Centrais sindicais e Federações das mais diversas categorias de Trabalhadores estiveram representados na terceira rodada de negociação pelo reajuste do Piso Salarial Estadual, realizada ontem (14) à tarde, na Fiesc, em Florianópolis. Novamente não houve acordo e nem mesmo ficou agendada a data da próxima rodada.
As federações patronais não querem repassar sequer a variação do INPC/inflação dos últimos 12 meses, que ficou em 11,28%, enquanto a comissão dos trabalhadores reivindica 15% de reajuste, mantendo o firme propósito de negociar a partir dos 11,68% repassados pelo governo federal ao Salário Mínimo Nacional, de modo a assegurar aumento real de salário para as quatro faixas do Piso Estadual.
“Estamos falando da recomposição de Piso. O trabalhador já perdeu os 11,28% da inflação”, define o diretor sindical do Dieese/SC, Ivo Castanheira. Ele avalia que a negociação precisa avançar até que haja uma proposta que torne o acordo possível.
“Os patrões estão esperando que a gente aceite um índice igual ou menor do que o INPC e não aceitamos, queremos acima do INPC, esta é a nossa proposta”, reforça Castanheira.
Presentes à reunião, além do Dieese, representantes das Centrais Sindicais CTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT, das Federações dos Trabalhadores de Alimentação, da Construção e do Mobiliário, dos Metalúrgicos, Têxteis e Vestuário, do Comércio, da Rede de Ensino Privado, Turismo e Hotelaria, e da Fetiesc.
O supervisor técnico do Dieese, economista José Álvaro Cardoso, reconheceu que a combinação entre “recessão e alta da inflação alimentam a crise econômica vivida pelo país”. Mas argumenta que a crise é “superestimada” pelo patronal, “como se o Brasil fosse uma ilha de crise cercada de prosperidade”.
José Álvaro destacou que o aquecimento do mercado consumidor interno permitiu que, até agora, o Brasil sofra menos com a crise econômica mundial iniciada em 2008. O economista do Dieese contesta o argumento dos patrões para não concederem ganho real ao Piso Estadual:
“Estamos tratando de reajustar salários que estão ao nível da sobrevivência, do dinheiro necessário para a base da pirâmide social, e não para o topo. Falar em conservar emprego é demagogia, até porque as empresas já fizeram os ajustes, o nível de emprego já caiu”.