Caso Busscar – Juiz libera R$ 40 mi para rateio entre 2.301 credores

Uma ótima notícia para os trabalhadores e trabalhadoras da falida Busscar, que foi uma das maiores fabricantes de ônibus do Brasil. Daqui 15 dias iniciam os pagamentos aos credores trabalhistas do grupo Busscar, de Joinville. A liberação dos recursos foi autorizada pela 5ª Vara Cível da Comarca de Joinville, sob a titularidade do juiz Edson Luiz de Oliveira. Em 20 de fevereiro passado, o Juiz havia liberado os R$ 40 milhões, e agora será feito o depósito em conta, dinheiro para o bolso destes trabalhadores.

Nesta etapa, serão beneficiados 2.301 ex-funcionários das empresas do grupo, que receberão seus créditos até o máximo de R$ 50.000,00. Os pagamentos serão de responsabilidade do Administrador Judicial (Instituto Professor Rainoldo Uessler), de Florianópolis, estimando-se que mais de 90% dos credores dessa classe (trabalhistas extraconcursais) terão seus créditos integralmente liquidados.

A relação dos credores beneficiados será publicada no diário oficial, em jornal de circulação local e na página do Administrador Judicial, estando também disponível no processo. O Palavra Livre compartilha aqui um link para acesso à lista. “Estamos desenvolvendo tudo quanto é possível para que os credores prioritários [os trabalhadores] sejam pagos com estes recursos. Serão 40 milhões de reais injetados na economia do Estado, nesses tempos difíceis de confinamento por conta da pandemia”, destaca o magistrado.

Má gestão e ilusionismo
O grupo Busscar, com sede em Joinville (SC) foi uma das mais importantes fabricantes de ônibus do Brasil. Como jornalista contratado para gerenciar a comunicação do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região, atividade que exerci entre os anos 2000 a 2013, vivenciei o primeiro processo de quase falência, quando a Busscar conseguiu R$ 40 milhões junto ao BNDES graças ao aval do Sindicato, lideranças políticas e boa vontade do então governo de Lula, e salvou-se por alguns anos.

A partir de 2008 a empresa começou a mostrar sinais de novos problemas financeiros. Fechados em família, a família Nielson não aceitou as inúmeras sugestões feitas inclusive pelo Sindicato dos Mecânicos, e foi afundando a empresa em decisões erráticas, gastos desnecessários, messianismo religioso dentro das fábricas, até que entrou em recuperação judicial e finalmente a falência. Milhares de trabalhadores só não passaram fome por mobilização do Sindicato junto à sociedade joinvilense, arrecadando alimentos.

Uma verdadeira guerra de comunicação foi travada contra o Sindicato, que desejava uma saída simples: que os donos vendessem suas participações para novos empreendedores, fatos que acompanhei de perto com muitos deles vindo para reuniões exaustivas. A teimosia em vender uma imagem de recuperação que nunca veio, deixou milhares sem receber salários. A foto de abertura da matéria, de autoria de Fabrizio Motta, mostra uma das assembleias de trabalhadores realizadas na sede esportiva do Sindicato em 2012, negando a proposta da Busscar. Logo a seguir seria decretada a falência. Naquele ano, os trabalhadores já estavam há dois anos sem salários.

Agora pelo menos devem receber algo neste momento duro que passamos por conta da pandemia do coronavírus que ataca a saúde das pessoas e por consequência, a economia e empregos. Dinheiro devido há anos, que chega em boa hora.

* com informações da Ascom/TJSC – Tiago Dias

Metalúrgica Duque vem atrasando salários, diz Sindicato

A Metalúrgica Duque tem até amanhã, dia 5 de fevereiro, quinto dia útil, para pagar os salários de seus trabalhadores e trabalhadoras. Já houve atrasos no pagamento em dezembro, não pagamento de férias, e o Sindicato já denunciou essa crise diante da fábrica com o caminhão de som.

A diretoria sindical também já cobrou explicações sobre os atrasos nos depósitos de FGTS e INSS, e aguarda o retorno da empresa, com urgência.

Outra ação direta do Sindicato para pressionar a empresa a cumprir seus compromissos com salários e direitos trabalhistas foi não homologar rescisões sem o devido pagamento dos débitos do FGTS.

O presidente Evangelista dos Santos avisa que a entidade espera que o comando da Duque cumpra a lei e respeite os direitos dos trabalhadores.

