O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 9,7%, no segundo trimestre de 2020, em relação ao primeiro trimestre do ano. Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, as contas nacionais registraram queda de 11,4%. Os números foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira (1º).
A queda é a maior já medida pela série histórica do IBGE desde o início da medição, em 1996. Também é a primeira vez em cinco anos que há recessão – o que ocorre quando dois trimestres seguidos têm queda do índice: no primeiro trimestre de 2020, a queda foi de 2,5% em relação ao último trimestre de 2019.
Dois dos principais indicadores do PIB registraram fortes quedas: o consumo das famílias caiu 12,5% em relação ao trimestre anterior, e tem queda anualizada de 13,5%. Já o consumo do governo – principal comprador do país – recuou 8,8% neste período, e tem queda anualizada de 8,6%. A indústria também amargou queda de 12,3% na comparação com a primeira medição de 2020 – na comparação com 2019, a queda chega a 12,7%.
O único setor a sustentar crescimento neste período foi o da agropecuária, que cresceu 0,4% em relação ao trimestre anterior, e acumulou 1,2% de crescimento sobre o mesmo trimestre no ano passado.
O resultado do PIB neste trimestre, que aponta a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo Brasil, foi fortemente afetado pela pandemia de Covid -19, que impossibilitou o funcionamento de diversos setores da economia por um longo período.
* com informações de agências de notícias e Congresso em Foco
O Brasil é o segundo país em número de casos confirmados de coronavírus no mundo e o quarto país no registro de mortes pela doença. Já são 514.849 casos confirmados e 29.314 óbitos em decorrência da covid-19. Atualmente os Estados Unidos são o país que contabiliza o maior número de confirmações (1.790.191) e de mortes (104.383) desde o início da pandemia. A doença ainda está em curva ascendente no Brasil, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos e em outros países afetados na Europa e na Ásia.
De acordo com o último balanço divulgado pela Universidade Johns Hopkins, mais de 6 milhões de pessoas já foram infectadas pelo vírus em todo o mundo. Dessas, 372.469 morreram. Além dos Estados Unidos, estão à frente do Brasil em registro de mortes o Reino Unido, com 38.571; e a Itália, com 33.415.
Em um dia, o Brasil registrou o maior número de óbitos decorrentes da covid-19. De acordo com os dados divulgados na tarde de hoje pelo Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas foram notificados 407 novos óbitos. O número de casos confirmados de pessoas infectadas no país também aumentou para 49.492, o que representa 3.735 novos casos confirmados. E há governos liberando atividades que acabarão reunindo multidões, gerando contaminações em massa… Triste o que virá por aí.
América Latina enfrentará o “pior momento” da pandemia, alerta OMS Os países da América Latina vão presenciar impactos mais fortes da pandemia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). “O epicentro da epidemia está se mudando da Europa para as Américas, o que nos deu tempo para nos preparar para o que está por vir”, afirmou, nesta quarta-feira (22), o representante da OMS e da Opas-braço da organização nas Américas- no México, Cristian Morales. As informações são do portal de notícias Uol.
“O que não é tão benéfico e o que não podemos escapar é que estamos prestes a experimentar o pior momento da epidemia na região e no México”, completou Morales. Diante dessa situação o representante da OMS orientou os países a potencializarem o processo de testagem da população para o coronavírus.
com informações de Ag. de Notícias e Congresso em Foco
Os Estados Unidos se tornaram o epicentro da pandemia de coronavírusno mundo. O país atualmente lidera o ranking mundial de infectados e mortos pela covid-19, com mais de 530 mil casos e 20 mil óbitos confirmados até a manhã deste domingo (12).
O médico Herlen Alencar, brasileiro que vive e trabalha em Boston é especialista em Radiologia Intervencionista pela Harvard Medical School e tem vivenciado de perto a expansão da doença em território americano. Para ele, o Brasil está perdendo um tempo importante em que poderia adotar ações de prevenção à doença para não repetir os erros dos Estados Unidos.
Olhando para a evolução da doença em diferentes países, Alencar prevê que a situação do Brasil deve ser pior do que a dos Estados Unidos quando a pandemia atingir seu pico por aqui. “O sistema de saúde brasileiro é um pouco mais frágil, o nível socioeconômico é menor e as pessoas não estão seguindo as regras de distanciamento social”, avalia.
