Kennedy ou Udo? Você decide no domingo

Vamos ao que interessa. Domingo, 28 de outubro, vamos eleger o novo Prefeito de Joinville, maior cidade catarinense, maior PIB, maior isso e aquilo, mas ainda menor em representatividade política (onde estão nossos deputados quando o caos na saúde se instala?), em obras e ações fundamentais na infraestrutura, lazer, cultura e por aí afora. Participar desse momento cívico, cidadão, é mais que uma obrigação, uma necessidade porque influi diretamente no que queremos para a nossa vida. Sim, porque vivemos na cidade, com mais 600 mil pessoas que a constroem dia após dia. Como disse, vamos ao que interessa, analisar o momento dos dois nomes postos, Kennedy Nunes (PSD – 55) e Udo Döhler (PMDB – 15).

Kennedy Nunes se notabilizou politicamente como vários outros na política, usando o microfone do rádio, e depois na televisão. Nesta carreira, e com base na oratória e rituais utilizados no segmento evangélico, o jovem ocupou espaços na mídia, e logo foi alçado a um cargo público na administração de Freitag em 1993 como Secretário do Desenvolvimento Comunitário, depois vereador assumindo a cadeira em 1998, se reelegendo em 2000. Concorreu a Prefeito em 2004 e 2008, e entre essas duas eleições, conseguiu ser eleito deputado estadual em 2006, se reelegendo em 2010, cujo mandato cumpre no momento.

Carismático, dominando todos os macetes da comunicação como poucos, sempre teve como objetivo chegar à Prefeitura. Nesta eleição, após passar por PMDB,  PFL, DEM, PP e agora PSD do governador Raimundo Colombo, Kennedy chega ao segundo turno embalado por uma retórica de renovação no atual quadro político. De mudar as coisas como estão. Atacou todos os postulantes ao cargo, como já o fez nas eleições anteriores, mas nesta buscou a estratégia desde o seu desembarque do governo Carlito no início de 2009. Desconstruir a imagem do petista foi sua obsessão. Falando sobre mentiras de Carlito sobre baixar tarifas de água e transporte coletivo, ele se colocou como alternativa inovadora. Os resultados do primeiro turno mostram que conseguiu seu intento. Mas aí veio o segundo turno.

Franco favorito, o deputado pessedista recebeu imediatamente o apoio do ex-prefeito e deputado federal Marco Tebaldi do PSDB, derrotado fragorosamente nas urnas, onde ficou em quarto lugar. E logo em seguida, a cúpula do PT, sob o comando de Carlito Merss, levou o diretório a declarar apoio a Kennedy Nunes, o seu algoz durante quatro anos. O discurso da renovação e mudança empunhados por Kennedy começaram a ser rebatidos, afinal, como pode ser o novo se já está há mais de 20 anos na política, e agregando aos dois prefeitos que já passaram pela administração municipal, e que neste pleito foram reprovados pelas urnas?

Kennedy Nunes chega na reta final já não tão favorito quanto há três semanas, sendo desconstruído naquilo que ele mais domina: a comunicação e sua imagem. E as pesquisas apontam sua queda progressiva, resta saber se a diferença será mantida até às 17 horas de domingo.

Udo Döhler é um empresário reconhecido, com mais de 70 anos de idade, e sempre envolvido na política de forma mais distante, e jamais enfrentou as urnas. Teve o nome várias vezes apontado como possível candidato a Prefeito, mas essa é a primeira vez que disputa uma eleição. Descendente de alemães, dono de uma indústria centenária, se notabilizou comandando a Associação Empresarial de Joinville, a ACIJ, por cinco vezes. Ocupou a presidência da Fundamas, órgão da Prefeitura, há 40 anos. Essa é sua experiência no setor público mais relevante. Sempre foi voz forte comunitariamente, comandando várias campanhas institucionais pela cidade, como a vinda da Ufsc, novas empresas, e sempre foi crítico da lentidão no setor público.

Foi filiado ao PL, que hoje é o PR. Convidado pelo senador Luiz Henrique, acabou filiando-se ao PMDB em 2011 já no projeto do partido de reconquistar a maior Prefeitura do estado. O PMDB compôs o governo Carlito até o início de 2011, quando entregou os cargos e definiu o seu projeto. De lá para cá, Udo foi construindo seu caminho, e também as  coligações possíveis. Como novato na política – apesar da idade – teve dificuldades no primeiro turno, mas com a força partidária e o interesse do eleitor em mudar a administração, acabou surpreendendo Marco Tebaldi e Carlito Merss e chegou ao segundo turno. Mesmo com um também surpreendente ataque petista com o vídeo da mulher amarrada.