“Nós estamos atentos à crise por que passa a Duque, e não queremos que ela vá também ao fundo do poço como foi a Busscar, por pura falta de diálogo e tomada de decisão. De nossa parte queremos que a empresa cumpra a lei, pague em dia os salários e deposite todas as verbas, para que a credibilidade se mantenha. Caso contrário, teremos que forçosamente tomar outras medidas”, avalia o presidente do Sindicato dos Mecânicos.

Os trabalhadores da Duque podem utilizar o site do Sindicato para denunciar ou informar sobre o pagamento de salários em dia.

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Futsal dos Mecânicos para associados já com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o primeiro Campeonato de Futsal de Associados do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região. A diretoria do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região prometeu em 2011 realizar um campeonato voltado somente para os associados à entidade sindical, e agora cumpre o prometido: dia 18 de agosto inicia o primeiro campeonato de futsal dos associados ao Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região.

O Congresso Técnico deste campeonato também já tem data marcada: dia 9 de agosto no Centro Esportivo às 19 horas. As inscrições das equipes podem ser feitas junto ao Centro Esportivo do Sindicato localizado na rua Rui Barbosa, 495 no bairro Costa e Silva em Joinville (SC), e também na sede central da rua Luiz Niemeyer, 184 no centro. Mas a orientação é de que os interessados se organizem já e adiantem a formação  dos times.

Diferente da categoria Livre em que as equipes são formadas por trabalhadores sócios e não sócios, neste campeonato as equipes só podem ser formadas por atletas da categoria associados ao Sindicato dos Mecânicos. Segundo João Luiz Vieira, organizador dos campeonatos da entidade, a iniciativa visa valorizar a quem dá sustentação e apoio forte ao trabalho sindical com suas mensalidades e participação nas atividades sindicais.

“Era um pedido da categoria, dos associados, que agora decidimos realizar. Creio que teremos muitas equipes que não se formam para disputar o campeonato aberto a toda a categoria por exemplo, que é muito disputado”, revela João Luiz. Os interessados em saber mais detalhes sobre a competição podem ligar para 3027.1183 e pedir informações, ou ligar para 8804.9688 com João Luiz.

Busscar: BNDES também diz não ao Plano de Recuperação da empresa

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou na segunda ao cartório da 5ª Vara Cível de Joinville uma objeção ao plano de recuperação judicial da fabricante de carrocerias de ônibus Busscar. No documento, advogados do banco alegam que o plano não contempla o pagamento de juros e correção monetária sobre a dívida contraída pela empresa, que é de R$ 57,3 milhões. O dinheiro é resultante de um empréstimo concedido pelo banco no primeiro processo de reestruturação da empresa em 2003.

O BNDES é um dos seis credores com garantia real da Busscar, que não sofrem nenhum desconto nas dívidas. Segundo o plano de recuperação da Busscar, o pagamento da quantia devida seria feito em 96 parcelas, após uma carência de 48 meses a partir da assembleia de credores. Os únicos juros a serem pagos pela companhia começariam a ser contabilizados a partir da aprovação do plano, e com taxas de 4% ao ano sobre o valor devido. Também não é prevista correção monetária. A instituição financeira não quis se pronunciar sobre o assunto.

Além do primeiro não do BNDES, o Banco Fibra, que tem R$ 2,7 milhões a receber, também apresentou impugnação à lista de credores apresentada no final de fevereiro pelo administrador judicial do caso, Rainoldo Uessler. O prazo para questionamento se encerrou na semana passada. O cartório contabiliza 187 manifestações contrárias à listagem de dívidas do grupo. Os assessores responsáveis por reunir a documentação dizem que ainda há ofícios sendo apresentados, e que o juiz da 5ª Vara Cível, Maurício Cavalazzi Povoas, decidirá se os avalia em conjunto com os demais.

Justificativas
Passado o período de manifestações dos credores, o juiz deverá intimar a Busscar e seu administrador judicial para que exponham suas justificativas e discutam a necessidade de fazer modificações ao plano e à lista de credores. A própria Busscar apresentou 54 ofícios discordando de valores de créditos e da classificação de alguns credores.

O advogado da empresa, Euclides Ribeiro S. Júnior, diz que alguns créditos – cerca de 50 entre os 6.880 – foram classificados de forma errada. “A lei diz que temos que corrigir via impugnação de crédito. Agora o juiz decide. É praxe.” O Sindicato dos Mecânicos foi o primeiro a impugnar o Plano de Recuperação Judicial, falho, fraco e sem credibilidade. A entidade prepara agora a Assembleia Geral dos Trabalhadores para o dia 15 de abril, um domingo, às 9 horas no Centro Esportivo localizado na rua Rui Barbosa, 495 no Costa e Silva.

