Setor do Turismo em SC aposta em retomada somente em 2021, mostra pesquisa da Santur

Como uma das atividades econômicas mais importantes do estado, a retomada do turismo é esperada, por parte do empresariado catarinense, para o 2021. É o que aponta a pesquisa da Agência de Desenvolvimento do Turismo (Santur), realizada no mês de abril com mais de 800 empresas e entidades de classe. De acordo com os dados levantados, 24% dos entrevistados acreditam quanto a uma retomada mais intensa das atividades do Turismo ainda em 2020, embora na opinião da maioria (52%) a recuperação dos negócios deve ocorrer com mais força só no próximo ano.

A pesquisa, direcionada a empresários do setor em todas as regiões catarinenses, foi desenvolvida para mensurar os impactos da pandemia da Covid-19 no turismo, com informações colhidas entre 15 e 20 de abril de 2020. Para o presidente da Santur, Leandro Mané Ferrari, a relevância desse trabalho está justamente nos dados que irão auxiliar a Santur a nortear ações, de forma conjunta com o trade, para a retomada das atividades turísticas no estado.

– Teremos mais detalhes sobre os impactos causados pelo coronavírus no turismo. As respostas colhidas junto ao trade nos trazem informações para que possamos ser mais assertivos nas ações que estão sendo tomadas em conjunto com o Conselho Estadual de Turismo (CET) e com o trade das diferentes regiões de Santa Catarina – destacou Mane Ferrari.

Participantes e dados da pesquisa
Participaram do estudo, coordenado pela Diretoria de Estudos e Inovação/Santur com apoio da Rede Brasileira de Observatórios do Turismo, empresas de diferentes portes e segmentos. Por meio de um formulário eletrônico foram levantadas informações como tempo de atuação, volume de atendimento, preços praticados, número de funcionários e quais medidas as empresas vêm tomando para minimizar o impacto gerado pela pandemia.

Responderam o formulário 866 empresas com registro no Cadastur (Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos) e entidades de classe de diferentes segmentos, como meios de hospedagem, agências de viagens, alimentação, transporte, eventos e empreendimentos de lazer. Metade são microempresas e 23% são microempreendedores individuais (MEI).

Pelo tempo de atuação no mercado, 44% dos participantes têm mais de 10 anos, 27% têm entre 4 e 10 anos e 29% têm menos de três anos de existência. Maduras, consolidadas ou recentes, a maioria sofreu algum impacto com as medidas de isolamento necessárias para diminuir a velocidade de contágio do coronavírus. 

Com a redução de atividades em virtude da pandemia, 35% declararam ter capital de giro suficiente para se sustentar por até dois meses, 31% pelo prazo de um mês e 21%, até quatro meses. Apenas 1% dos participantes avaliaram que a pandemia não impactou o negócio.

Entre outras questões analisadas, o estudo também buscou saber quais as principais medidas foram ou poderão ser adotadas pelos empresários para mitigar prejuízos decorrentes da Covid-19. Nesse quesito, foram destacadas a renegociação de despesas fixas, o financiamento e/ou empréstimo bancário, o adiamento de investimentos e de novos projetos e a remarcação e/ou adiamento de serviços.