As projeções oficiais do Ministério da Saúde mostram que em qualquer um dos cenários possíveis, o país ainda verá um aumento significativo no número de casos de covid-19. Atualmente, estamos na 15ª semana epidemiológica, a previsão é que o pico aconteça dentro de 10 semanas.
No Brasil, como mostra a tabela abaixo, a curva de mortes sobe mais rapidamente que nos Estados Unidos.
O risco do colapso do sistema de saúde
A razão do esforço de isolamento social é evitar uma explosão simultânea no número de casos, o que leva sistemas de saúde ao colapso. O gráfico abaixo, feito pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, ilustra como funciona essa relação. A linha tracejada representa a estrutura do sistema de saúde de um determinado local, com capacidade para comportar um certo número de doentes. Quando a quantidade de pessoas em estado grave, aquelas precisam ser internadas, ultrapassa essa linha, o limite do sistema é extrapolado.
“É aí que o sistema de saúde entra em colapso. Acaba leito, acaba médico, acaba equipamento de proteção. O que está acontecendo ao redor do mundo é a história de achatar a curva com isolamento social [linha amarela]. Enquanto a linha azul são os locais onde você não faz isolamento social e o número de doentes supera o número de leitos e recursos disponíveis do sistema de saúde. Então, Nova York está chegando nesta ponta em que se está ultrapassando essa linha tracejada”, explica.
“Na verdade, Nova York não tem estrutura suficiente para atender aos doentes, isso a gente já sabe. Eles não tem ventiladores suficientes, profissionais de saúde suficientes, eles não têm hospitais suficientes. Nova York, hoje em dia, está em estado de guerra, a cidade e o estado de maneira geral”, acrescenta.
Quando este limite do sistema entra em colapso “você sequer tem onde colocar os doentes. É isso o que está acontecendo em Nova York, por exemplo, não tem mais leitos de UTI, todos os leitos estão ocupados” complementa Herlem Alencar.
“Negar a realidade não muda a realidade”
Para Herlen Alencar, foi necessário que os Estados Unidos chegassem ao que ele chama de “realidade inegável” para que o presidente Donald Trump mudasse o seu discurso. Por semanas, o chefe de estado negou a gravidade do coronavírus, até que se rendeu aos fatos e passou a incentivar o isolamento social como uma das medidas para conter o avanço da doença. “Quando você vê caminhões frigoríficos estacionados nas ruas com os corpos em Nova York, por não ter onde enterrar as pessoas. Então, você caminha ao lado de um hospital vendo isso e assiste uma pessoa na televisão negando que aquilo está acontecendo é difícil, né? Aí as pessoas começam a acreditar“, explica.
“Cada país vai ter que aprender com os seus próprios dados. Na minha opinião, eu acho que é difícil acreditar que o Brasil vai ser melhor que os Estados Unidos ou que a Itália ou que a Espanha, porque tem mais pobreza e o sistema de saúde é mais frágil, não tem tanta riqueza para combater a catástrofe econômica e ainda existe uma discussão se isso é sério ou não. Em vez de o Brasil estar brigando para combater a doença existe uma discussão se é verdade ou se não é, se é coisa séria ou se não é. O Brasil está perdendo tempo discutindo. O Brasil ainda está negando uma realidade, quanto mais tempo você passar negando a realidade, mais chance você está dando ao vírus de se propagar dentro do país”.
O caminho do vírus pelo país
Herlen explica que o pico da epidemia é atingido em momentos diferentes num país de dimensões continentais, como os Estados Unidos e o Brasil. por isso, enquanto há uma explosão de casos em certos estados como Nova York, California e Massachusets, região onde está localizada Boston, existem outros lugares com pouquíssimos casos confirmados, como Wyoming, com 230 casos, ou Dakota do Norte, com 251.
“Acredita-se que o Brasil vai seguir o padrão dos Estados Unidos em que você tem estados que quase não tem [casos confirmados] e outros que estão em situação de calamidade. É uma questão de tempo até todos os estados serem acometidos. Todos os estados vão ser acometidos em períodos diferentes. Quanto mais heterogêneo for o país, mais heterogênea vai ser a variedade”, explica.