Matéria publicada em A Notícia, assinada por Larissa Guerra, com informações do Sindicato.

 

Busscar: Sindicato impugna outra vez a lista de credores, e denuncia – recuperação judicial não é cumprida

O departamento jurídico do Sindicato dos Mecânicos não tem um minuto de descanso desde que a crise da Busscar Ônibus iniciou. Desde a ação coletiva para pagamento dos salários atrasados, que agora vão completar dois anos, ou 24 meses sem que a empresa se envergonhe do não pagamento de salários a seus trabalhadores, e depois com as 2.214 ações individuais para pagamento das verbas rescisórias – também não pagas, por sinal – a luta é para garantir os direitos de quem já foi enganado e é injustiçado por tantas manobras.

Agora o departamento jurídico cumpre mais um passo nesse tortuoso processo da recuperação judicial da Busscar: impugnou a nova lista de credores publicada recentemente em jornal de circulação l0cal. Apesar de existir um Instituto nomeado pela Justiça, os erros persistem, e são graves. Há casos em que os valores dos trabalhadores estão pela metade. Em outros, sequer o nome aparece, mesmo que já tenham seus processos transitados em julgado.

Segundo a advogada Luiza De Bastiani, o Sindicato impugnou tudo novamente por conta dessas falhas enormes, a falta de todos os valores finalizados e calculados na Justiça do Trabalho, entre outros. “Buscamos garantir que a execução integral das ações esteja prevista na ação de recuperação judicial, ou seja, que o Juiz considere que há valores em aberto para futuro,  e também assim há transparência para o caso de existir algum comprador para essa empresa falimentar, para que não tenham surpresas depois”, explica Luiza.

Nova proposta do Sindicato já em mãos da empresa. Justiça vai receber também
O Sindicato dos Mecânicos também já reuniu a comissão de trabalhadores formada após a realização das três grandes reuniões com os trabalhadores lesados pela Busscar. Além de debater as ações que serão feitas daqui até a assembleia geral dos credores, a comissão e o Sindicato definiram entregar a contraproposta aprovada nas reuniões diretamente à empresa.

“Já entregamos a contraproposta na Busscar, para que eles não aleguem depois que não sabiam, nunca foram avisados, e todas as baboseiras que todos conhecem. Agora, se quiserem realmente negociar, mudar radicalmente esse plano que apresentaram, ainda há tempo. Depois pode ser tarde demais”, revela o presidente Evangelista dos Santos.

A mesma contraproposta aprovada pelas reuniões dos trabalhadores, via Sindicato dos Mecânicos, também será protocolada na Justiça para juntada ao processo de recuperação judicial em questão, para que fique mais uma vez demonstrada a lisura e a responsabilidade com que os trabalhadores vem tratando a questão, diferente das atitudes e ações da Busscar. Não há data definida para que isso aconteça.

Apropriação indébita, dupla ilegalidade
Também no ato das impugnações a essa nova lista apresentada pelo administrador judicial e Busscar, novamente fraude à lei é o que se vê no que se refere à dívida com o Sindicato dos Mecânicos. Até o dia 31 de outubro, quando conseguiram a saída da Recuperação Judicial, a Busscar devia à entidade sindical quase R$ 1,4 milhão, ou seja, um milhão e quatrocentos mil reais.

Esse valor corresponde a mensalidades, imposto sindical, convênios e benefícios, e note-se, a dívida vem desde 2009. Ou seja, antes do início da grande crise de 2010 que se arrasta até agora. Não bastasse isso, descontar da folha de pagamento dos trabalhadores – crime um – e não repassar ao Sindicato que é quem paga os convênios e benefícios – crime dois – a empresa consegue que o administrador judicial coloque a dívida não como trabalhista, e sim como quirografãria!

Um débito claro, cristalino e com origem sim de crédito trabalhista, ou seja, que deve estar na classe um dos credores, foi colocado como sem garantias reais – pasmem – apesar de claramente ser oriundos de verbas trabalhistas, e imposto sindical, previsto em lei. “Esperamos que também neste caso haja justiça”, destaca o presidente Evangelista dos Santos, que acredita na mudança de quadro de credores, qualificando o débito como trabalhista.

