ônibus, agora os bens foram efetivamente penhorados pela Justiça para venda em leilão. Os oficiais de Justiça tem até 10 dias para as devidas notificações. Conforme consta nos autos do processo 922-10-2011.5.12.0030, os bens que receberam a proposta oficial da Caio/Induscar, tinham avaliação de pouco mais de R$ 100 milhões, e que agora serão reavaliados por Oficial de Justiça Avaliador na própria Vara do Trabalho, conforme determina o magistrado em sua decisão.

Ao mesmo tempo continuam as diligencias da Justiça por todo o país, e vários novos imóveis estão sendo indisponibilizados e penhorados, com indicação para execução e leilão. O Sindicato dos Mecânicos acredita que o processo avança para a fase final, mesmo com várias manobras da Busscar para impedir a chegada dos leilões.

“Estamos confiantes de que a justiça será feita com os milhares de abandonados e lesados pela empresa. O cerca se fecha a cada dia mais, o Juiz já marcou e determinou os procedimentos para o leilão, para arrecadar os valores necessários ao pagamento dos 18 meses de salários atrasados, já chegando ao 19º. mês, mais outros débitos. Estamos acompanhando o processo de perto, e esperamos que a empresa não surja com mais manobras para cumprir com seus deveres”, afirma o presidente João Bruggmann. Ainda segundo Bruggmann, além da Caio/Induscar que apresentou a primeira proposta oficial, indeferida por não ser o momento adequado conforme o Juiz, várias outras empresas devem se habilitar ao leilão.

“Agora vamos ver o quanto valem realmente os bens divulgados, já que a empresa se manifestou contestando o valor aproximado de R$ 90 milhões, achando que valem mais. Ora, se os valores constam do balanço, e deveriam estar corretos, afinal é documento que se entrega à credores, bancos e até Receita Federal, alguém vai ter de se explicar um pouco mais do que já precisa. Mas o que vale para os trabalhadores é, ao final, receber o que lhes é devido, e se possível que novos investidores retomem a produção, com empregos e renda para a nossa cidade”, destaca João Bruggmann.

Fonte: Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Mecânicos elegem nova direção do Sindicato com quase 98% dos votos

Bruggmann cumprimenta o presidente eleito, Evangelista dos Santos

O Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região já tem uma nova diretoria eleita para o período 2012/2016. Em votação realizada nos dias 20 e 21 de outubro (quinta e sexta-feira) com os associados aptos a participar das eleições sindicais, 97,7% dos votantes depositaram seu “sim” para a Chapa Única liderada pelo atual secretário Geral, Evangelista dos Santos, como Presidente.

A Comissão Eleitoral confirmou que o pleito foi tranqüilo durante os dois dias. O presidente João Bruggmann acompanhou de perto os trabalhos, até a apuração final que encerrou por volta das 19 horas no auditório do Sindicato dos Mecânicos no centro de Joinville. Para ele, o resultado mostra a aprovação à atual gestão que terá continuidade com renovação e ampliação da presença da base na categoria.

“Fico feliz de ver a receptividade e o apoio da categoria e dos nossos associados ao nosso trabalho, que é transparente e com grandes resultados para os companheiros. Tenho a certeza que o Evangelista vai dar continuidade à gestão, com inovações e avanços para todos. A categoria mecânica está de parabéns, e eu vou continuar firme e forte até o final do mandato deixando tudo pronto para a nova direção, da qual farei parte na secretaria de Finanças, com muito orgulho”, afirmou Bruggmann após cumprimentar o presidente eleito, Evangelista dos Santos.

João Bruggmann assumiu a direção em 1999 e recuperou a convenção coletiva, direitos sociais, ampliou serviços e convênios, investiu na comunicação social e enfrentou a crise da Busscar por duas ocasiões em 2003 e 2009/10 que está se arrastando até hoje, sem reduzir a qualidade dos serviços aos associados e dependentes.

Do site do Sindicato dos Mecânicos

Programa Hora do Trabalhador está chegando ao segundo mês, ainda mais forte!

Programa vai ao ar de segunda a sexta das 13:30 às 14 horas na Rádio Clube AM 1590

Quando os sindicatos de trabalhadores de Joinville (SC) me convidaram e motivaram a pensar um programa de rádio voltado a informar, orientar, debater, esclarecer, denunciar e dar alternativas de notícias aos milhares de homens e mulheres que dia a dia buscam o seu sustento, pensei: é preciso fazer algo diferente, bom, educativo.