No segundo turno, Udo não recebeu o apoio que se previa do PT. Pelo contrário, não só não veio o PT do Governo Carlito Merss, quanto também não veio o PSDB de Tebaldi. Outra dificuldade do peemedebista foi enfrentar um adversário formado na comunicação, mas o que se viu até aqui foi um avanço considerável na performance de Udo Döhler em debates, entrevistas e sabatinas. Administrador, sentiu-se seguro quando os temas chegaram na gestão. E diferente do que se pensava, sua campanha cresceu e as pesquisas mostram que já há empate técnico com Kennedy Nunes.

Enfrentando as urnas pela primeira vez, com um adversário forte e calejado na arena política, acusações de racismo, maus tratos a trabalhadores, de subordinação ao seu padrinho político Luiz Henrique da Silveira, Udo Döhler chega forte na reta final, cujo resultado é imprevisível, e a diferença será muito pequena. Se a subida nas pesquisas se refletirá nas urnas, domingo saberemos.

Dito isso sobre os dois candidatos a Prefeitura de Joinville, é certo que a empreitada das últimas 48 horas será duríssima para os cardíacos de ambos os lados. Eu já decidi meu voto há muito tempo. Você leitor, se ainda não fez a sua, aproveite nossas considerações aqui no Palavra Livre, converse, discuta, veja novamente quem é quem, suas propostas, se factíveis ou não, e decida seu voto com independência e consciência. Você merece, Joinville merece. Boa sorte à Udo Döhler e Kennedy Nunes. Bom voto a todas e todos!

PSOL repudia campanha de Kennedy Nunes por uso indevido da logo partidária

A campanha de Kennedy Nunes recebeu repúdio do PSOL, por uso indevido da imagem do partido em materiais gráficos de campanha. Segundo o partido, a campanha do PSD produziu adesivos tentando induzir o eleitor de que os simpatizantes do PSOL – 50 votam no segundo turno no PSD 55. A nota, dura, mostra que a campanha eleitoral do segundo turno toma rumos mais agressivos, e jogadas de todos os lados. Confira abaixo a nota oficial do PSOL:

” O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vem, por meio desta, esclarecer à sociedade joinvilense sobre a utilização de logomarcas do nosso partido, assim como a menções explícitas no horário eleitoral, na campanha de Kennedy Nunes (PSD) à Prefeitura de Joinville.

Por meio das redes sociais, chegaram-nos registros fotográficos de que a campanha de Kennedy Nunes produziu pelo menos 200 adesivos perfurados, que estão sendo utilizados em veículos, com os dizeres “Votei 50. Agora voto 55”. Além de se apropriar sem autorização de uma logotipo do PSOL com o número 50, utilizada na campanha municipal de Florianópolis, a campanha do candidato tenta, indevida e irresponsavelmente, associar a sua imagem à do PSOL.

Portanto, o PSOL esclarece à sociedade:

1. Conforme declaramos em 11 de outubro, o PSOL indica o voto nulo neste segundo turno aos seus filiados, por entender que nenhum dos dois candidatos representa um projeto que vá de acordo com o interesse da maiora da população joinvilense.

2. Não autorizamos e repudiamos a utilização de logotipos do PSOL na campanha de Kennedy Nunes. Para nós do PSOL, este tipo de prática revela uma ação de tremendo mau caratismo por parte da campanha do PSD.

3. Procuraremos a via judicial, se necessário, para que todo o material de propaganda que vincule o PSOL ao PSD seja recolhido das ruas e tenha sua utilização vetada pela Justiça Eleitoral.

Joinville, 18 de outubro de 2012

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) Joinville

PT Joinville: do auge ao abismo em quatro anos

Nunca antes na história deste país se fez algo parecido. Lutar durante três décadas para chegar ao poder, e em apenas quatro anos, desabar abismo abaixo. Sim, falo do PT joinvilense, único, da gema, que conseguiu a proeza de conquistar a Prefeitura após várias tentativas, e em apenas um mandato, rasgar a sua estrela relegando milhares de militantes à desgraça (fala deles, não minha, ok?) do apoio fechado e anunciado à Kennedy Nunes, ex-PMDB, ex-PFL, ex-PP, e agora por enquanto do PSD.