Ele relata que dos 50 estados americanos, 17 deles ainda não decretaram medidas de isolamento por não terem muitos casos registrados. Nesses locais, é comum o argumento de estarem protegendo a economia, discussão muito parecida acontece no Brasil. Alencar faz a seguinte analogia: “Você fecha a porta quando o ladrão entra ou antes do ladrão entrar na sua casa?”. “Do que adianta fechar a casa e colocar um cadeado depois que o ladrão entrou?”.
O médico diz que a taxa de transmissão do vírus varia em diferentes países. Entretanto, relata uma situação que ilustra a rapidez com que o coronavírus é transmitido. Um dos primeiros casos em Boston aconteceu durante uma conferência da empresa de biotecnologia e farmacêutica Biogen, que reuniu pelo menos 150 pessoas de diferentes lugares do mundo. “Um pesquisador alemão completamente assintomático participou desse encontro, por quatro horas, uma manhã, e depois volto para a Alemanha. Dias depois ele foi diagnosticado com coronavírus. Aos poucos as pessoas que participaram do encontro começaram a apresentar os sintomas. Foram detectadas 77 pessoas infectadas que participaram deste encontro”, relata. Estes casos são conhecidos como superspreading em que uma pessoa infectada passa para dezenas de pessoas, geralmente em grandes eventos. Portanto, Alencar afirma “essa é a importância do isolamento social, você não sabe quem está doente. Essa história do isolamento vertical a gente sabe que não funciona.”
As medidas que dão bons resultados (e que o Brasil não está adotando)
Enquanto Jair Bolsonaro defende que o distanciamento social seja afrouxado e governadores já cogitam rever medidas de isolamento ainda antes de o país atingir o pico da crise, Herlen Alencar aponta com clareza as vantagens de reduzir a interação social.
“Existem evidências de que quanto antes você tomar essas medidas mais drásticas, como isolar as pessoas, menor é o impacto da doença, e mais rápido você consegue controlar. Como o número de mortes é proporcional ao número de infecções, por tabela, você reduz o número de mortes. Isso a gente vai ver também aqui nos Estados Unidos, em que alguns estados aprenderam com os erros e fecharam o estado mais cedo, enquanto outros estão demorando. A Espanha e a Itália estão passando pelo que estão passando porque demoraram a fechar as escolas e tomar essas medidas”, explica.
Hong Kong e Taiwan, ambos localizados no território chinês, conseguiram achatar a curva de propagação do vírus tomando medidas rápidas. Atualmente, Taiwan registra 385 casos confirmados e 6 mortes, enquanto que Hong Kong registra 1001 casos e 4 óbitos. Estes países, densamente populosos e geograficamente próximos ao ponto inicial da pandemia, conseguiram conter o avanço da covid-19 muito mais rapidamente do que a maioria dos locais. Em dois meses desde o início da pandemia, Hong Kong, com mais de 7 milhões de habitantes, registra 128 casos por milhão de habitantes e 0,5 mortes. Taiwan, com uma população de mais de 23 milhões de pessoa, se manteve nos 16 casos por milhão de habitantes e 0,2 mortes.
Rapidamente, os dois territórios adotaram medidas de restrição de viagens, recomendaram o uso de máscaras por toda a população, espalharam pontos com álcool em gel nos locais públicos e o isolamento social foi decretado: escolas foram fechadas e a população se isolou. Essas medidas foram acompanhadas pela testagem intensiva da população: em Hong Kong foram feitos mais de 12 mil testes por milhão de habitantes e em Taiwan mais de mil; no Brasil são testados 258 pessoas por milhão de habitantes.
A crise migratória na Europa, de refugiados vindos do Oriente Médio e da África por mar e por terra, tem chamado a atenção do mundo nos últimos meses.
Entretanto, esse fluxo migratório de regiões em guerras não é incomum e, segundo especialistas, o Brasil é um dos países com uma boa política de acolhimento.