Assim fui atrás de outros sindicatos laborais, que tanto pediam um espaço na mídia tradicional para trazer à luz os temas que a grande mídia não consegue. Entre várias rádios que pedi dados e espaços, a que acolheu o projeto foi a Rádio Clube AM 1590, que já foi Rádio Globo até pouco tempo atrás. Com o interesse do amigo Nilo Jr., apoio inicial de um executivo dos novos donos – que agora já são outros – andamos um pouco, mas somente em agosto, dia 8, é que estreamos, eu e Gi Rabello.

Não é fácil produzir e apresentar um programa com conteúdo rico, orientador, e mais, com entrevistas diárias sobre os mais variados temas. Temos recebido inúmeras manifestações de carinho, de audiência, de incentivo, e de retorno das nossas fontes que comparecem ao programa. Ouvintes de vários cantos nos mandam mensagens de apoio, perguntam, interagem

Ainda não temos o apoio que esperávamos dos sindicatos laborais, mas outros apoios se avizinham. Temos a força dos ouvintes, muitos, já temos prova disso. Recebemos também o incentivo do diretor da rádio, Lúcio Mauro, ele também jornalista experiente, e dos patrocinadores do horário das 13:30 às 14 horas de segunda a sexta-feira: João Bruggmann, Sindicato dos Mecânicos, e Lorival Pisetta, Sindicato da Saúde.

Caminhamos o caminho difícil do início, e agora estamos embalando nas ondas do rádio. Deixo aqui meus agradecimentos especiais aos patrocinadores, apoiadores, equipe da Rádio Clube AM 1590, entrevistados, fontes, minha amada Gi Rabello que mesmo inexperiente no meio, tem feito bonito. Obrigado a todas e todos, continuem nos seguindo no twitter e facebook, mandando emails, ouvindo diariamente o programa Hora do Trabalhador, ouvintes diários, porque vocês são a razão do nosso trabalho em rádio. Abraços do jornalista blogueiro!

Hora do Trabalhador está no ar – Obrigado a todos e todas!

Iniciei hoje uma nova fase em minha carreira na comunicação, agora produzindo e apresentando, junto com Gi Rabello, o programa Hora do Trabalhador na Rádio Clube AM 1590 em Joinville (SC) – www.radioclubejoinville.com.br – tratando de assuntos do trabalhador, seus direitos, sua saúde, oportunidades de empregos, profissões, entrevistas com lideranças, informações do mundo do trabalho para quem trabalha.

Veiculado de segunda a sexta-feira das 13:30 horas às 14 horas, a Hora do Trabalhador estreou com uma entrevista do presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região, João Bruggmann, que falou sobre sindicalismo, a luta pelos direitos trabalhistas e deu alguns dados da Busscar, que não paga salários há 16 meses. Na segunda fase do programa várias notícias sobre as categorias, esporte, direitos da mulher receber o salário maternidade mesmo desempregada formaram o primeiro programa de uma série que desejamos seja longa.

Nos próximos dias, além do Sindicato dos Mecânicos e do Sindicato da Saúde, outros sindicatos vão aderir ao projeto que visa bem informar os trabalhadores da maior cidade catarinense e região norte/nordeste, já que até hoje não havia um programa de rádio informativo com essa abrangência, feito com muita produção e profissionalismo. Você leitor do Blog também pode participar da produção do programa Hora do Trabalhador.

Escreve para o email horatrabalhador@gmail.com e nos dê suas sugestões, críticas, denúncias ou comente nossas matérias. Pelo twitter você pode nos seguir pelo endereço @Horatrabalhador, aumentando nossa interação com os ouvintes. Também pelo Facebook você pode acompanhar as pautas e o programa bastando digitar Hora do Trabalhador, e adicionar a seus amigos. É assim que pretendemos a cada dia fazer um programa leve, informativo e orientador para os ouvintes.

Finalmente, agradecimentos especiais à minha amada Gi Rabello, incansável na motivação deste jornalista para que encampasse o projeto, dedicada a dar o seu melhor na produção do programa – ela já dá apoio decisivo no Blog e nos demais trabalhos -, minha luz de todos os dias. Aos presidentes dos Sindicatos dos Mecânicos e da Saúde, João Bruggmann e Lourival Pisetta, que já apóiam a iniciativa e ajudam a construir o projeto. Aos amigos do Facebook, Twitter, e demais redes sociais pelo incentivo em tempo real.