Carlito Merss preparou-se durante anos para o momento de assumir o comando da maior cidade catarinense. Ocupou espaços preciosos na Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, atuou com desenvoltura no governo Lula. Ao chegar ao governo em 2009 levou consigo a esperança de tempos diferentes na velha, conservadora e dependente Joinville. Mas aí começa a derrocada. Erros sobre erros de gestão, da comunicação (essa então, mereceria capítulo à parte!), de habilidade política.

Seu grupo de apoio, conhecido como o núcleo “duro”, hoje sabe-se que não tao duro assim ao ponto de capitular para o algoz do governo petista, passou a exigir currículos de companheiros. A enxergar um espião em cada cargo aliado. A calcular números de dívidas que jamais se confirmaram. A virar as costas para amigos, simpatizantes, companheiros de partido. Até conseguirem perder aliados como o PMDB em primeiro lugar, PR mais à frente com a divisão entre grupos, e finalmente com o PDT.

A incompetência na gestão política, e a péssima comunicação institucional do governo, e a falta da mesma comunicação para proteger a sua estrela maior, Carlito Merss, selaram a receita infalível para a derrocada final, que veio com o pedido, aceito, da cassação da candidatura petista por erro crasso de gestão do orçamento em ano eleitoral. A partir daí começam a procurar os culpados. Estariam eles na mídia? Ou talvez nos outros partidos? Ou mesmo no povo, que não compreende nada? Não conseguem enxergar o óbvio.

Se há culpados dessa derrocada histórica para o PT (olhem que Lula e Dilma estão aí para mostrar como se faz…), são os mesmos que rodeiam o atual Prefeito, que agora lastimavelmente se mostra mais uma vez fraco diante do tal “núcleo duro”, agora envolto com fisiologismos de toda ordem, sob o manto de “continuidade” do governo, etc, e tal. Ora bolas gente, o povo negou essa continuidade! O povo negou ficha suja para o comando da Prefeitura! O povo quer algo diferente, mesmo que agora a escolha em segundo turno seja muito dura. Difícil. Imprevisível.

Ao povo joinvilense agora, o que se pede é atenção, muita atenção. Não há nada novo no segundo turno, é verdade, o não é? Kennedy Nunes é o novo velho na política. Vive dela há mais de 20 anos! Udo é o velho novo que busca um lugar na história da cidade onde nasceu. Um político carreirista, carismático, adepto à demagogia, com base no eleitorado suscetível à religiosidade. Outro, empresário com fama de durão, gestor, sem carisma, com um eleitorado forjado à imagem e semelhança do PMDB e seu comandante máximo LHS, e em sua primeira eleição. Vejam o quanto é difícil a decisão no dia 28 de outubro. Mas vote, vote pelo melhor.

E ao PT, o que sobra? Na modesta opinião deste jornalista que atua e cobre política há 20 anos, é preciso renovar radicalmente a condução do partido. Para retirar a estrela do abismo, amassada, rasgada e espicaçada pelo tombo, é preciso mais que lideranças do arco A, ou B. Será preciso um momento com caras novas, com vontade de reconstruir e fazer partido, como no início desse partido popular. Para isso, talvez seja preciso mais uma derrota. Os militantes dos bairros irão dizer se querem salvar sua estrela para defender Dilma em 2014, ou atirá-la nos braços dos mesmos, sob a tutela de outros.

Ah, e antes que me atirem pedras por todos os lados e redes sociais: ouçam com carinho o que as urnas disseram. Elas são extremamente sábias.

Eleições 2012: Pesquisas, pesquisas… a melhor pesquisa é a sua

Tenho recebido diversas pesquisas eleitorais. Algumas quantitativas, outras qualitativas. Dizem os especialistas que cada pesquisa é o “retrato do momento”. Mas que retratos são esses, quais equipamentos que fotografam esses momentos, de quais pontos de vista são focados esses retratos? E cá para nós, pesquisas com quatro pontos percentuais de erro para cima ou para baixo, é no mínimo, bisonha. Até porque se o candidato A tiver 25 pontos, e o B 16 pontos, com erro dessa magnitude o A e o B estão empatados, tecnicamente falando, porque o A vem para 20, e o B vai para 20! Portanto, pesquisas são pesquisas, e tão somente tem o poder de observação por parte de quem organiza a campanha de cada candidato. Agora, elas podem ser utilizadas, manipuladas a bel prazer de quem quiser. Depende o ponto de vista, a forma que se quer dar “ao retrato do momento”.