Recuperação Judicial não é cumprida
Outra medida que o Sindicato decidiu tomar é cobrar a apresentação da prestação de contas desde que foi decretada a recuperação judicial da empresa em 31 de outubro de 2011. Desde então a Justiça liberou – completamente fora do que prevê a Lei de Falências – um terreno que rendeu R$ 7 milhões à empresa, e que dizem, foi utilizado para produzir ônibus – não se sabem nem quantos, nem quando foram feitos, e tampouco quanto “renderam” de lucros.

“Onde estão os recursos desta liberação do terreno? Pagaram salários? Pagaram FGTS, INSS, impostos? Queremos saber em nome dos trabalhadores que não recebem nada há dois anos”, cobra o presidente Evangelista. Quem têm de dar satisfações é o administrador judicial e a empresa, de forma urgente.

“Desde novembro, então, como prevê a Lei, a Busscar paralisou as dívidas que tinha até 31 de outubro, e teria que manter salários e todas as outras obrigações em dia. Ou então paralisar a fábrica para não gerar mais passivo. Se não estiver cumprindo a lei, não existe nenhuma recuperação em andamento”, critica Evangelista.

O Sindicato vai aguardar os dados para decidir novos passos, sempre na luta para que os direitos dos trabalhadores sejam resguardados. “Como já dissemos, queremos a empresa recuperada, mas com novos sócios, investidores e dinheiro novo, novas práticas de gestão que deem sustentabilidade ao negócio, aos empregos. Desse jeito que aí está não há credibilidade alguma”, afirma o presidente.

Assembleia Geral dos Trabalhadores no dia 15 de abril
Com tantas atividades em andamento, o Sindicato pretende também conversar com o Ministério do Trabalho, e Ministério Público do Trabalho em relação a essas atitudes. A intenção é se cercar de todas as garantias possíveis para os trabalhadores.

Por outro lado, a diretoria trabalha também junto com a comissão de trabalhadores para que todos os trabalhadores com algum processo, ou ainda ligados à Busscar, compareçam na grande Assembleia Geral dos Trabalhadores prevista para o dia 15 de abril, um domingo, às 9 horas no Centro Esportivo do Sindicato, localizado na rua Rui Barbosa, 495 no bairro Costa e Silva.

Nesta Assembleia os trabalhadores vão discutir, debater e aprovar a forma que o Sindicato vai representa-los na assembleia geral dos credores, inclusive com a possível votação em nome dos trabalhadores com procurações delegadas à entidade, revela o departamento jurídico. “Queremos todos os trabalhadores na nossa grande assembleia geral dia 15 de abril, e depois, todos também na assembleia geral dos credores. Que fique claro aos trabalhadores: quem estiver presente vai votar, e decidir, por todos! Depois não adianta chorar, é hora de participar”, avisa o presidente Evangelista dos Santos.

Toda uma programação está sendo montada especialmente para esse dia, e também até o dia da grande assembleia geral dos credores, que o Sindicato contesta e vai contestar até o fim para que seja feita em local neutro, e com votação secreta por cédulas, evitando fraudes e confusões. O Sindicato também pede a todos os trabalhadores com processos, ou não, para que se cadastrem no site para receber informações por boletim eletrônico, e informem seus emails pessoais para a o departamento jurídico via fone ou mesmo email para juridico@sindmecanicos.org.br.

Para ainda manter clara a contraproposta que foi construida pelos trabalhadores nas três grandes reuniões, segue abaixo ela na íntegra. Logo depois seguem também os 20 motivos que levaram ao Sindicato pedir a impugnação do Plano de Recuperação Judicial que a Busscar apresentou. Confiram:

Abaixo segue a proposta do Sindicato dos Mecânicos e trabalhadores:

1 – Garantir o pagamento integral de todos os créditos, sem descontos

2 – Dar tratamento igual a todos os trabalhadores quanto ao valor e critério de pagamentos

3 – Pagamento de 50% do valor devido em até 30 dias após a possível aprovação do Plano; os 50% restantes em 12 parcelas, com correção, como manda a lei de recuperação.