Enfim, a todos que perto ou longe, se comunicando por diversos meios, ou mandando suas energias e força  para que tudo dê certo, minha eterna gratidão. Sem vocês todos apoiando e acreditando, faltaria o essencial: a presença ativa que a tudo faz prosperar. Força, saúde e paz a todos e todas! Conto com todos vocês no dia a dia do programa Hora do Trabalhador e neste Blog. Abraços!

CUT condena projeto que escancara a terceirização no país, e faz mobilização

Os direitos dos trabalhadores sofreram um duro golpe na quarta-feira, 8, com a aprovação pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara Federal do Projeto de Lei (PL) nº 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que regulamenta a terceirização e abre espaço para a precarização geral das relações de trabalho. 

O texto aprovado, de relatoria do deputado Silvio Costa (PTB-PE), autoriza a terceirização de todo serviço, incluindo as atividades-fim, tanto de empresas privadas quanto públicas. Além disso, estabelece a responsabilidade subsidiária para o contratante em relação às obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços.

“O PL escancara a possibilidade de terceirização de qualquer processo e etapa do trabalho, sem distinguir entre atividade fim e meio. Assim, precariza por completo as relações de trabalho no Brasil, frustra as negociações de acordos e convenções coletivas e mantém os terceirizados à margem dos direitos”, lamenta Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT e integrante do Grupo de Trabalho sobre Terceirização da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Miguel destaca que, no Brasil, a experiência do movimento sindical mostra que terceirização de serviço tem sido sinônimo de precarização dos direitos dos trabalhadores. Pesquisas do Dieese mostram que trabalhador terceirizado recebe, em média, 1/3 do que ganham os trabalhadores contratados diretamente, sem contar outros direitos que lhe são negados.

“Na prática, esse projeto nefasto propõe a desregulamentação das relações formais de trabalho, negando a CLT e toda a legislação trabalhista”, sustenta Miguel. “Ele representa praticamente o fim das categorias formais, reguladas por acordos e convenções coletivas negociadas pelos sindicatos, jogando por terra toda a história de luta dos trabalhadores. É um ataque à própria Constituição Federal, que assegura o valor social do trabalho como base estruturante da sociedade brasileira”, diz.

Tramitando na Câmara há sete anos, o projeto de Sandro Mabel enfrenta forte resistência do movimento sindical, que por várias vezes conseguiu barrar seu avanço no Legislativo. “O projeto já era muito ruim para os trabalhadores, mas as emendas incluídas pelo relatório de Silvio Costa o pioraram e muito”, ressalta Miguel.

Em entrevista à Agência Câmara, o deputado federal Vicentinho (PT-SP) critica a falta de limites estabelecida pelo PL4330/04 e promete lutar contra ele na Câmara. “Do jeito que está o projeto, tudo pode ser terceirizado. O ideal seria acabar [com a terceirização], mas, como isso não é possível, regulamentar para garantir dignidade e direitos aos trabalhadores. Por isso, a nossa posição é contrária”, afirmou Vicentinho.

Vicentinho é autor de outra proposta sobre o tema (PL 1621/07), apoiado pelo movimento sindical, que proíbe a terceirização da atividade-fim da empresa. Segundo o projeto do deputado petista, a atividade-fim só poderá ser desenvolvida por funcionários diretamente contratados, com vínculo de emprego. Além disso, determina a responsabilidade solidária entre a contratante e a prestadora do serviço pelas obrigações trabalhistas, previdenciárias e quaisquer outras decorrentes do contrato de prestação de serviço. Na avaliação de Vicentinho, isso é necessário para garantir os direitos trabalhistas do terceirizado.

A aprovação do PL na CTASP ocorreu no mesmo dia em que, após pressão das centrais sindicais, foi realizada a primeira reunião da Comissão Especial sobre Terceirização no âmbito do Congresso Nacional. “Um tema dessa complexidade precisa de um debate amplo com a sociedade antes de sua aprovação, jamais da forma como ocorreu na Comissão”, sustenta Miguel. A proposta precisa tramitar ainda na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e, se aprovada, será encaminhado para votação em plenário.

Mobilização
A CUT convoca os sindicatos para participarem de Audiência Pública sobre o tema, a ser realizada na próxima quarta-feira, dia 15, às 14h30, no plenário 13, anexo 2, da Câmara dos Deputados. No mesmo dia, às 10h, ocorre reunião do GT de Terceirização da CUT, no escritório nacional da Central, em Brasília.