Dessas últimas pesquisas, não vejo nada para se analisar tão profundamente. Mais forte que isso é conversar com as pessoas nas ruas. Com várias delas. De alta e baixa renda. Do povão ou do saguão dos salões de high society. Do cuidador das ruas ao professor, do intelectual ao operário das fábricas. E por aí muitos políticos poderiam acertar as suas estratégias eleitorais, já que as estratégias de governo ou de sua atuação parlamentar podem não ter dado muito certo. Dos atuais pré-candidatos a prefeito de Joinville, a maior cidade catarinense, poucos acertam estratégias. Alguns acertam nas ações de marketing e atividades partidárias. Outros não acertam nem uma, nem outra.

O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB) tem a seu favor o fato de ter sido despejado da secretaria de Estado da Educação, o que lhe colocou como vítima aos olhos dos joinvilenses. Tem também a seu favor uma equipe que trabalha duro, corre atrás pelos bairros, e consegue fazer bem o seu marketing. Em que pese a tv com os programas eleitorais gratuitos terem sido uma alavanca e tanto, Tebaldi também foi o último Prefeito, o que ainda oferece a ele uma boa lembrança de imagem. Com a eleição na rua, os adversários vão lembrar de algumas “ações” de seu governo que nem sempre trouxeram simpatia ao deputado federal. Mas é certo que pode sim estar na ponta no atual “retrato”.

O prefeito Carlito Merss (PT), já comentei aqui, conseguiu a proeza de estar a frente da máquina municipal e não saber o que fazer com ela. Nem tanto pela figura de Carlito, homem público experiente no parlamento e diretamente ligado ao governo federal, estrela que chegou a ser até como relator do Orçamento da União. Mas muito pela equipe inexperiente, que foi incompetente na ação de governo, e também na ação política. Na comunicação, nem se fala. Até hoje não se tem claro qual a marca desse governo petista, o primeiro em Joinville. Isso aliado a um governo que tem em várias secretarias gestores fracos tanto administrativa quanto politicamente, colocam Merss realmente com uma rejeição preocupante, que como já disse, dá para se auferir conversando nas ruas. Carlito é simpático, mas grande parte dos seus mais próximos são de uma antipatia que se espraiou pelo governo. O resultado é esse. Quem sabe ainda dá para recuperar com muita propaganda. Mas não será fácil.

Já outro partidão, o PMDB, está como um cargueiro abarrotado, antigo, com motor claudicante e hélices que não conseguem fazer alçar voo. Udo Döhler até tem boa vontade, anda animado com as andanças, mas definitivamente não consegue ter a empatia necessária com o povão, que é quem decide eleição. Marcado como empresário que sempre dominou a cena em favor de quem tem mais na ACIJ, Udo é aposta do senador LHS, grande coronel da política do norte catarinense. E isso não é desprezível diante do cartel vitorioso que Luiz Henrique ostenta, mesmo tendo perdido a eleição municipal em 2008 com Mauro Mariani. Mariani, aliás, que grande parte dos joinvilenses simpatizaram e muito, e que não entenderam seu afastamento para a entrada de Udo Döhler na disputa. O PMDB teria mais chances com o atual deputado federal do que com Udo. A máquina eleitoral peemedebista já não é mais a mesma de outrora, até porque renovação não houve nas lideranças, algo fundamental para o fortalecimento de um partido. Udo Döhler já superou os 70, LHS também… mas a colocação dele deve mesmo estar entre quarto e quinto lugar hoje. Nada bom.