“A Anistia Internacional e a própria Comissão Interamericana de Direitos Humanos elogiam bastante o Brasil e o Uruguai por terem resoluções de acolhimento de refugiados sírios”, disse a assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional Brasil, Fátima Mello, à Agência Brasil.
Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, o número de refugiados no Brasil praticamente dobrou nos últimos quatro anos, passando de 4.218, em 2011, para 8.400, em 2015.
As principais causas dos pedidos de refúgio são violação de direitos humanos, perseguições políticas, reencontro famílias e perseguição religiosa.
Os sírios formam o maior contingente de refugiados no país, com 2.077 pessoas, seguidos pelos angolanos (1.480), colombianos (1.093), congoleses (844) e libaneses (389).
O geógrafo e professor de relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado, Jorge Mortean, disse que o Brasil, por ser um país formado por imigrantes, não poderia deixar de acolher essas pessoas.
“A nossa população local indígena ou morreu fuzilada ou por doenças. Depois começou um projeto de imigração através da infeliz escravatura e colonização portuguesa; e, após a abolição, a recolonização com asiáticos e europeus. Até por esse processo histórico temos umas das melhores políticas de acolhimento. E seria absurdo um país como esse virar as costas para os refugiados, apesar de não termos responsabilidade por nenhum das partes, não armamos nenhum conflito”, disse.
Segundo Mortean, é certa essa conduta do governo de “abraçar” os imigrantes, mas a sociedade ainda não é tão receptiva.
“O brasileiro ainda pensa com a mentalidade de país colonizado, mas, no fundo, somos todos migrantes. A sociedade brasileira tem uma reticência porque acredita que o migrante vai sobrecarregar um Estado que é falido. Jogamos na falência do Estado a impossibilidade de receber pessoas em condições de refúgio. Ainda bem que o governo não adota isso, e está com as portas abertas”.
Para o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília, Pio Penna, o Brasil recebe bem o refugiado, ainda um número pequeno, mas é preciso melhorar a estrutura de acolhimento.
“Pelo tamanho e pela projeção internacional do Brasil, podemos ter um fluxo maior no futuro, inclusive de refugiados ambientais, de pessoas saindo de seu lugar de origem por falta de condições lá”.
Quando a economia brasileira vai bem, os bancos vão bem. Quando a economia vai mal… bem, ao menos alguns bancos parecem ir melhor ainda.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Foram considerados no levantamento os bancos com ativos acima de US$ 100 bilhões. Apenas o Banco do Brasil teve queda de rentabilidade em 2014 na comparação com 2013 (de 24% para 16,6%). O Itaú teve alta de 20% para 22,6%. O Bradesco, de 17% para 19,8%. E o Santander passou de 3,61% para 3,9%.
O Itaú teve ainda um aumento de seu lucro de 30,2% em 2014 – registrando o maior lucro da história dos bancos brasileiros de capital aberto segundo a Economatica (R$ 20,6 bilhões).
O lucro do Bradesco também se expandiu bastante – 25,6%. E isso em um momento em que consultorias econômicas estimam um crescimento próximo de zero para o PIB de 2014.
Diante desses números, não é de se estranhar que dos 54 bilionários brasileiros citados no último levantamento da revista Forbes, 13 estejam ligados ao setor bancário.
Mas afinal, o que faz os bancos terem resultados financeiros tão positivos no Brasil mesmo em meio a desaceleração econômica? E se o seu negócio principal é emprestar dinheiro não seria natural esperar resultados menos robustos em tempos de retração do crédito?
Resiliência Analistas e entidades ligadas ao setor explicam essa resiliência com fatores de duas ordens. De um lado, há os que enfatizam a solidez do sistema financeiro brasileiro, os ganhos de eficiência e avanços tecnológicos promovidos pelas empresas.
Uma das explicações para o lucro do Itaú, por exemplo, é que o banco teria conseguido melhorar a qualidade de sua carteira, cortando custos com inadimplência.
Os avanços tecnológicos também estariam tornando as empresas mais competitivas e ajudando a reduzir despesas. “É uma boa notícia que os bancos estejam apresentando bons resultados e demonstrem solidez em tempos de estagnação econômica, porque ninguém ganha com uma crise bancária”, diz Ricardo Rocha, professor do Insper.
