Está ficando fora de controle a situação em Honduras, onde o presidente deposto por um golpe militar, Manoel Zelaya, está refugiado desde segunda-feira (21/9). O exército hondurenho cercou o prédio. Do site da CUT publico a notícia que segue abaixo:
“O governo golpista de Honduras cortou o fornecimento de água, luz e telefone da embaixada do Brasil na capital Tegucigalpa, onde está refugiado desde segunda-feira o presidente deposto do país, Manuel Zelaya.
A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores disse à BBC Brasil que o corpo diplomático brasileiro teve que pedir ajuda à embaixada norte-americana tanto na questão da segurança como para o abastecimento de diesel, necessário para manter em funcionamento os geradores de energia.
Além de Zelaya, estão no prédio o encarregado de negócios da embaixada brasileira, diplomata Francisco Catunda Rezende, quatro funcionários brasileiros e cerca de 60 pessoas, entre simpatizantes e membros do gabinete do governo deposto.A representação brasileira em Tegucigalpa permanece cercada por militares hondurenhos desde o início da manhã desta terça-feira.
Também na manhã desta terça, milhares de simpatizantes do presidente eleito que se concentravam no lado de fora da embaixada foram expulsos do local com disparos e bombas de gás lacrimogêneo.
Em entrevista ao canal de TV estatal da Venezuela, Manuel Zelaya afirmou que três manifestantes teriam sido mortos e outros 300 teriam sido presos nos conflitos. As informações, no entanto, não puderam ser confirmadas de maneira independente.
Apesar da pressão militar, a vice-chanceler do governo interino de Honduras, Martha Alvarado, disse que o Exército não pretende invadir a sede diplomática brasileira.”Não é possível (invadir), há convênios e nós respeitaremos a sede diplomática”, declarou Alvarado à imprensa. “Além disso, isto nos traria ainda mais problemas”, acrescentou.
Confrontos
A ministra da Mulher do governo deposto de Honduras, Dóris López, que está com Zelaya dentro da embaixada, disse à BBC Brasil que bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas no interior do prédio da representação brasileira por volta de 5h30 da manhã desta terça-feira (8h30 em Brasília).”Nos jogamos no chão, esperando passar o ataque, foi uma cena de terror”, afirmou.”