Aécio Neves diz que apoiou Taques, mas abraça Renan e mantém poder no Senado

Terminada a votação para presidência do Senado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se viu em maus lençóis. Ficou evidente o jogo político ocorrido nos bastidores. A TV Senadopegou em flagrante o tucano dando um caloroso abraço no vencedor Renan Calheiros (PMDB-AL) e o resultado garantiu para o PSDB um lugar na mesa do Senado para o correligionário Flexa Ribeiro (PSDB-PA), contrariando a regra de deixar fora da mesa quem vota em desacordo com a proporcionalidade das bancadas.

O PMDB ameaçava não apoiar Flexa Ribeiro no posto se houvesse 22 ou 25 votos do lado que Taques. Com a baixa votação do anticandidato”, o senador tucano do Pará conseguiu ser escolhido com 58 votos, sem problemas, para o poderoso cargo. E não é um lugar qualquer. É a cobiçada primeira secretaria, apelidada de “prefeitura” da Casa, porque administra licitações e contratos. Com isso, os tucanos ficaram com a chave do “cofre do Senado”, como o cargo é conhecido. Um orçamento de R$ 3,5 bilhões por ano, maior do que a maioria das capitais brasileiras, inclusive cidades com mais de 2 milhões de habitantes.

O novo “guardião” da chave do cofre do Senado já foi preso pela Polícia Federal em novembro de 2004 na Operação Pororoca. Flexa Ribeiro e 27 empresários foram acusados de fraudes em licitações públicas no Amapá e no Pará. Uma das empresas beneficiadas pelo esquema era a Engeplan, da qual o tucano era sócio. Além de controlar grandes licitações de obras, serviços de segurança, transporte, alugueis de veículos, limpeza, fornecedores, etc, o cargo permite fazer contratos como aquele que proporcionava pagamentos mensais para o jornalista Ricardo Noblat (que cobre o noticiário do Senado) para fazer um programa semanal de jazz na Rádio
Senado.

Moral da história: no Jornal Nacional Aécio apresentou-se como se estivesse apoiando Taques. Nos bastidores entregou o jogo a Renan, naquele melhor estilo de jogo combinado entre compadres, para garantir o estratégico controle do cofre do Senado para os tucanos, coisa que prenuncia ser de grande valia no financiamento da campanha de 2014, entre outras vantagens.

Do Correio do Brasil

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

2 comentários em “Aécio Neves diz que apoiou Taques, mas abraça Renan e mantém poder no Senado”

  1. Adamastor Cruz, obrigado por participar aqui no Blog! Esse debate sobre gestão, política e apoios vai render muito daqui até o ano que vem, vamos ver o que acontecerá, e aqui teremos muitos debates, abraço!

  2. O senador Aécio Neves apenas reconheceu a vitória de Renan Calheiros, mas ele sabe que a grande disputa ainda está por vir, que são as eleições de 2014. Aécio Neves é o principal líder da oposição no partido, possui bagagem de lideranças políticas e realização de grandes projetos como o Choque de Gestão em Minas Gerais. Aécio Neves presidente em 2014!!

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