4 – Garantir que o patrimônio do Grupo Busscar e de acionistas não seja vendido ou liberado até que estejam pagas todas as dívidas trabalhistas

5 – Criação do Conselho de Administração da empresa com a inclusão de representantes dos trabalhadores e do Sindicato, com poder de voto e veto

6 – Realização da assembleia geral de credores em local neutro, e jamais nas dependências da empresa, afinal ela é ré no processo

7 – Votação deve ser realizada de forma secreta, em cédulas, e com fiscalização rígida. Processo eletrônico é falível e suspeito por não ser auditado, nem conhecido

Sobre a impugnação ao Plano de Recuperação Judicial da Busscar, veja abaixo quais os itens que derrubam e mostram a fraqueza e inviabilidade do mesmo:

São 20 objeções divididas em duas impugnações que em resumo, apresentam o seguinte:

a) Não há menção de saída da família Nielsen da administração da sociedade;

b) Plano de alcançar boas margens (24,7% em 2014) deve estar atrelado à pratica de preços do mercado. Ocorre que o plano desconsidera o fato de que o produto está desatualizado e que o market share perdido já foi ocupado por concorrentes;

c) Plano baseado em operação com a Guatemala, o qual não tem perspectiva imediata de retomada dos embarques, a curto prazo. No plano esta operação representa mais de 70% da produção de 2012;

d) Credores são novamente convidados a bancar a operação com descontos, carências e taxas de juros subsidiadas, que reduzem seu crédito para até 15% do valor de face (aplicando-se o ajuste a valor presente);

e) O plano concede tratamento diferenciado para credores de mesma classe;

f) O plano de pagamento aos credores trabalhistas em prazo superior a 1 ano, em violação ao art. 54 da Lei de Falências;

g) Não há plano para pagamento da dívida tributária, na monta de aproximadamente R$ 477 milhões, sendo que os programas de parcelamento do Governo se estendem a no máximo 60 meses, gerando um comprometimento de receita mensal superior a R$ 5 milhões;

h) A administração da sociedade ainda acredita na obtenção do crédito prêmio de IPI em relação às exportações após 1990, ainda que em descompasso com inúmeras decisões judiciais, inclusive do STF;

i) Com a aprovação do plano, a Administração ficará autorizada a vender ativos (imóveis, Tecnofibras, etc) que hoje são a garantia dos credores;

j) Mantendo o mesmo estilo de gestão do passado, a empresa não alcançará as margens planejadas, e consumirá o capital de giro eventualmente aportado ou obtido com as alienações;

k) A situação ficará pior que está atualmente, pois não mais se terá os ativos para garantia do pagamento dos débitos;

l) Na realidade, serão os mesmos atores, no mesmo cenário, realizando as mesmas ações, bancados pelos credores, que ao final, além de não receberem seus créditos, estarão sem bens passíveis de garantí-los;

Do Sindicato dos Mecânicos

Busscar: Sindicato convoca trabalhadores para reunião no sábado (17/3)

Presidente Evangelista dos Santos pede presença maciça na reunião e já convoca para a assembleia geral de trabalhadores dia 15 de abril

O Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região está convocando todos os trabalhadores da Busscar Ônibus, vinculados ou não, para participar da última grande reunião sobre a crise da empresa e da posição a ser tomada na futura assembleia geral de credores da recuperação judicial. Nas duas primeiras reuniões, nos dias 5 e 7 de março passado, cerca de 500 pessoas compareceram e ajudaram a discutir e decidir novas posições. Uma delas, a proposta de pagamento de 50% do que a empresa deve à vista, e o restante em até 12 parcelas, como manda a lei da recuperação judicial. E que seja criado um conselho de administração com a presença de trabalhadores e do Sindicato, com assento e com poderes para fiscalizar, e participar ativamente de uma nova gestão.

A reunião está marcada para sábado, dia 17 de março, as 9 horas na sede central do Sindicato dos Mecânicos – rua Luiz Niemeyer, 184 – com a presença da diretoria sindical, departamento jurídico, advogados de processos externos aos do Sindicato. Após essa grande reunião, haverá a grande assembleia geral dos trabalhadores para decidir na totalidade os temas da crise da Busscar. Ou seja, como votará o Sindicato na questão, se os trabalhadores irão delegar poderes ao Sindicato para que votem em seu nome na assembleia dos credores, e todas as possíveis posições a ser tomadas no dia fatídico para os direitos dos trabalhadores que não recebem há 23 meses.

Nova lista de credores – Divida de gerentes não aumenta! Estarão recebendo?
Uma nova lista de credores da Busscar foi divulgada hoje (14/3) em apenas um jornal da cidade, o Notícias do Dia, e também no Diário Oficial, colocando a dívida daquela que já foi a segunda maior encarroçadora de ônibus do país no valor de quase R$ 870 milhões, sem contar a dívida fiscal – com impostos, governo, etc . Portanto, a Busscar tem hoje uma dívida total aproximada de R$ 1,6 bilhão! Isso mesmo, uma dívida impagável para quem estivesse na ativa, forte, com dinheiro em caixa, quem dirá para uma empresa que apresenta um Plano de Recuperação Judicial fajuto, fraco, sem qualquer embasamento técnico responsável.