Os trabalhadores discutirão o tema também com o Poder Executivo, uma vez que, em dezembro de 2009, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concluiu, a pedido do então presidente Lula, uma proposta de regulamentação da terceirização que ia em direção contrária à do PL de Sandro Mabel.

A proposta construída estabelecia, entre outras questões, o principio da responsabilidade solidária entre contratante e contratada e garantia direitos iguais de benefícios e salários entre todos os trabalhadores. “Ou seja, se as empresas quisessem terceirizar enquanto ato de gestão, poderiam fazê-lo, mas não para reduzir custo de pessoal ou precarizar o trabalho. Vamos procurar o MTE e cobrar um posicionamento do Executivo contra o projeto de Mabel”, sustenta.

O dirigente sindical considera fundamental a mobilização de toda a sociedade contra o projeto. “Empobrecer a classe trabalhadora empobrece o país como um todo e concentra renda e riqueza. O Brasil é signatário de uma Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da implementação do Trabalho Decente e este projeto vai contra esse objetivo”, conclui.

Da CUT Nacional

Sindicatos: Globalização empurra sindicatos para atuação mundial

Com a globalização das empresas, o movimento sindical sentiu a necessidade de se organizar também desta forma. Nasce assim as redes sindicais, tema abordado no Visão Trabalhista em Debate desta semana, que conta com a participação de Everaldo dos Santos, diretor do Sindicato e integrante da Rede de Trabalhadores da ArcelorMittal.

O representante da categoria explica que a ideia deste tipo de mobilização é garantir à todos os funcionários, seja de uma multinacional ou transnacional, igualdade de direitos. “Senão, a mesma empresa está gerando disparidade entre os trabalhadores”, explica.

Tendo isso como ponto de partida, a rede de trabalhadores de uma determinada empresa é constituída por dirigentes sindicais situados onde há uma fábrica da mesma. “De preferência, que esses representantes sejam também funcionários”, avalia.

Para se comunicar, esses sindicalistas utilizam a internet. “A informação flui de uma forma tão eficaz, que determinada ocorrência numa unidade na Europa, em poucas horas a gente já tem conhecimento aqui”, conta. É na web que acontece as discussões que geram encaminhamentos de articulações que podem ser, por exemplo, uma manifestação ocorrida em uma planta da empresa.

Fonte: Rafael Dias – Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.

Perfis: Valdir Moreira, o Betara – Futebol amador e sindicalismo no sangue

O sonho dele era ser jogador de futebol profissional, mas o destino o levou ao trabalho como torneiro mecânico e, finalmente, o sindicalismo. Valdir Moreira, 63 anos, é desconhecido para a grande maioria, mas o Betara, apelido e nome de guerra desde a infância – “é nome de peixe, mas nem meu pai sabia por que o chamavam assim também” -, é figura carimbada nas portas das fábricas entregando jornais, discursando em cima de caminhões de som, ou simplesmente conversando com trabalhadores e trabalhadores nas madrugadas, dividindo o café das garrafas térmicas com seus companheiros de luta.

Caxiense de coração – “coisa de família, desde pequeno” – pois nasceu na avenida Getúlio Vargas, ao lado do antigo campo do São Luiz (hoje existe o Elias Moreira no terreno), também tem paixão pelo Flamengo do Rio. Com dois anos Betara foi para a avenida Cuba, lendária região do Bucarein que foi celeiro de grandes craques do futebol joinvilense como Piava, Correca, Orlando, Tete, Giga, Helio Sestrem, Canã, Paca, Vieira e tantos outros, segundo elenca o ex-jogador de futebol amador, hoje avô de cinco netos, pai de quatro filhos com a esposa Erna, uma união que já dura quase quatro décadas.

O guerreiro atarracado, cabelos brancos e andar rápido com a inseparável pochete, lembra com saudades daqueles tempos. “Me criei jogando bola no campo do Santos, do Estrela. Vivia na casa de dona Amélia e seu Alemão, pais do Giga, Tite e Orlando, pessoas que reverencio e tenho saudades”, fala Betara. A família Moreira tem estreita ligaçao com o futebol. Jurandir Moreira, grande centroavante que jogou na Tigre, é seu primo. Betara buscou seu sonho no futebol. Jogou no Santos da avenida, Fluminense do Itaum, Juventus do Iririú, Tigre, Baependi de Jaraguá do Sul e Caxias, onde foi campeão do torneio Vera Fischer. “Jogava bem, mas não tinha cabeça. Larguei tudo e fui trabalhar como torneiro mecânico”, conta. Bola, só nas peladas das empresas e em veteranos.