“Problemas no sistema financeiro tendem a agravar crises econômicas – e, se há contágio, no final todos pagam a conta.” Rocha lembra que nos anos 80 e 90, alguns bancos brasileiros quebraram ou tiveram de ser socorridos.
“Desde então, avançamos muito na regulação do setor e houve um movimento de consolidação desse mercado. Além disso, com tantos anos de instabilidade e inflação as empresas se tornaram mais resistentes, aprenderam a lidar com adversidades.”
Juros altos De outro lado, porém, há quem tenha uma visão mais crítica, chamando atenção para a importância de fatores como a alta dos juros e do spread bancário nesses bons resultados.
“Parte dos retornos dos bancos é garantida com aplicações financeiras que não são empréstimos a pessoas físicas ou empresas”, diz o economista e professor da USP, Fernando Rugitsky.
“Se a Selic (taxa de juros básicas da economia) sobe, como tem acontecido, temos um aumento do piso de rendimento do mercado financeiro. Em última instância, se os bancos não conseguem emprestar seus recursos, podem aplicá-los em títulos do tesouro. Então quanto maior os juros pagos por esses títulos, mais os bancos ganham nesse tipo de operação.”
Einar Rivero, da Economatica, diz que a diferença da taxa de juros básica de cada economia de fato ajuda a explicar a distância entre a rentabilidade de bancos americanos e brasileiros.
“No Brasil, as operações de curto prazo podem ser rentáveis e ao mesmo tempo ter uma liquidez elevada – e isso não ocorre em muitas partes do mundo”, diz o economista Luiz Fernando de Paula, da Uerj.
Rocha, porém, diz que é mito dizer que os bancos sempre lucram com os juros altos. “Depende da situação, já que, por outro lado, a alta dos juros também tende a aumentar a inadimplência”, opina.
Spreads Segundo os bancos, o ambiente de negócios no Brasil – com altos impostos e risco de inadimplência relativamente elevado – é o que faz com que o spread bancário tenha de ser maior que o de outros países.
O spread, simplificando, é a diferença entre o que banco cobra para emprestar recursos e o que paga para tomá-los emprestado. É dele que a empresa tira o lucro, depois de pagar os impostos e cobrir os custos administrativos e ligados ao risco de inadimplência.
“Aqui não é raro o Judiciário entravar a execução de uma garantia pelo banco, por exemplo, o que faz com que o risco de fazer um empréstimo e não receber seja maior”, exemplifica Rocha.
De Paula, porém, diz que o fato de esse mercado ser relativamente concentrado no Brasil também impulsiona as taxas cobradas pelos empréstimos.
“Os bancos procuram se precaver dos efeitos negativos da desaceleração da economia aumentando o spread bancário”, diz o economista. “O crédito não é como um produto de supermercado que o cliente escolhe na hora. São poucos bancos e há um índice de fidelização elevada – então não há muita resistência a elevação da taxa cobrada dos empréstimos ou mesmo das tarifas bancárias.”
Em 2014, os juros bancários para as operações com pessoas físicas por exemplo, subiram 5,4 pontos percentuais, em média – três vezes mais que a alta da Selic no período (1,75 ponto porcentual). Já a taxa de captação dos bancos para operações desse tipo ficou praticamente estável.
Demissões Curiosamente, entre as vozes mais críticas aos altos lucros dos bancos estão representantes de seus funcionários. Os sindicalistas reclamam, por exemplo, que, apesar dos ganhos extraordinários, o setor demitiu no ano passado.
“Só a ganância explica isso. Houve um fechamento de 5 mil vagas e cada vez mais há uma sobrecarga de trabalho entre os empregados do setor porque as empresas querem reduzir suas despesas cortando a folha salarial”, critica Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Moreira diz que, em alguns casos, há funcionários responsáveis por mais de 400 clientes.
Na busca por resultados, segundo a líder sindical, muitos seriam submetidos a metas abusivas e pressionados a vender para os clientes não os produtos e aplicações financeiras melhores para eles, mas sim o que dá mais retorno para o banco.
“Os bancos são uma concessão pública e têm um papel social. Eles poderiam ter um lucro menor, se preocupando mais com o emprego ou cobrando juros menores. Não há porque as instituições financeiras brasileiras ganharem muito mais que as americanas”, opina Moreira.
