Fumo: Corte dos EUA ordena que indústria faça campanha”sobre “mentiras passadas

Uma corte americana ordenou nesta terça-feira que a indústria do cigarro pague por uma campanha pública evidenciando “mentiras passadas” ditas a respeito dos riscos do fumo. Os detalhes da campanha e seus custos ainda não foram determinados, e as indústrias podem recorrer da decisão.

Segundo a juíza distrital Gladys Kessler, as fabricantes de cigarros “deliberadamente enganaram o público americano quanto aos efeitos do fumo à saúde” e “intencionalmente desenvolveram cigarros mais viciantes”. Matéria da BBC Brasil. Se isso pega no Brasil…

Fumantes: recursos para tratamento crescem 470%

Em 2011, o Ministério da Saúde investiu R$ 33 milhões na aquisição de medicamentos para tratar 340 mil usuários de cigarros que manifestaram o desejo de deixar o vício

O Ministério da Saúde vem aumentando os recursos para tratamento de pessoas que desejam parar de fumar. Em 2011, foram investidos R$ 33 milhões na aquisição dos medicamentos para tratar cerca de 340 mil usuários de cigarros atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O valor investido no ano passado foi 470% maior na comparação com 2005, quando os recursos ficaram na ordem de R$ 2,9 milhões.

Nos últimos seis anos, as Secretarias de Saúde municipais receberam cerca de 44,3 milhões de adesivos, 5,3 milhões de gomas de mascar e 3,1 milhões de pastilhas de nicotina; além de 16,4 milhões de comprimidos de cloridrato bupropiona – recurso que totaliza R$ 98 milhões. O número de consultas de avaliação clínica de tabagistas realizadas pelas unidades de saúde aumentou 55% em três anos, passando de 56.723, em 2008 para 126.651, em 2011.

O secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda Magalhães, considera de extrema importância a expansão da oferta de medicamentos para o tratamento de fumantes no SUS. “O Ministério da Saúde está engajado na luta contra o tabagismo, responsável por 36% das mortes no país”, ressaltou o secretário, que participou, nesta quinta-feira, da cerimônia realizada pela Organização Mundial da Saúde em comemoração ao Dia Mundial Sem Tabaco.

Deste o início deste ano, a distribuição dos medicamentos anti-tabagismo passou a ser gerenciada pelo Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus), criado pelo Ministério da Saúde em 2010. O Hórus permite maior controle sobre o repasse e monitoramento dos medicamentos junto aos estados e municípios. Atualmente, 500 municípios de 15 estados utilizam o sistema.

DADOS – Dados do Sistema Nacional de Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2011, realizado nas 27 capitais brasileiras, demonstram que o percentual de fumantes passou de 16,2%, em 2006, para 14,8%, em 2011. A frequência é menos da metade do índice de 1989, quando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na população. A incidência de homens fumantes no período 2006-2011 diminuiu a uma taxa média de 0,6 % ao ano, sendo esta tendência de queda constatada em todas as faixas etárias e independentemente do grau de escolaridade.

O Vigitel também mostrou diminuição na proporção dos homens que fumam mais de 20 cigarros por dia, o chamado fumo pesado e são as mulheres (13,3%) e os adultos entre 18 e 24 anos (17,7%) quem mais sofrem com o fumo passivo dentro de casa. Já no trabalho, a frequência de homens atingidos pelo fumo passivo (17,8%) é mais que duas vezes superior à registrada entre as mulheres (7,4%).
Outra pesquisa realizada pelo IBGE mostra que o consumo de cigarro começa na infância. A Pesquisa Nacional de Saúde realizada entre Escolares (PeNSE), no ano de 2009, estimou em 618.555 o número de escolares frequentando o 9º ano, com idade entre 13 e 15 anos. Nesta população, 24,2% experimentaram o cigarro alguma vez na vida, sendo que os alunos de escolas públicas são os mais expostos a este fator de risco, (25,7%) em relação àqueles de escolas privadas (18,3%).

APOIO – O SUS oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar desde 2005. A busca ao tratamento é o objetivo mais frequente entre quem liga para Ouvidoria do SUS / Disque Saúde. Além disso, o Ministério da Saúde atua ativamente em ações que ajudaram a reduzir o consumo de cigarro no país, como a proibição de publicidade, aumento de impostos e inclusão de advertência no maço. Também foi lançado em 2011 o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, que prevê a redução, até 2022, de 15% para 9% a proporção de fumantes na população adulta brasileira e também a iniciação de adolescentes e adultos.