Se o futebol perdeu um craque – “a turma dizia que eu jogava bem” – o sindicalismo ganhou uma liderança forte. Betara começou a trabalhar na Oficina do Jaci, foi para São Paulo trabalhar na oficina do primo. Voltou e serviu o exército, período em que jogou no extinto Guarani. Fundemaq, Kawo, Embraco, Granalha de Aço e Wetzel Tecnomecanica foram outros empregos até se aposentar, aí já alinhado ao Sindicato dos Mecânicos. “Sempre fui contestador. Uma vez demitiram colegas injustamente. Fizemos greve, e eles foram reintegrados. O Dentinho e o João Batista me colocaram na diretoria, e estou até hoje na luta”, afirma Betara.

Ele foi pegando gosto pela atividade. Em defesa dos direitos dos trabalhadores participou de várias greves, paralisações. Foi até da executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre 1995 e 98, morando em Florianópolis. “Viajei o país inteiro, fazendo política sindical. Conheci o Lula nos eventos nacionais da categoria, tenho orgulho dessa trajetória”, comenta feliz. A morte do pai, e o roubo de todos os pertences da sua casa, no Costa e Silva, o fizeram voltar para Joinville. Combativo, não poupa nem colegas quando entende que há o que discutir em favor dos trabalhadores. “Eles me respeitam”, explica, agradecendo especialmente ao atual presidente João Bruggmann, que o trouxe de volta para a direção.

Após quase 20 anos no sindicalismo, ele busca filiados para o Sindicato todos os dias. Conta que há filiados em 400 das 700 empresas da categoria. Cheio de fotos da sua história, Betara diz lamentar que os campos de futebol do São Luiz, do Santos e outros tenham sumido. “Neles é que se criavam os craques, é uma tristeza, uma decepção”. Sobre a data de parada, ele prefere não comentar, mostrando apreensão. “Estar aqui é um orgulho, uma emoção muito grande, eu amo isso aqui. Marcou minha vida”, conta emocionado, para encerrar dizendo que não tem nada melhor que conversar com os trabalhadores no dia a dia e ajudar. “Sindicalismo e futebol é assim, depois que se conhece e participa, é difícil de largar”.

* publicado na seção Perfil do Jornal Notícias do Dia Joinville – Maio de 2011

Busscar: TRT marca julgamento para 6 de julho – Sociedade espera final, final

O Tribunal Regional do Trabalho – 12a. Região – confirmou hoje a data de julgamento do recurso da Busscar contra a sentença da Justiça do Trabalho de Joinville (SC) que determinou o pagamento dos salários atrasados, o bloqueio dos bens e procedimento de leilão dos bens para satisfazer o pagamento dos salários atrasados e demais direitos trabalhistas que a empresa sonega há anos. A sessão está marcada para o dia 6 de julho no TRT às 13:30 horas. Só os salários já caminham para o 14o. mês sem pagamento, e sequer alguma informação dos acionistas Rosita Nielson (majoritária), Claudio Nielson e Fabio Nielson.

Hoje a empresa está praticamente parada, apenas se utilizando de pagamento de diárias para poucos trabalhadores – que o Sindicato investiga de onde vem os recursos – finalizarem alguns ônibus. Todos os milhares de trabalhadores buscam informações na Busscar, mas não recebem nenhum dado, nem de fechamento total, tampouco de retomada de produção, ou ainda de pagamento dos salários que a empresa lhes deve. O Ministério Público do Trabalho também está investigando os fatos, a pedido do Sindicato, e a situação é tão grave que até a Receita Federal recebe informações para acompanhar de perto a situação.

Para o presidente João Bruggmann, o Sindicato vem cumprindo sua parte nessa luta em que a má administração e a falta de respeito com os trabalhadores levou vários empregos, renda e geração de recursos para o Estado para o fundo o poço. “A ação do Sindicato bloqueando bens e direitos das empresas do Grupo, e também dos acionistas, salvou a queima do que restava, o que deixaria, aí sim, os trabalhadores sem nada a receber no final do processo. Agora, com o julgamento marcado, pelo menos saberemos os próximos passos que acreditamos ser amplamente favoráveis aos trabalhadores”, ressaltou o Presidente do Sindicato.

A Justiça do Trabalho continua a julgar os processos individualmente, decretando sentenças e já incorporando ao processo principal para pagamento dos direitos via leilões.

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região