Magnus Ribas Apostólico, diretor de relações do trabalho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nega que haja um corte de pessoal significativo no setor.
Ele diz que nos últimos anos o número de funcionários de bancos passou de 400 mil para 511 mil “mesmo considerando as mudanças tecnológicas – entre elas o avanço das operações eletrônicas.”
Na sua versão as recentes demissões seriam um “pequeno ajuste”. “É difícil pensar que os trabalhadores estejam sobrecarregados”, diz Apostólico. “O setor bancário tem o maior índice de permanência dos funcionários em uma mesma empresa, depois do setor público. Isso não aconteceria se não oferecessem boas condições de trabalho e oportunidades de carreira.”
O Brasil tem uma população de 202.768.562 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados nesta quinta-feira (28) no Diário Oficial da União. O estado mais populoso, São Paulo, tem 44,03 milhões de habitantes. Já no estado menos populoso, Roraima, vivem 496,9 mil pessoas.
Os dados do IBGE são estimativas de população no dia 1º de julho de 2014. Além de São Paulo, cinco estados têm mais de 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (20,73 milhões), Rio de Janeiro (16,46 milhões), Bahia (15,13 milhões), Rio Grande do Sul (11,21 milhões) e Paraná (11,08 milhões).
Na lista dos lista de unidades da federação com mais de 5 milhões de pessoas, estão seis estados: Pernambuco (9,28 milhões), Ceará (8,84 milhões), Pará (8,08 milhões), Maranhão (6,85 milhões), Santa Catarina (6,73 milhões) e Goiás (6,52 milhões). Apenas dois estados têm menos de 1 milhão de habitantes, além de Roraima: Amapá (750,9 mil) e Acre (790,1 mil).
As demais unidades federativas têm as seguintes populações: Paraíba (3,94 milhões), Espírito Santo (3,88 milhões), Amazonas (3,87 milhões), Rio Grande do Norte (3,41 milhões), Alagoas (3,32 milhões), Piauí (3,19 milhões), Mato Grosso (3,22 milhões), Distrito Federal (2,85 milhões), Mato Grosso do Sul (2,62 milhões), Sergipe (2,22 milhões), Rondônia (1,75 milhão) e Tocantins (1,5 milhão).
Na próxima segunda-feira, 26, será realizado na Udesc Joinville o Seminário Ciência sem Fronteiras e a Austrália. O seminário será ministrado pela diretora do Latino Australia Education Porto Alegre, Debora Machado, sobre a assessoria gratuita oferecida pela organização.
Ela falará aos participantes sobre o país com maior número de estudantes internacionais em educação superior e um dos mais educados do mundo, além de tirar dúvidas dos alunos que desejam realizar intercâmbio em uma das oito universidades da Austrália que possuem convênio com o governo brasileiro.
Além de conhecer as oportunidades e orientações para estudar no exterior, os acadêmicos também concorrerão a um guia da Austrália. O evento será às 10h30 no auditório do Bloco F.
Ciência sem Fronteiras
Ciência sem Fronteiras é um programa que incentiva o intercâmbio e a mobilidade internacional entre os estudantes brasileiros. A partir do terceiro semestre do curso de ensino superior, seja em instituição pública ou privada, o aluno pode se inscrever para estudar em uma das diversas instituições de ensino, programas de intercâmbio e institutos de pesquisa ao redor do mundo.
O estudante recebe passagens gratuitas de ida e volta, e recursos mensais para se manter no país escolhido, além de auxílio-instalação e auxílio-saúde. Para complementar os estudos na instituição de origem, os acadêmicos devem optar por disciplinas relacionadas ao seu curso e que tenham equivalência com as oferecidas pelas universidades brasileiras.
Atualmente, seis alunos da Udesc Joinville estão estudando no exterior pelo programa Ciência sem Fronteiras e mais seis acabam de ser contemplados. Canadá, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Inglaterra são alguns dos países escolhidos pelos estudantes para realizar o intercâmbio. O setor de mobilidade acadêmica da universidade incentiva e orienta esses alunos. “Auxiliamos principalmente com relação à documentação necessária para viajar e se manter no exterior”, explica o professor, Jacimar Nahorny.