Analisando a nova lista, o Sindicato encontrou mais um dos motivos que colocam a Busscar sempre em suspeição, e sem qualquer credibilidade. Comparando as listas, nota-se que os cargos gerenciais não tiveram qualquer alteração nos valores que tem a receber da empresa. Nem para baixo, nem para cima esses valores alteraram. O que se presume é que portanto estão recebendo normalmente seus salários, bons salários, enquanto milhares estão sem receber há 23 meses, e outros ainda se entregam para a prática ilegal e imoral das diárias.

Para o presidente Evangelista dos Santos, é fundamental que os trabalhadores participem da reunião do próximo sábado, e que mobilizem seus amigos e colegas ligados ou não à empresa para participar também da grande assembleia geral dos trabalhadores no dia 15 de abril, domingo, 9 horas no Centro Esportivo do Sindicato na rua Rui Barbosa, 495 no Costa e Silva.

“Esse plano de recuperação que apresentaram nasceu morto, não existe mais para nós e para vários credores. Os trabalhadores que vieram as duas primeira reuniões ficaram bem informados, e se prontificaram a repassar aos outros colegas a importância de participar. Já impugnamos esse plano, vamos agora ver essa nova lista para verificar novos erros, se existem, e mais, apresentaremos uma nova proposta para que eles não possam dizer que não tentamos, mais uma vez. Esperamos a todos na grande reunião de sábado”, afirma Evangelista.

Do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Sindicato dos Mecânicos tem eleição nos dias 20 e 21 de outubro

As eleições para eleger a nova diretoria do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região para o período 2012/2016 vão acontecer esta semana dias 20 e 21 de outubro, próximas quinta e sexta-feira. Urnas itinerantes percorrerão as fábricas e empresas coletando os votos dos associados ao Sindicato, com mais de seis meses de filiação e com obrigações em dia com a entidade, os únicos habilitados a votar para a direção sindical. Após o período legal para inscrições de chapas ter sido encerrado, apenas a Chapa 1 – Renovando, Avançando e Conquistando foi inscrita e habilitada a ser votada pelos sócios.

 Evangelista dos Santos, atual secretário Geral do Sindicato, é o candidato a Presidente, tendo como secretário de Finanças o atual presidente, João Bruggmann, que permanece na administração com toda a experiência em três mandatos como Presidente. A renovação da atual direção foi de quase 60%, para dar mais espaço a dirigentes de base de várias empresas. A nova direção será eleita agora, mas assume o mandato em março de 2012. A categoria mecânica congrega cerca de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras em aproximadamente 500 empresas em Joinville e região. O Sindicato dos Mecânicos é uma das mais importantes entidades representativas dos trabalhadores em todo o estado de Santa Catarina e é filiado à CUT.

Estrutura
Sediado em Joinville, possui uma sub-sede em São Bento do Sul para atender ao Planalto Norte, e oferece uma excelente infraestrutura de atendimento aos cerca de três mil associados e dependentes, com inúmeros convênios em todas as áreas, médicos, dentistas, advogados, centro esportivo e recreativo, colônia de férias na praia, entre outros benefícios. Sob o comando do atual presidente João Bruggmann, a aprovação da direção superou os 80% em pesquisa realizada. Para dar o novo salto de modernidade na direção houve a renovação nos quadros diretivos, ampliando os diretores na base em várias empresas menores da categoria, abrindo espaço para novas lideranças.

O atual presidente com mandato até março de 2012, João Bruggmann, será o secretário de Finanças da entidade, como registrado na Chapa 1. Para Bruggmann, que teve a iniciativa de deixar a Presidência para renovar e dar oportunidade aos mais novos, o Sindicato ficará ainda mais forte e sintonizado com o que a sociedade e trabalhadores esperam. “Se dependesse dos companheiros eu deveria ser reconduzido, mas entendi que se deve dar lugar e renovar. Vou para a secretaria de Finanças, mas ajudando e transferindo minha experiência ao Evangelista, grande companheiro que saberá continuar a boa gestão em nossa entidade”, declara.

Sindicato dos Mecânicos