DIA MUNDIAL SEM TABACO – Em 1987, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulou 31 de maio como o Dia Mundial Sem Tabaco com o objetivo de conscientizar todos os países sobre a epidemia do tabaco, as doenças e mortes evitáveis causadas por ele. Segundo a organização, cerca de 200 mil pessoas perdem a vida a cada ano em decorrência do uso do cigarro no Brasil.

Este ano, a OMS escolheu o tema A Interferência da Indústria do Tabaco para ser discutido na data mundial. Seguindo esta mesma linha de atuação, o Ministério da Saúde, juntamente, com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) lançaram a campanha Fumar: faz mal pra você, faz mal pro mundo que traz a discussão sobre os malefícios causados a saúde dos produtores e consumidores do tabaco.

Ag. Saúde

Lei antifumo já em vigor em Joinville, fique atento, denuncie!

Começou a valer na quinta-feira da semana passada – 6 de janeiro – a lei antifumo de Joinville, maior cidade catarinense distante 186 km da capital Florianópolis. A norma proíbe o fumo em lugares de uso coletivo, fechados ou parcialmente fechados. O prefeito Carlito Merss sancionou a lei aprovada na Câmara de Vereadores no ano passado.

Os estabelecimentos que não cumprirem as novas regras serão advertidos e, em caso de reincidência, receberão multa de R$ 1.790. A lei prevê interdição do local por 48 horas na terceira ocorrência e de 30 dias na quarta.

Três órgãos farão a fiscalização. A Vigilância Sanitária será responsável por restaurantes, bares, supermercados, açougues e centros hospitalares, entre outros locais. O Centro de Referência de Saúde do Trabalhador cuidará das empresas e repartições públicas, e o Procon vai fiscalizar boates, escolas, museus e veículos de transporte coletivo.

Segundo a Secretaria de Saúde municipal, não estão programadas blitze especiais para verificar o cumprimento da lei, que será fiscalizada durante visitas surpresas de rotina de cada um desses órgãos.

Darci Koentopp, dono de uma choperia na cidade, reclama da abrangência da lei. “Há muito tempo tenho uma área para fumantes, e ninguém nunca reclamou”, referindo-se a uma área no interior do restaurante coberta por toldo. A partir de hoje, a choperia poderá ser multada caso clientes sejam flagrados fumando no local.

As exceções à lei são locais de culto religioso em que o fumo faça parte do ritual, instituições de saúde que tenham pacientes com autorização médica para fumar, vias públicas e espaços ao ar livre, casas e estabelecimentos destinados especificamente ao consumo de tabaco.

Os telefones para denúncia são: Vigilância Sanitária: 0/xx/47/3433-9610; Procon: 0/xx/47/3473-0272; e Ouvidoria da prefeitura: 156 (para telefones locais).

Fumo passivo pode levar à surdez

Exposição à fumaça aumenta em um terço os riscos de perda de audição

É sabido que as pessoas que ficam expostas à fumaça do cigarro alheio têm 30% de chances a mais de desenvolver câncer de pulmão. O risco de um infarto sobe 24%. Mas os perigos não param por aí. Segundo estudo publicado no periódico Tobacco Control, o tabagismo passivo pode aumentar em um terço os riscos de perda de audição, já que a fumaça é responsável por romper o fluxo de sangue nos vasos do ouvido.

Os problemas de audição já eram conhecidos nas pessoas que fumam regularmente. Não se sabia, entretanto, que a fumaça consumida passivamente também podia produzir o dano. Segundo a equipe das universidades de Miami e Internacional da Flórida, o fumo passivo também causa acúmulo de resíduos tóxicos no ouvido, uma vez que, ao danificar as veias, interrompe o fluxo de oxigênio pelo sangue.

“Nós ainda não sabemos mensurar qual quantidade de exposição à fumaça é necessária para aumentar os riscos de perda auditiva, mas suspeitamos que o limite seja bem baixo”, diz David Fabry, líder da pesquisa. Para o médico, o método mais seguro de prevenção é evitar totalmente a exposição à fumaça.

Durante o estudo, foram realizados testes de audição em 3.307 voluntários que não fumavam. Os resultados foram divididos em três faixas: baixa, média e alta sensibilidade a barulhos. Exames de sangue foram colhidos para detectar quais indivíduos estavam expostos ao fumo passivo (vestígios de subprodutos da nicotina no sangue).

Do site anti-drogas