Jacimar lembra ainda que novas chamadas para intercâmbios pelo programa brasileiro já estão abertas. Todas as informações estão disponíveis no site www.cienciasemfronteiras.gov.br.
O Ciência sem Fronteiras é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.
Além disso, o programa busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior. “O governo investe nos estudantes porque tem um retorno na formação dos profissionais retornarão ao Brasil”, explica Nahorny.
O Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira 13 o estatuto e o programa da Aliança Renovadora Nacional, a nova Arena. Conforme o documento, o partido “possui como ideologia o conservadorismo, nacionalismo e tecno-progressismo, tendo para todos os efeitos a posição de direita no espectro político”. O texto do estatuto também diz que, em respeito a convicções ideológicas de direita, “não coligará com partidos que declaram em seu programa e estatuto a defesa do comunismo, bem como vertentes marxistas”.
O novo programa se baseia no “desenvolvimento de uma sociedade justa e com qualidade de vida estrutural e educacional”. Prega o incentivo ao nacionalismo brasileiro, a promoção do avanço científico por meio de políticas públicas e o desenvolvimento da cidadania, opinião crítica e social.
Também pretende resguardar a soberania nacional, o regime democrático e o pluralismo político “de toda forma de uniformidade de pensamento ou hegemonia política” e se denomina como um “partido de pessoas para pessoas”.
Segundo o texto, o Arena seria controlado por um “Conselho Ideológico”, instância “suprema” composta por cinco membros permanentes e vitalícios e quatro indicados por membros.
Criado em 1965 com o objetivo de dar sustentação política à ditadura, a antiga Arena foi extinta há mais de três décadas. Em julho deste ano, um movimento liderado pela estudante de Direito Cibele Bumbel Baginski, de 23 anos, decidiu refundar o partido.
A publicação no Diário Oficial é necessária para que a legenda comece a coletar as cerca de 500 mil assinaturas exigidas para o registro na Justiça Eleitoral. Com isso, poderá disputar eleições e a ter direito a uma parcela do Fundo Partidário, mantido com recursos da União.
Acordo de cooperação técnica em segurança e saúde do trabalho foi assinado, hoje (14), no Ministério da Previdência Social, em Brasília, entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Seguro Social de Acidentes Alemão (DGUV – Deutsche Gesetzliche Unfallversicherung). O Ministério da Previdência Social (MPS) e a Organização Ibero-Americana de Seguridade Social participam do acordo como intervenientes.
“Tenho a certeza de que teremos o cumprimento deste acordo no sentido de um maior bem estar, sobretudo para a nossa população previdenciária”, afirmou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, após apresentar o documento e agradecer o trabalho de todos os que colaboraram para a realização do acordo. O ministro fez uma exposição sobre a Previdência Social brasileira à delegação alemã e informou que o país está buscando soluções para minimizar os efeitos do envelhecimento da população.
Para Mauro Luciano Hauschild, presidente do INSS, a experiência do DGUV ajudará com as metas institucionais do Instituto no que tange aos processos de proteção do trabalhador e de reinserção do trabalhador no mercado, além da prevenção de acidentes. Mauro completou que o acordo também contribuirá para que, ao final, “menos pessoas estejam afastadas do trabalho”.
Joachim Breuer, diretor do DGUV, afirmou que a Alemanha vive um momento de grande desafio que pode ser sintetizado em duas questões principais: a intensa mudança demográfica pela qual passa o país e o prejuízo que a crise econômica atual está causando para a Seguridade Social. Breuer ressaltou a importância da cooperação para minimizar as dificuldades de todos os países e afirmou: “vivemos em um mundo em que, através de atividades conjuntas, podemos alcançar resultados melhores”.
O desenvolvimento de estudos, pesquisas e análises de interesses comuns; a participação em conferências; a capacitação de técnicos; a troca de experiências e coordenação de ações conjuntas, no âmbito de segurança e saúde no trabalho; a organização de seminários e reuniões técnicas e a prestação de assessorias em temas de interesse comum estão entre os objetivos do acordo.