Kennedy Nunes, do PSD, tenta ser sempre o novo na eleição. Mas já é velho na política, e também na demagogia. Demagogia essa que atrapalha muito os seus planos de se tornar Prefeito. Conservador, o eleitorado joinvilense não gosta de apostar em muito falatório e pouca ação. Aliás, Nunes é deputado estadual governista, assim como Darci de Matos seu correligionário, e Nilson Gonçalves do PSDB, todos que até agora não disseram a que vieram para a cidade. Muita retórica e pouca ação. Kennedy tem a seu favor a comunicação, no qual é mestre. Mas vai lhe faltar tempo de tv, apoios partidários porque ninguém confia muito em quem já deixou para trás o atual Prefeito Carlito Merss logo no início de seu governo em 2009, após ter sido o maior defensor do petista e ser o único, e primeiro, a subir no palanque da vitória. E a estrutura passa também por recursos financeiros, e o exército nas ruas. Kennedy, a continuar assim, vai novamente assustar para morrer na praia logo mais a frente. Mas  a corrida, ou a natação, é longa, e quem sabe as coisas mudam.

Os demais pré-candidatos não tem muita projeção nesse momento. Dr. Xuxo (PR), Leonel Camasão (PSOL), Rodrigo Coelho (PDT), Rogério Novaes (PV), Sandro Silva (PPS), Valmiro Freitag (PTN), estão mais para composições para vices, ou para compor alianças e entregar seus tempos de tv do que propriamente para disputar eleição. Apenas Camasão, pela postura do seu partido, vai realmente disputar mesmo que de forma desigual financeiramente. Os demais serão ou coadjuvantes de luxo, ou figuras que um dia tentaram ser candidatos. Sandro Silva por exemplo agora é deputado estadual sem ter vencido eleição. Como suplente assumiu por alguma ingerência política visando composição agora. Mas é lembradíssimo como o primeiro vereador negro a ser eleito, e o primeiro também a renunciar ao mandato deixando cinco mil eleitores órfãos.

Por isso minha gente, pesquisas são somente pesquisas. Não há novidades na eleição de Joinville, porque os atores são já muito conhecidos. Cabe aos eleitores perceberem além de pesquisas, programas eleitorais e visitas de cabos eleitorais pedindo voto, o que cada um representou e representa para a cidade. A quem são ligados, a quem defendem, quais interesses defendem? Capital ou trabalho? Empresário ou trabalhador? Minorias ou maiorias? Grandes empresários ou operários e empreendedores? O que pensam eles pelo futuro da cidade? Será muito bom também lembrar do que foi anunciado que foi feito, e que na verdade anda caindo na cabeça de estudantes, ou quebrando carros em buracos pelas ruas. Mais que pesquisas, é melhor pesquisas seus candidatos, suas histórias e suas ligações – perigosas, ou nem tanto.

Eleições 2012: política joinvilense não se renova e não empolga eleitores

Há menos de cinco meses das eleições municipais em todo o país, o atual cenário político novamente tomado por denúncias de corrupção, Cachoeiras, propinas, prisões preventivas, CPIs, cansam a sociedade brasileira. Some-se a esses fatos os aumentos auto-concedidos aos políticos, com supersalários e superestruturas de assessoria e manutenção pagas com dinheiro público, o que se vê é um marasmo total, um desencanto cada vez maior com a classe que deveria ser o esteio do progresso, do desenvolvimento e da moralidade. E isso, esse quadro atual, não é bom para a democracia. Tem gente até que chega a ter saudosismo dos tempos militares…

Em Joinville (SC), cidade natal e de moradia deste jornalista, de onde disparamos nossas ideias e críticas, o quadro não é diferente. Observando as últimas pesquisas  – diga-se de passagem, sem muito crédito e com base de amostra muito pequena – já dá para perceber que os candidatos a Prefeito terão muito trabalho para convencer os eleitores de que são merecedores do voto. Até porque não há renovação real no quadro político da maior cidade catarinense! Não há nada que empolgue o eleitor, nenhum projeto e líder capaz de catalisar as esperanças do povo.

Carlito Merss, atual Prefeito; Marco Tebaldi, ex-prefeito; Udo Döhler, eterno candidato; Kennedy Nunes ou Darci de Matos, também velhos na área; Doutor Xuxo, outro antigo no meio; Sandro Silva, ex-vereador que renunciou mandato; Rodrigo Coelho e Leonel Camasão, jovens mas com a mesma batida de bumbo de outras eleições, e outros menos votados. As opções do eleitorado joinvilense se esgotam rapidamente, porque tudo é mais do mesmo. Carlito Merss foi eleito com toda a esperança quatro anos atrás, mas deixou ela se esvair por entre os erros administrativos, a lentidão nas decisões e ações, e a falta de uma articulação política eficiente. Seu possível maior adversário, o ex-prefeito Marco Tebaldi, tenta voltar com roupa nova, mas ninguém esquece tão rápido do seu governo com tintas quase autoritárias, muitos erros e escândalos também.

Do PMDB surge o “novo” Udo Döhler. O empresário tem um histórico de ameaças de disputas, nunca concretizadas. Mas de novidade ele não tem nada também, até porque sempre esteve agindo na Acij e nos bastidores políticos, ao lado de LHS. Kennedy Nunes e Darci de Matos também são figuras carimbadas, o primeiro com a marca da demagogia, e o segundo por estar na cena há décadas, sempre no poder, e com uma tentativa frustrada a Prefeito em 2008. Ambos deputados, não se tem notícia de algo concreto na luta pela cidade, que ainda espera do atual governo estadual as obras que merece por ser o motor de SC. Já o doutor Xuxo é da família Vieira, famosa na política que já teve seu irmão como deputado federal, José Carlos Vieira, que sempre estão no meio tentando manter espaços importantes para negociação. Rodrigo Coelho, advogado, Leonel Camasão, jornalista, e Sandro Silva, esse ex-vereador após renunciar – isso mesmo, renunciar! – ao mandato de vereador para ser diretor do Deter em Florianópolis, carecem de juventude também nas suas propostas. Não adianta ser jovem, em idade apenas, têm de ser novidade, jovem também nas ideias.

O fato é que uma cidade com características industriais como Joinville não consegue revelar um novo jeito de fazer política, porque os partidos políticos mantém comandos antigos, atrelados a líderes também antigos, que se perpetuam no comando e tem dificuldades em aceitar e promover as renovações necessárias para a política. A forma de cooptar lideranças comunitárias, religiosas, trazê-las para os partidos, e depois as deixarem reféns de cargos, das listas de candidatos, e sem atividades partidárias de verdade – partidos atuam quase sempre e somente em vésperas de eleições – mata o novo, o possível, o mágico que poderia vir de cada cidadão que se propõe a viver a militância política.

Essa espécie de “controle” político da cidade empobrece o debate, e empobrece também a massa crítica que deveria estar mais presente na política, causando assim um sub-desenvolvimento da cidade, que ao não renovar de fato os seus quadros, não cresce, não tem força para reivindicar como acontece hoje, em que parece que todos são governo e não conseguem, nem podem criticar e cobrar. A quem interessa manter Joinville assim tão fraca politicamente? A quem interessa o discurso que fazem de “a maior”, “a melhor”, “maior PIB”, maior isso e aquilo, quando na verdade isso não faz concretizar obras de grande porte para a mobilidade, a infraestrutura, saúde, educação?

Infelizmente, o quadro político atual não empolga o eleitorado. Veremos o que acontecerá nos próximos meses. Enquanto isso, muitos dos atuais postulantes vão fazer os seus discursos do tipo “sou o novo”, “é a minha vez”, etc. O eleitor tem de estar mais atento e pensante, porque senão teremos mais quatro anos, e mais décadas de atraso político.

Marco Aurélio Braga vira assessor de Udo Döhler

O PMDB de Joinville está realmente buscando o máximo para fazer do empresário Udo Döhler um candidato mais “popular”. Entre as atividades, reuniões nos bairros para, dizem, planejar a cidade, ajudar no plano de governo. De todas as decisões que vi até agora, a melhor delas sem dúvida é a escolha da assessoria de imprensa, com o competente jornalista e amigo, Marco Aurélio Braga, o Marcão.

Com excelente trânsito na imprensa em todos os setores, trabalhador, talentoso e competente, Marcão deve ajudar e muito na tentativa de fazer a pesada candidatura alçar voo rumo a índices melhores em futuras pesquisas. Se a cúpula deixar, outros mais puxa-sacos também não colocarem pedras em seu caminho, Marco Aurélio Braga vai dar a Udo bons espaços na imprensa em geral, e também em outros meios de comunicação fundamentais para o embate eleitoral.

Parabéns Marcão, você é um grande amigo, excelente profissional, e vai agora conhecer o lado de dentro de uma grande campanha a Prefeito. Sucesso nessa nova empreitada em sua vida profissional.